Ateliê SESC de Cinema 2012
31 de dez. de 2012
Celebrando nosso pião celeste
(Marcelo Gleiser - Folha) Enquanto o Brasil passa pelos dias mais longos do ano, próximos ao solstício de verão, aqui no norte dos EUA passamos pelo exato oposto, os dias mais curtos, com noites que duram 15 horas, muita neve e frio. A Terra é um planeta de extremos, e nós, que nos espalhamos por ela, experimentamos isso tudo.
Hoje, em torno da minha casa, está tudo nevado, com as árvores nuas, lenha queimando na lareira, o famoso Natal branco que, inexplicavelmente, tentamos copiar no Brasil. Em vez de renas, o trenó do Papai Noel brasileiro tinha de ser puxado por tucanos e araras.
Essa diversidade climática vem essencialmente da inclinação do eixo de rotação da Terra em 23,5º. A Terra é um pião celeste, girando em torno de si mesmo, meio que caindo, descrevendo uma leve elipse em torno do Sol.
Se enxergássemos o Sistema Solar de longe, ele pareceria um disco plano, com o Sol no centro (ou quase) e os planetas a circundá-lo. A inclinação da Terra é em relação a esse plano, chamado de plano da eclíptica. A maioria absoluta das pessoas acha que o calor do verão e o frio do inverno vêm da distância entre a Terra e o Sol: inverno, mais frio, Terra mais distante; verão, o oposto. Poucos sabem que as estações são consequência da inclinação da Terra.
Dizemos que a Terra tem um movimento de precessão, o mesmo de um pião caindo. No caso da Terra, isso se deve a ela não ser uma esfera perfeita, sendo um pouco achatada nos polos e estufada no Equador. A força gravitacional combinada da Lua e do Sol age sobre o Equador, criando um torque que tenta alinhar o eixo de rotação da Terra com o plano da eclíptica, tentando fazer a Terra "cair".
Mas não se preocupem, a Terra não vai cair. (Se bem que Urano gira quase deitado, provavelmente devido a uma enorme colisão durante o período de formação do Sistema Solar, 4,6 bilhões de anos atrás.)
Esse movimento, a precessão dos equinócios, tem um período de aproximadamente 26 mil anos, ou um grau a cada 72 anos (para completar o círculo de 360º).
Como o eixo de rotação da Terra está mudando lentamente de posição, giram também os céus. Mais precisamente, as estrelas vão aos poucos mudando de posição. Por exemplo, agora o eixo de rotação terrestre está a um grau da estrela Polaris, no norte. Isso significa que uma foto de exposição longa mostrará o céu girando em torno de um ponto ao norte, pertinho dessa estrela. Em 13 mil anos, Polaris vai estar do lado oposto do eixo.
Foi neste ano que a sonda espacial Voyager 1, cuja missão começou em setembro de 1977, passou dos limites do Sistema Solar, a primeira nave humana a conseguir tal feito.
Viajando a 61 mil km/h, ela se destina ao espaço interestelar, o deserto escuro entre as estrelas. A uma distância atual do Sol 121 vezes maior do que a Terra, nosso planeta já é quase invisível para as suas câmeras, um pálido ponto azul, como disse Carl Sagan, onde tudo o que criamos, toda a nossa história, encontra-se em meio ao nada.
Entre os festejos de mais uma mudança de calendário, por que não parar durante dez segundos e festejar nossa casa celeste, este pálido pião azul, exuberante e vivo em meio a tanta escuridão e frio?
Hoje, em torno da minha casa, está tudo nevado, com as árvores nuas, lenha queimando na lareira, o famoso Natal branco que, inexplicavelmente, tentamos copiar no Brasil. Em vez de renas, o trenó do Papai Noel brasileiro tinha de ser puxado por tucanos e araras.
Essa diversidade climática vem essencialmente da inclinação do eixo de rotação da Terra em 23,5º. A Terra é um pião celeste, girando em torno de si mesmo, meio que caindo, descrevendo uma leve elipse em torno do Sol.
Se enxergássemos o Sistema Solar de longe, ele pareceria um disco plano, com o Sol no centro (ou quase) e os planetas a circundá-lo. A inclinação da Terra é em relação a esse plano, chamado de plano da eclíptica. A maioria absoluta das pessoas acha que o calor do verão e o frio do inverno vêm da distância entre a Terra e o Sol: inverno, mais frio, Terra mais distante; verão, o oposto. Poucos sabem que as estações são consequência da inclinação da Terra.
Dizemos que a Terra tem um movimento de precessão, o mesmo de um pião caindo. No caso da Terra, isso se deve a ela não ser uma esfera perfeita, sendo um pouco achatada nos polos e estufada no Equador. A força gravitacional combinada da Lua e do Sol age sobre o Equador, criando um torque que tenta alinhar o eixo de rotação da Terra com o plano da eclíptica, tentando fazer a Terra "cair".
Mas não se preocupem, a Terra não vai cair. (Se bem que Urano gira quase deitado, provavelmente devido a uma enorme colisão durante o período de formação do Sistema Solar, 4,6 bilhões de anos atrás.)
Esse movimento, a precessão dos equinócios, tem um período de aproximadamente 26 mil anos, ou um grau a cada 72 anos (para completar o círculo de 360º).
Como o eixo de rotação da Terra está mudando lentamente de posição, giram também os céus. Mais precisamente, as estrelas vão aos poucos mudando de posição. Por exemplo, agora o eixo de rotação terrestre está a um grau da estrela Polaris, no norte. Isso significa que uma foto de exposição longa mostrará o céu girando em torno de um ponto ao norte, pertinho dessa estrela. Em 13 mil anos, Polaris vai estar do lado oposto do eixo.
Foi neste ano que a sonda espacial Voyager 1, cuja missão começou em setembro de 1977, passou dos limites do Sistema Solar, a primeira nave humana a conseguir tal feito.
Viajando a 61 mil km/h, ela se destina ao espaço interestelar, o deserto escuro entre as estrelas. A uma distância atual do Sol 121 vezes maior do que a Terra, nosso planeta já é quase invisível para as suas câmeras, um pálido ponto azul, como disse Carl Sagan, onde tudo o que criamos, toda a nossa história, encontra-se em meio ao nada.
Entre os festejos de mais uma mudança de calendário, por que não parar durante dez segundos e festejar nossa casa celeste, este pálido pião azul, exuberante e vivo em meio a tanta escuridão e frio?
17° Encontro do Clube de Astronomia de Brasilia
17° Encontro do Clube de Astronomia de Brasília realizada em julho 2011 na Chapada do Veadeiros.
INPE Oferece Bolsa de Pós-Doutorado em Astrofísica
A Divisão de Astrofísica (DAS) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) dispõe de uma bolsa de pós-doutorado para desenvolvimento de projetos em suas áreas de atuação.
A bolsa, que tem período inicial de um ano, oferece possibilidade de renovação por até três anos. O valor é de R$ 4.000,00 mensais, com início em 01 de abril de 2013.
Os candidatos devem ser portadores do título de Doutor em Física, Astronomia ou áreas afins. É necessário apresentar CV (de preferência no formato Lattes, se brasileiro); Projeto de Pesquisa e Carta de Candidatura, indicando o colaborador principal na DAS/INPE.
O prazo para candidaturas é 31 de janeiro de 2013. Para obter mais informações e enviar documentação, os interessados devem entrar em contato com Claudia Vilega Rodrigues pelo email claudiavr@das.inpe.br.
A bolsa, que tem período inicial de um ano, oferece possibilidade de renovação por até três anos. O valor é de R$ 4.000,00 mensais, com início em 01 de abril de 2013.
Os candidatos devem ser portadores do título de Doutor em Física, Astronomia ou áreas afins. É necessário apresentar CV (de preferência no formato Lattes, se brasileiro); Projeto de Pesquisa e Carta de Candidatura, indicando o colaborador principal na DAS/INPE.
O prazo para candidaturas é 31 de janeiro de 2013. Para obter mais informações e enviar documentação, os interessados devem entrar em contato com Claudia Vilega Rodrigues pelo email claudiavr@das.inpe.br.
30 de dez. de 2012
29 de dez. de 2012
Estudantes da Nasa criam versão do hit "Gangnam Style"
(UOL) Estudantes do Centro Espacial Johnson da Nasa, em Houston, fizeram sua versão do hit "Gangnam Style", do cantor coreano Psy. O vídeo, que relata as conquistas da agência espacial americana, conta com a participação de astronautas veteranos e tem como refrão a frase "Nasa Johnson Style".
----
Matérias similares na Folha e G1
28 de dez. de 2012
Relembre ícones da ciência que morreram em 2012
(Terra) Sem dúvida, Neil Armstrong é o mais famoso entre os grandes nomes da ciência que nos deixaram. O mundo inteiro conhece as imagens do astronauta americano conquistando a Lua. Embora o maior destaque vá para ele, Armstrong não foi o único desbravador do espaço a morrer neste ano. Pelo menos outros três astronautas da agência espacial americana (Nasa, na sigla em inglês) fazem parte da lista de ícones da ciência que morreram em 2012.
Além deles, integram a lista cientistas que já foram agraciados com o Prêmio Nobel, como o inglês Andrew Huxley, vencedor do Nobel em Fisiologia/Medicina de 1963, que faleceu no dia 30 de maio, aos 94 anos.
6o Encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica - Inscrições Gratuitas Abertas
(CALC) Estão abertas inscrições gratuitas para o 6o Encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica que será realizado no período de 18 a 20 de abril de 2013 na cidade de Campos dos Goytacazes.
A organização do evento está recebendo sugestões de mini-cursos, oficinas e atividades para serem realizadas durante o evento.
O endereço na internet é http://meeting.passeiopeloceu.org
Livro conta a história da descoberta dos planetas
“Outras Terras no Universo – Uma História da Descoberta de Novos Planetas” fala da procura de novos planetas e revela como os cientistas são humanos
(Ciência Hoje - Portugal) “Contamos a história da descoberta de outros planetas solares. E depois de planetas extra-solares, descrevendo as técnicas usadas”, descreve Nuno Cardoso Santos, autor da obra juntamente com Luís Tirapicos e Nuno Crato.
Nas 241 páginas de “Outras Terras no Universo – Uma História da Descoberta de Novos Planetas” fala-se da pluralidade dos mundos habitados, da busca de outros mundos, de outros sistemas solares, responde-se à pergunta “o que é um planeta?” e fala-se sobre a possibilidade de vida extraterrestre.
“A descoberta de outros planetas está intimamente ligada à nossa questão de sempre que é: estamos sós no universo?”, comenta Nuno Cardoso Santos. Para o investigador do Centro de Astrofísica da Universidade de Porto a possibilidade de se encontrar um planeta parecido com a terra está “cada vez mais próximo”.
Essa mesma ideia está expressa no livro: “À medida que os astrofísicos vão anunciando a descoberta de mais e mais planetas, as esperanças de encontrar um local onde a vida se tenha instalado aumentam”, lê-se.
E nesta busca por vida além da terra, “Portugal está na vanguarda”, pormenoriza Nuno Cardoso Santos. O astrofísico colabora, desde 1998, com uma equipa suíça que já encontrou mais de uma centena de planetas.
Neste momento são já conhecidos mais de 500 planetas fora do nosso sistema solar.
O livro, que se lê de um fôlego, Nuno Cardoso Santos revela ainda o lado humano dos cientistas. “Falo das guerrilhas, das discórdias entre os cientistas para que as pessoas vejam que o cientista é um ser humano e que também erra”, adianta Nuno Cardoso Santos.
A apresentação da obra, editada pela Gradiva, teve lugar ontem, em Lisboa, e contou com a presença dos outros autores, Nuno Crato, professor e investigador de matemática e estatística, e Luís Tirapicos, doutorando de História e Filosofia das Ciências na Universidade de Lisboa.
Ao Ciência Hoje, contam que foram responsáveis “por escrever a história da descoberta dos planetas do sistema solar”.
“Eu sou um entusiasta da história da astronomia”, confessa Nuno Crato, actualmente ministro da Educação e Ciência.
Os livros, diz Nuno Crato, são uma “boa forma de comunicar ciência e ‘Outras Terras no Universo – Uma História da Descoberta de Novos Planetas’ é uma partilha de um gosto muito grande que nós temos”.
A terminar, Nuno Crato deixa ainda uma mensagem: “Leia rápido este livro” porque esta área do conhecimento evolui muito depressa.
(Ciência Hoje - Portugal) “Contamos a história da descoberta de outros planetas solares. E depois de planetas extra-solares, descrevendo as técnicas usadas”, descreve Nuno Cardoso Santos, autor da obra juntamente com Luís Tirapicos e Nuno Crato.
Nas 241 páginas de “Outras Terras no Universo – Uma História da Descoberta de Novos Planetas” fala-se da pluralidade dos mundos habitados, da busca de outros mundos, de outros sistemas solares, responde-se à pergunta “o que é um planeta?” e fala-se sobre a possibilidade de vida extraterrestre.
“A descoberta de outros planetas está intimamente ligada à nossa questão de sempre que é: estamos sós no universo?”, comenta Nuno Cardoso Santos. Para o investigador do Centro de Astrofísica da Universidade de Porto a possibilidade de se encontrar um planeta parecido com a terra está “cada vez mais próximo”.
Essa mesma ideia está expressa no livro: “À medida que os astrofísicos vão anunciando a descoberta de mais e mais planetas, as esperanças de encontrar um local onde a vida se tenha instalado aumentam”, lê-se.
E nesta busca por vida além da terra, “Portugal está na vanguarda”, pormenoriza Nuno Cardoso Santos. O astrofísico colabora, desde 1998, com uma equipa suíça que já encontrou mais de uma centena de planetas.
Neste momento são já conhecidos mais de 500 planetas fora do nosso sistema solar.
O livro, que se lê de um fôlego, Nuno Cardoso Santos revela ainda o lado humano dos cientistas. “Falo das guerrilhas, das discórdias entre os cientistas para que as pessoas vejam que o cientista é um ser humano e que também erra”, adianta Nuno Cardoso Santos.
A apresentação da obra, editada pela Gradiva, teve lugar ontem, em Lisboa, e contou com a presença dos outros autores, Nuno Crato, professor e investigador de matemática e estatística, e Luís Tirapicos, doutorando de História e Filosofia das Ciências na Universidade de Lisboa.
Ao Ciência Hoje, contam que foram responsáveis “por escrever a história da descoberta dos planetas do sistema solar”.
“Eu sou um entusiasta da história da astronomia”, confessa Nuno Crato, actualmente ministro da Educação e Ciência.
Os livros, diz Nuno Crato, são uma “boa forma de comunicar ciência e ‘Outras Terras no Universo – Uma História da Descoberta de Novos Planetas’ é uma partilha de um gosto muito grande que nós temos”.
A terminar, Nuno Crato deixa ainda uma mensagem: “Leia rápido este livro” porque esta área do conhecimento evolui muito depressa.
27 de dez. de 2012
Boletim Observe! - Ano IV - Número 1 - Janeiro de 2013
Boletim Informativo do Núcleo de Estudos e Observação Astronômica "José Brazilício de Souza" (NEOA – JBS) (clique no banner para acessar)
Nasa descarta choque de asteroide com a Terra em 2040
(Terra) Um dia após o fim dos temores sobre uma possível catástrofe mundial, a Nasa informou que um asteroide que poderia se chocar com a Terra em fevereiro de 2040 já não representa uma ameaça, informou a CNN neste sábado. De acordo com a agência espacial americana, o meteoro – conhecido como 2011 AG5 – tem cerca de 140 m de diâmetro e deverá passar a 890 mil km do planeta, ou seja, cerca de duas vezes a distância com a Lua.
De acordo com a publicação, uma possível colisão iria liberar cerca de 100 megatons – energia milhares de vezes maior do que as das bombas atômicas que atingiram o Japão durante a Segunda Guerra Mundial. As observações do asteróide foram realizadas por meio de um telescópio localizado no Havaí e à noite, já que com o céu claro não era possível observá-lo.
----
Matéria similar no Voz da Rússia
De acordo com a publicação, uma possível colisão iria liberar cerca de 100 megatons – energia milhares de vezes maior do que as das bombas atômicas que atingiram o Japão durante a Segunda Guerra Mundial. As observações do asteróide foram realizadas por meio de um telescópio localizado no Havaí e à noite, já que com o céu claro não era possível observá-lo.
----
Matéria similar no Voz da Rússia
2012, um grande ano para a física de partículas e o bóson de Higgs
(AFP/R7) Em 1969, o homem pisou na lua. Em 2012, pôs as mãos em uma nova partícula elementar, provavelmente o famoso bóson de Higgs, a chamada "partícula divina", peça que faltava para compreendermos o funcionamento da massa e, consequentemente, do Universo.
"Apesar da pequena dúvida que ainda paira sobre a identidade desta partícula, a balança pende para o bóson de Higgs", assegura a física Pauline Gagnon, que participou da descoberta, anunciada em 4 de julho, no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), situado entre França e Itália.
Esta partícula é considerada pelos físicos a chave para entender a estrutura fundamental da matéria porque explica quase tudo o que os cientistas observam no mundo subatômico, permitindo entender o porque de algumas partículas têm massa e outras, não.
o bóson é a partícula que atribui massa a todas as demais, segundo o chamado "Modelo Padrão", teoria atual que descreve o funcionamento das partículas fundamentais e, portanto, que explica como funciona o Universo, explicou Gagnon.
Este Modelo Padrão tinha um grande vazio, ao não explicar porque as partículas têm massa. O bóson foi proposto em 1964 por seis físicos, entre eles o britânico Peter Higgs, para explicar este buraco na teoria.
Por isso, para os físicos, a descoberta do bóson de Higgs equivale à descoberta do DNA para os biólogos, avaliou Peter Knight, presidente do Instituto britânico de Física.
O bóson, ou mais precisamente, o invisível "mecanismo de Higgs", funciona como um campo que permite às partículas obter sua massa, informou.
A ideia é que existe um "campo de Higgs" onde as partículas colidem permanentemente com bósons de Higgs. Estas colisões freiam seu movimento, que fica mais lento, e lhe dão aparência de massa.
O fenômeno foi comparado a um homem que tenta passar correndo em meio a uma multidão que detém sua corrida e o obriga a reduzir a velocidade.
Também se compara ao campo de Higgs com uma espécie de cola em meio do qual as partículas se encontrariam relativamente aderidas, o que seria percebido como uma massa.
Ao que nosso Universo se pareceria sem o bóson de Higgs? Estaria morto, suas partículas não poderiam se unir para formar átomos e matéria, dizem os especialistas.
"Não haveria estrelas, nem o menor sinal de vida. O Higgs permite à Humanidade, pela primeira vez, perceber porque a natureza é como é", disse Themis Bowcock, da Universidade britânica de Liverpool.
Até o anúncio do CERN, este inatingível bóson existia só em teoria e nas mentes dos físicos, desde as deduções de Higgs e seus colegas belgas, Robert Brout e François Englert.
Mas, a façanha realizada no Grande Colisor de Hádrons do CERN (LHC) seria, então, simbólica?
"Ter uma teoria está bem, mas confirmá-la é mil vezes melhor", respondeu Pauline Gagnon, que comparou a descoberta do bóson com a confirmação de que a Terra é redonda, e com os primeiros passos do homem na Lua.
Para os cientistas, identificar o famoso bóson é só a primeira etapa de uma nova odisseia científica. "Um trampolim para passar às etapas seguintes, relativas à natureza da matéria escura, o papel da gravidade e outras questões", destacou Pierre Fayet, especialista em física teórica da Escola Normal Superior de Paris.
Para explorar estas novas pistas, os cientistas vão aproveitar "as energias de colisão muito altas previstas no CERN a partir de 2014-2015", disse Yves Sirois, que trabalha nesse centro de pesquisas.
O bóson de Higgs é denominado "partícula de Deus" a partir de um livro cujo título foi modificado. O prêmio Nobel de Física Leon Lederman queria chamá-lo "The Goddamn Particle" ("a partícula maldita"), por ser difícil de encontrar.
Mas o editor tirou a terminação "damn" e o chamou "The God Particle", pois temia que a palavra "goddamn" fosse considerada insultante.
----
E mais:
Física – As 10 melhores descobertas e inovações de 2012. (AstroPT)
.
Bóson de Higgs foi o principal avanço científico de 2012, diz revista (G1 - com infográfico), com matérias similares na Folha (com infográfico), R7 e Veja
"Apesar da pequena dúvida que ainda paira sobre a identidade desta partícula, a balança pende para o bóson de Higgs", assegura a física Pauline Gagnon, que participou da descoberta, anunciada em 4 de julho, no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), situado entre França e Itália.
Esta partícula é considerada pelos físicos a chave para entender a estrutura fundamental da matéria porque explica quase tudo o que os cientistas observam no mundo subatômico, permitindo entender o porque de algumas partículas têm massa e outras, não.
o bóson é a partícula que atribui massa a todas as demais, segundo o chamado "Modelo Padrão", teoria atual que descreve o funcionamento das partículas fundamentais e, portanto, que explica como funciona o Universo, explicou Gagnon.
Este Modelo Padrão tinha um grande vazio, ao não explicar porque as partículas têm massa. O bóson foi proposto em 1964 por seis físicos, entre eles o britânico Peter Higgs, para explicar este buraco na teoria.
Por isso, para os físicos, a descoberta do bóson de Higgs equivale à descoberta do DNA para os biólogos, avaliou Peter Knight, presidente do Instituto britânico de Física.
O bóson, ou mais precisamente, o invisível "mecanismo de Higgs", funciona como um campo que permite às partículas obter sua massa, informou.
A ideia é que existe um "campo de Higgs" onde as partículas colidem permanentemente com bósons de Higgs. Estas colisões freiam seu movimento, que fica mais lento, e lhe dão aparência de massa.
O fenômeno foi comparado a um homem que tenta passar correndo em meio a uma multidão que detém sua corrida e o obriga a reduzir a velocidade.
Também se compara ao campo de Higgs com uma espécie de cola em meio do qual as partículas se encontrariam relativamente aderidas, o que seria percebido como uma massa.
Ao que nosso Universo se pareceria sem o bóson de Higgs? Estaria morto, suas partículas não poderiam se unir para formar átomos e matéria, dizem os especialistas.
"Não haveria estrelas, nem o menor sinal de vida. O Higgs permite à Humanidade, pela primeira vez, perceber porque a natureza é como é", disse Themis Bowcock, da Universidade britânica de Liverpool.
Até o anúncio do CERN, este inatingível bóson existia só em teoria e nas mentes dos físicos, desde as deduções de Higgs e seus colegas belgas, Robert Brout e François Englert.
Mas, a façanha realizada no Grande Colisor de Hádrons do CERN (LHC) seria, então, simbólica?
"Ter uma teoria está bem, mas confirmá-la é mil vezes melhor", respondeu Pauline Gagnon, que comparou a descoberta do bóson com a confirmação de que a Terra é redonda, e com os primeiros passos do homem na Lua.
Para os cientistas, identificar o famoso bóson é só a primeira etapa de uma nova odisseia científica. "Um trampolim para passar às etapas seguintes, relativas à natureza da matéria escura, o papel da gravidade e outras questões", destacou Pierre Fayet, especialista em física teórica da Escola Normal Superior de Paris.
Para explorar estas novas pistas, os cientistas vão aproveitar "as energias de colisão muito altas previstas no CERN a partir de 2014-2015", disse Yves Sirois, que trabalha nesse centro de pesquisas.
O bóson de Higgs é denominado "partícula de Deus" a partir de um livro cujo título foi modificado. O prêmio Nobel de Física Leon Lederman queria chamá-lo "The Goddamn Particle" ("a partícula maldita"), por ser difícil de encontrar.
Mas o editor tirou a terminação "damn" e o chamou "The God Particle", pois temia que a palavra "goddamn" fosse considerada insultante.
----
E mais:
Física – As 10 melhores descobertas e inovações de 2012. (AstroPT)
.
Bóson de Higgs foi o principal avanço científico de 2012, diz revista (G1 - com infográfico), com matérias similares na Folha (com infográfico), R7 e Veja
26 de dez. de 2012
Ocultação natalina de Júpiter pela Lua - REGISTROS
João Amâncio (Belo Horizonte-MG)
Newtoniano 10" f/4,7
DMK21 -- barlow 2x -- filtro IR/UV
----
Alexandre Milito Newtoniano 180 mm/F7, montagem germânica homemade, motorização no eixo A.R. ----
Renato Poltronieri (Nhandeara-SP)
----
Rodrigo Soracco (Florianópolis-SC), com câmera Nokia N95
----
Astrônomo explica por que o espaço pertence aos robôs
Roger D. Launius fala sobre como as máquinas são essenciais para o estudo de planetas e outras áreas do Universo
(Estado de Minas) “Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade.” Os primeiros passos de Neil Armstrong na superfície lunar mudaram o mundo, e acenderam a esperança de que a humanidade em breve conquistaria o cenário intergaláctico com colônias pelo espaço. Mal sabiam os homens da época, que passaram a ilustrar donas de casa em trajes espaciais e casas construídas sob bolhas na Lua, que o Universo pertenceria, na verdade, aos robôs.
A cruel superfície marciana, as longas viagens e os perigos desconhecidos do espaço são demais para o frágil corpo humano. Enquanto as pessoas não puderem equipar seus corpos com estruturas mais resistentes a esse tipo de aventura interplanetária, a saída é investir na segurança da tecnologia. A estratégia pode não ser tão poética quanto as pegadas de Armstrong no satélite natural da Terra, mas as máquinas vão para onde forem enviadas, trabalham dia e noite e não precisam retornar à Terra.
Esse foi o ponto discutido pelo astrônomo americano Roger D. Launius, durante palestra promovida pelo projeto Esquina da Ciência, organizado pela Embaixada dos Estados Unidos e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Curador da Divisão de História Espacial do Smithsonian, um dos principais museus científicos do mundo, localizado em Washington, o especialista mostrou como a necessidade de explorar novas fronteiras levou à produção de uma nova geração de astronautas, verdadeiros cientistas de metal que se tornaram os olhos e os ouvidos humanos em outros planetas.
O investimento em tecnologia e a valorização da vida, apontou Lauius, deu início a uma verdadeira dominação robótica, que mudou o rumo da exploração espacial. E agora essa tendência chega a seu auge. Mal o robô Curiosity começa a conhecer os cenários de Marte, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) anuncia uma série de novas missões que deve culminar no envio de uma nova máquina motorizada para o Planeta Vermelho em 2020. Em entrevista ao Estado de Minas, o astrônomo estendeu essa discussão e apontou como os avanços tecnológicos têm levado o homem a novas fronteiras espaciais, mesmo que remotamente.
Por que as pessoas precisam ir ao espaço? Qual é o motivo que as leva a ter esse desejo?
Há cinco razões para ir ao espaço. Três delas não precisam de pessoas. A primeira é científica, e fazemos isso muito bem com robôs, indo a todos os tipos de lugares. A segunda razão é a segurança nacional. Com satélites de reconhecimento e tudo o mais, mas isso não pede um humano no espaço. O terceiro motivo é econômico. Podemos fazer dinheiro com satélites de comunicação e sistemas de navegação. Mas há duas razões que precisam de humanos. E elas são na verdade inevitáveis. Uma é a própria natureza humana, que sempre quer mais. Quer escalar a montanha, cruzar o oceano, ir para outro lugar em que nunca esteve. A última razão é a mais inevitável, porque no fim das contas nós temos de sair desse planeta. Se não, nós seremos extintos, e essa é uma certeza de 100%. Arthur C. Clarke dizia que, se os dinossauros tivessem um programa espacial, eles não teriam acabado.
Ao enviar os robôs para o espaço, esperamos receber informações deles em troca, e a distância parece ser um grande obstáculo para isso. Como o senhor imagina que possam ser superados esses desafios da distância com relação à comunicação?
O tempo que leva para a comunicação é uma lacuna enorme, para qualquer atividade espacial, seja com humanos ou robôs. Os robôs que estão indo para Marte não podem ser simplesmente colocados ali e dirigidos com um controle. Gostaríamos de fazer isso, mas, por causa da diferença de tempo que leva para a informação transitar entre a Terra e Marte, a comunicação leva muitos minutos, o que impede que façamos atividades em tempo real. Estamos trabalhando muito no contexto de planetas terrestres, como Marte, Vênus, talvez Mercúrio, onde vamos colocar sistemas de comunicação. Isso melhoraria um pouco as coisas, mas não resolve o problema da latência, simplesmente temos de viver com isso. Não há comunicador subespacial como o que usam em Jornada nas estrelas, que permitem a comunicação instantaneamente.
Os robôs têm um papel de ajudantes ou de astronautas? O sonho de levar o homem a novos lugares no espaço ainda existe?
Vamos mandar pessoas para o espaço para fazer muitas coisas. Agora, vamos focar na estação espacial internacional e em todos os programas tripulados programados para a próxima década. Depois disso, há possibilidade de retomarmos alguma missão tripulada à Lua, e essa pode ser uma viagem de “acampamento”, alguma atividade do tipo Apollo. Mas há um monte de pessoas que não querem ir para a Lua, desejam viajar para Marte. É aí que está a excitação. Essa, porém, é uma tarefa muito mais difícil. Você pode chegar à Lua em três dias, mas leva meses para ir a Marte. E mais nove para voltar. Além disso, por causa dos padrões orbitais entre a Terra e o Planeta Vermelho, você precisaria ficar ali por alguns meses. O que significa que você teria de ter habitats resistentes à radiação, ter todos os recursos que precisa para se manter por esse tempo e tudo o mais. Não é uma tarefa fácil. Sabemos como construir foguetes maiores, como construir habitats, mas manter pessoas lá é um desafio completamente diferente.
Há uma tentativa de reproduzir os sentidos e habilidades humanas nos robôs. Mas há como melhorar suas perfomances, prevendo as diversas situações que podem enfrentar e minimizar riscos?
Podemos equipar nossos robôs com sensores que nos permitam ver coisas, passar por experiências, fazer medições além da capacidade humana. Podemos construir telescópios que podem ver ondas de rádio, ultravioleta e raios gama. A única coisa que não podemos fazer com robôs, pelo menos não ainda, é criá-los de uma forma que eles possam tomar muitas decisões. A maravilha da humanidade é a habilidade de ver, analisar e agir. E isso não existe para robôs. Eles são muito bons em executar tarefas programadas. Além disso, se forem confrontados com algo além do comum, eles não fazem um bom trabalho. E não estamos nem perto de poder criar autonomia nos robôs. Até que isso aconteça, eles não vão substituir os humanos no sentido real.
Nas décadas de 1950 e 1960, no início da corrida espacial, as pessoas imaginavam que existiriam exploradores como o Curiosity?
Em 1950, as pessoas não achavam que isso seria possível. A revolução eletrônica surpreendeu a todos. Em 1963, em um feira mundial de tecnologia, em Nova York, várias coisas eram destacadas como o que veríamos no futuro. Videofones, carros que se dirigem sozinhos e tudo o mais. Há coisas que acontecem que você nunca previu, outras, você prevê, mas nunca se tornam realidade. Onde esta meu jetpack? Eu continuo perguntando isso (risos).
Quando se fala em robôs no espaço, as pessoas pensam em modelos como o C3PO ou R2D2, de Guerra nas estrelas. Mas o que se espera hoje de um robô que vai para o espaço?
Você quer o maior número de instrumentos possível para medição. Há sensores, câmeras, brocas, mecanismos. Talvez um pequeno laboratório, onde se possa colocar um pedaço da superfície marciana para analisá-la ou algo assim. Instrumentos de perfuração, para q possa cavar o chão. Esse tipo de coisa é a chave, uma combinação de instrumentos, eletrônica e coisas mecânicas que você possa manipular.
O Curiosity surpreendeu a todos com suas várias ferramentas. Como deve ser o próximo veículo enviado pela Nasa a Marte?
Ele será um pouco maior e terá mais capacidade de operar por períodos mais longos. Mas há uma sequência de missões previstas para Marte. Há outro rover, um satélite e a discussão sobre um avião, o que seria muito legal. Apesar de fina, há uma atmosfera em Marte. Então, algo pequeno o suficiente e com asas grandes pode voar lá. Ele iria mais longe e tiraria fotos do alto, seria muito bacana. Mas a coisa em que todos estão focados e que pode ser feita em 10 anos é uma missão que traga à Terra amostras da superfície de Marte.
Qual deve ser a nova tecnologia que vai ajudar robôs e humanos em viagens espaciais?
O que realmente precisamos buscar é a tecnologia para sair deste planeta. Melhores foguetes ou algum tipo de alternativa. Uma das coisas que fizemos com a nossa tecnologia de foguetes, e não só os americanos, mas todos os que têm um foguete, incluindo o Brasil, foi torná-la mais confiável, mais capaz, mais fácil de operar e menos cara. Em cada geração, nós melhoramos apenas um pouco. E estamos para atingir o ponto em que não poderemos fazer muito mais. Eu acho que nós estamos sob a mesma maldição que afetava a aeronáutica nos anos 1940. Quando tínhamos aviões muito bons, mas, para atingir o próximo nível, tínhamos de ir para os jatos. E era um tipo diferente de tecnologia. Podemos fazer isso com foguetes? Eu não sei o que poderia estar nessa categoria. Há muitas ideias, e algumas são muito legais. Mas nenhuma delas existe no presente.
Que ideias são essas?
Coisas como a maglev, uma superfície magnética espacial de levitação. Ela fica nesse grande trilho de metal, que é um ímã, e pode voar a grandes velocidades em um ângulo pela lateral de uma montanha e passar por sua órbita. É algo como um elevador espacial, uma ideia fascinante. Na teoria, podemos construir um, mas é muito difícil. Há vários tipos de coisas assim, como um laser que pode levantar uma aeronave. Parece um pouco com o que chamamos de discos voadores, porque são redondos e voam usando o poder do laser. Pessoas estão trabalhando nisso, é fantástico. O aparelho levitou uns 15m. Mas essa é a tecnologia nova. Ninguém sabe (a que resultados pode chegar).
(Estado de Minas) “Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade.” Os primeiros passos de Neil Armstrong na superfície lunar mudaram o mundo, e acenderam a esperança de que a humanidade em breve conquistaria o cenário intergaláctico com colônias pelo espaço. Mal sabiam os homens da época, que passaram a ilustrar donas de casa em trajes espaciais e casas construídas sob bolhas na Lua, que o Universo pertenceria, na verdade, aos robôs.
A cruel superfície marciana, as longas viagens e os perigos desconhecidos do espaço são demais para o frágil corpo humano. Enquanto as pessoas não puderem equipar seus corpos com estruturas mais resistentes a esse tipo de aventura interplanetária, a saída é investir na segurança da tecnologia. A estratégia pode não ser tão poética quanto as pegadas de Armstrong no satélite natural da Terra, mas as máquinas vão para onde forem enviadas, trabalham dia e noite e não precisam retornar à Terra.
Esse foi o ponto discutido pelo astrônomo americano Roger D. Launius, durante palestra promovida pelo projeto Esquina da Ciência, organizado pela Embaixada dos Estados Unidos e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Curador da Divisão de História Espacial do Smithsonian, um dos principais museus científicos do mundo, localizado em Washington, o especialista mostrou como a necessidade de explorar novas fronteiras levou à produção de uma nova geração de astronautas, verdadeiros cientistas de metal que se tornaram os olhos e os ouvidos humanos em outros planetas.
O investimento em tecnologia e a valorização da vida, apontou Lauius, deu início a uma verdadeira dominação robótica, que mudou o rumo da exploração espacial. E agora essa tendência chega a seu auge. Mal o robô Curiosity começa a conhecer os cenários de Marte, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) anuncia uma série de novas missões que deve culminar no envio de uma nova máquina motorizada para o Planeta Vermelho em 2020. Em entrevista ao Estado de Minas, o astrônomo estendeu essa discussão e apontou como os avanços tecnológicos têm levado o homem a novas fronteiras espaciais, mesmo que remotamente.
Por que as pessoas precisam ir ao espaço? Qual é o motivo que as leva a ter esse desejo?
Há cinco razões para ir ao espaço. Três delas não precisam de pessoas. A primeira é científica, e fazemos isso muito bem com robôs, indo a todos os tipos de lugares. A segunda razão é a segurança nacional. Com satélites de reconhecimento e tudo o mais, mas isso não pede um humano no espaço. O terceiro motivo é econômico. Podemos fazer dinheiro com satélites de comunicação e sistemas de navegação. Mas há duas razões que precisam de humanos. E elas são na verdade inevitáveis. Uma é a própria natureza humana, que sempre quer mais. Quer escalar a montanha, cruzar o oceano, ir para outro lugar em que nunca esteve. A última razão é a mais inevitável, porque no fim das contas nós temos de sair desse planeta. Se não, nós seremos extintos, e essa é uma certeza de 100%. Arthur C. Clarke dizia que, se os dinossauros tivessem um programa espacial, eles não teriam acabado.
Ao enviar os robôs para o espaço, esperamos receber informações deles em troca, e a distância parece ser um grande obstáculo para isso. Como o senhor imagina que possam ser superados esses desafios da distância com relação à comunicação?
O tempo que leva para a comunicação é uma lacuna enorme, para qualquer atividade espacial, seja com humanos ou robôs. Os robôs que estão indo para Marte não podem ser simplesmente colocados ali e dirigidos com um controle. Gostaríamos de fazer isso, mas, por causa da diferença de tempo que leva para a informação transitar entre a Terra e Marte, a comunicação leva muitos minutos, o que impede que façamos atividades em tempo real. Estamos trabalhando muito no contexto de planetas terrestres, como Marte, Vênus, talvez Mercúrio, onde vamos colocar sistemas de comunicação. Isso melhoraria um pouco as coisas, mas não resolve o problema da latência, simplesmente temos de viver com isso. Não há comunicador subespacial como o que usam em Jornada nas estrelas, que permitem a comunicação instantaneamente.
Os robôs têm um papel de ajudantes ou de astronautas? O sonho de levar o homem a novos lugares no espaço ainda existe?
Vamos mandar pessoas para o espaço para fazer muitas coisas. Agora, vamos focar na estação espacial internacional e em todos os programas tripulados programados para a próxima década. Depois disso, há possibilidade de retomarmos alguma missão tripulada à Lua, e essa pode ser uma viagem de “acampamento”, alguma atividade do tipo Apollo. Mas há um monte de pessoas que não querem ir para a Lua, desejam viajar para Marte. É aí que está a excitação. Essa, porém, é uma tarefa muito mais difícil. Você pode chegar à Lua em três dias, mas leva meses para ir a Marte. E mais nove para voltar. Além disso, por causa dos padrões orbitais entre a Terra e o Planeta Vermelho, você precisaria ficar ali por alguns meses. O que significa que você teria de ter habitats resistentes à radiação, ter todos os recursos que precisa para se manter por esse tempo e tudo o mais. Não é uma tarefa fácil. Sabemos como construir foguetes maiores, como construir habitats, mas manter pessoas lá é um desafio completamente diferente.
Há uma tentativa de reproduzir os sentidos e habilidades humanas nos robôs. Mas há como melhorar suas perfomances, prevendo as diversas situações que podem enfrentar e minimizar riscos?
Podemos equipar nossos robôs com sensores que nos permitam ver coisas, passar por experiências, fazer medições além da capacidade humana. Podemos construir telescópios que podem ver ondas de rádio, ultravioleta e raios gama. A única coisa que não podemos fazer com robôs, pelo menos não ainda, é criá-los de uma forma que eles possam tomar muitas decisões. A maravilha da humanidade é a habilidade de ver, analisar e agir. E isso não existe para robôs. Eles são muito bons em executar tarefas programadas. Além disso, se forem confrontados com algo além do comum, eles não fazem um bom trabalho. E não estamos nem perto de poder criar autonomia nos robôs. Até que isso aconteça, eles não vão substituir os humanos no sentido real.
Nas décadas de 1950 e 1960, no início da corrida espacial, as pessoas imaginavam que existiriam exploradores como o Curiosity?
Em 1950, as pessoas não achavam que isso seria possível. A revolução eletrônica surpreendeu a todos. Em 1963, em um feira mundial de tecnologia, em Nova York, várias coisas eram destacadas como o que veríamos no futuro. Videofones, carros que se dirigem sozinhos e tudo o mais. Há coisas que acontecem que você nunca previu, outras, você prevê, mas nunca se tornam realidade. Onde esta meu jetpack? Eu continuo perguntando isso (risos).
Quando se fala em robôs no espaço, as pessoas pensam em modelos como o C3PO ou R2D2, de Guerra nas estrelas. Mas o que se espera hoje de um robô que vai para o espaço?
Você quer o maior número de instrumentos possível para medição. Há sensores, câmeras, brocas, mecanismos. Talvez um pequeno laboratório, onde se possa colocar um pedaço da superfície marciana para analisá-la ou algo assim. Instrumentos de perfuração, para q possa cavar o chão. Esse tipo de coisa é a chave, uma combinação de instrumentos, eletrônica e coisas mecânicas que você possa manipular.
O Curiosity surpreendeu a todos com suas várias ferramentas. Como deve ser o próximo veículo enviado pela Nasa a Marte?
Ele será um pouco maior e terá mais capacidade de operar por períodos mais longos. Mas há uma sequência de missões previstas para Marte. Há outro rover, um satélite e a discussão sobre um avião, o que seria muito legal. Apesar de fina, há uma atmosfera em Marte. Então, algo pequeno o suficiente e com asas grandes pode voar lá. Ele iria mais longe e tiraria fotos do alto, seria muito bacana. Mas a coisa em que todos estão focados e que pode ser feita em 10 anos é uma missão que traga à Terra amostras da superfície de Marte.
Qual deve ser a nova tecnologia que vai ajudar robôs e humanos em viagens espaciais?
O que realmente precisamos buscar é a tecnologia para sair deste planeta. Melhores foguetes ou algum tipo de alternativa. Uma das coisas que fizemos com a nossa tecnologia de foguetes, e não só os americanos, mas todos os que têm um foguete, incluindo o Brasil, foi torná-la mais confiável, mais capaz, mais fácil de operar e menos cara. Em cada geração, nós melhoramos apenas um pouco. E estamos para atingir o ponto em que não poderemos fazer muito mais. Eu acho que nós estamos sob a mesma maldição que afetava a aeronáutica nos anos 1940. Quando tínhamos aviões muito bons, mas, para atingir o próximo nível, tínhamos de ir para os jatos. E era um tipo diferente de tecnologia. Podemos fazer isso com foguetes? Eu não sei o que poderia estar nessa categoria. Há muitas ideias, e algumas são muito legais. Mas nenhuma delas existe no presente.
Que ideias são essas?
Coisas como a maglev, uma superfície magnética espacial de levitação. Ela fica nesse grande trilho de metal, que é um ímã, e pode voar a grandes velocidades em um ângulo pela lateral de uma montanha e passar por sua órbita. É algo como um elevador espacial, uma ideia fascinante. Na teoria, podemos construir um, mas é muito difícil. Há vários tipos de coisas assim, como um laser que pode levantar uma aeronave. Parece um pouco com o que chamamos de discos voadores, porque são redondos e voam usando o poder do laser. Pessoas estão trabalhando nisso, é fantástico. O aparelho levitou uns 15m. Mas essa é a tecnologia nova. Ninguém sabe (a que resultados pode chegar).
Descoberta de vida extraterrestre até 2020 – Mercúrio ou Marte?
(Mustafá Ali Kanso - Hypescience) Nas últimas semanas recebi uma enxurrada de e-mails de meus leitores por conta de duas notícias veiculadas no Hypescience.
A primeira se refere aos resultados da primeira análise completa do solo marciano realizada pela sonda Curiosity e a aparente “atmosfera de mistério” com que o relatório da NASA foi cercado até sua publicação na União Geofísica Americana do dia 03 de dezembro.
E a segunda, relacionada com a descoberta de gelo e compostos orgânicos complexos em Mercúrio.
Evidentemente tudo a ver com meu artigo de 15 de julho “Descoberta de Vida Extraterrestre até 2020” – sugerindo que um azarão tinha entrado no páreo.
De fato, Mercúrio seria um dos últimos astros a ser cotado como forte candidato a abrigar formas de vida (mesmo primitivas), seja em virtude das elevadas temperaturas de sua superfície, seja pela elevada dosagem de radiação ultravioleta que a tudo esteriliza – dada sua órbita ser a menos afastada do Sol.
Ironia ou não, a discussão se reacendeu, muito mais por Mercúrio do que por Marte.
Em alguns e-mails, meus leitores, que também ousam fazer algumas previsões, sugerem que Mercúrio poderia ser a descoberta do século – pois algumas crateras de seu polo norte ficam “às escuras” livres de toda a abundância esterilizadora da energia solar.
Mesmo com a pouca probabilidade desse azarão entrar na galeria dos planetas premiados com a possibilidade de vida, a notícia por si só faz acender algumas luzes em nossos painéis de assombro.
Isso sem contar Titã – a célebre lua de Saturno – cujos indícios da presença de oceano de água se tornaram mais concretos depois das análises dos dados coletados pela sonda Cassini.
Marte surge como favorito, principalmente com os esforços realizados nesses últimos anos e a divulgação da agenda de novas missões:
2013 – Sonda MAVEN (NASA)
Como a própria sigla sugere, a sonda MAVEN para Mars Atmosphere and Volatile EvolutioN ( evolução da atmosfera e ambientes voláteis de Marte) deverá estudar a atmosfera superior de Marte tendo como um dos principais objetivos descobrir o que ocorreu com os oceanos que parecem ter coberto Marte no passado
2016 – Missão InSight (NASA)
Programada para ser lançada em Março de 2016 e chegar a Marte em Setembro do mesmo ano a Insight terá como objetivo principal o estudo do interior de Marte, na tentativa de descobrir porque o planeta não possui placas tectônicas que se deslocam, como na Terra e o que provoca seus abalos sísmicos e com isso tentar entender um pouco mais sobre a formação dos planetas rochosos.
2016/2018 – Missão ExoMars (NASA/ESA)
Em missão conjunta com a Agência Espacial Europeia (ESA) a missão ExoMars composta por módulo orbitador e veículo de exploração no solo tem como principal objetivo a busca por gelo e água e também sinais de vida.
2020 – PRÉVIA ORBITAL (NASA)
Um novo veículo robô, similar ao Curiosity, terá como principal tarefa levantar as informações necessárias para viabilizar a missão tripulada de 2030.
Com todas essas novas missões para o planeta vermelho ouso reiterar o que já afirmei – a declaração oficial da descoberta de vida não terrestre é apenas uma questão de tempo.
Minha previsão é que isso ocorrerá até 2020. Qual é a sua, meu caro leitor?
25 de dez. de 2012
Videocast "Céu da Semana" - 24 a 30 de dezembro de 2012
LAbI - Laboratório Aberto de Interatividade para Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico - da UFSCar
Pensando em Astronomia
(Severino Fidelis de Moura) Poema composto para a confraternização de natal do Clube de Astronomia de Alagoas em 2005.
Um natal pensando alto
Em busca dos Messier
Bem acima das montanhas
Coisa pra ninguém ver
Somente com ajuda óptica
Eles chegam a aparecer
Desde os antigos Sumérios
Aos feitos de Ptolomeu
O homem vem estudando
Imitando até Galileu
As obras de Astronomia
Nesse céu da cor de breu
Cada um faz sua parte
Nesse mundo conturbado
No caso do astrônomo
Seja amador ou mestrado
Ver de luneta ou telescópio
O céu brasileiro estrelado
Nesse céu tão vasculhado
Nas noites escuras sem medo
E sempre na esperança
De descobrir um segredo
O brilho duma Supernova
Começo dum Buraco Negro.
Chega até ser solitária
A vida nestas alturas
Observando ao telescópio
Forçando o corpo a postura
Comprometendo o espinhaço
Sem ver a Matéria Escura
Só dez por cento do cosmo
Já foram localizados
A busca da cosmologia
É encontrar com cuidado
O restante da Matéria
Como estariam guardados?
Não é fácil acreditar
Essas coisas tão além
Só mesmo lendo os estudos
Para entender tudo bem
Conforme Stephen Hawking
E os feitos do Big-Bang
Apreciar bem o céu
Só presta durante á noite
Na posse dum Telescópio
Vento fraco sem açoite
E para ver direito mesmo
Só através dum pernoite
Nesta corte de vanguarda
Nosso Clube de Astronomia
Tanta gente em harmonia
Olhando o céu e pensando!
Como foi que Isaac Newton
Sem achar nada bonito
Conquistou o infinito
Deixando o mundo rodando?
Um natal pensando alto
Em busca dos Messier
Bem acima das montanhas
Coisa pra ninguém ver
Somente com ajuda óptica
Eles chegam a aparecer
Desde os antigos Sumérios
Aos feitos de Ptolomeu
O homem vem estudando
Imitando até Galileu
As obras de Astronomia
Nesse céu da cor de breu
Cada um faz sua parte
Nesse mundo conturbado
No caso do astrônomo
Seja amador ou mestrado
Ver de luneta ou telescópio
O céu brasileiro estrelado
Nesse céu tão vasculhado
Nas noites escuras sem medo
E sempre na esperança
De descobrir um segredo
O brilho duma Supernova
Começo dum Buraco Negro.
Chega até ser solitária
A vida nestas alturas
Observando ao telescópio
Forçando o corpo a postura
Comprometendo o espinhaço
Sem ver a Matéria Escura
Só dez por cento do cosmo
Já foram localizados
A busca da cosmologia
É encontrar com cuidado
O restante da Matéria
Como estariam guardados?
Não é fácil acreditar
Essas coisas tão além
Só mesmo lendo os estudos
Para entender tudo bem
Conforme Stephen Hawking
E os feitos do Big-Bang
Apreciar bem o céu
Só presta durante á noite
Na posse dum Telescópio
Vento fraco sem açoite
E para ver direito mesmo
Só através dum pernoite
Nesta corte de vanguarda
Nosso Clube de Astronomia
Tanta gente em harmonia
Olhando o céu e pensando!
Como foi que Isaac Newton
Sem achar nada bonito
Conquistou o infinito
Deixando o mundo rodando?
Reflexões sobre o bem e o mal
(Marcelo Gleiser - Folha) O mundo não acabou e estamos aqui, vésperas de mais um Natal. Foi um ano importante para a física e a cosmologia. O tão procurado bóson de Higgs foi encontrado, se bem que não sabemos ainda que bóson é ele. Existem dúvidas que só mais dados podem sanar.
Seja o Higgs esperado ou um seu primo, vejo isso como um assunto a ser celebrado por toda a humanidade. Não porque a descoberta vá mudar a vida de muita gente, ou porque uma nova tecnologia que resolverá os problemas mundiais de fome e energia vira daí.
O Higgs representa o triunfo de nossa imaginação e empreendimento, o casamento entre criatividade e engenhosidade que representa o que há de melhor em nossa espécie.
Pense que a ideia de uma tal partícula veio do cérebro de um punhado de físicos trabalhando na Europa e nos EUA em meados dos anos 1960, quando o Brasil entrava pelo longo túnel da ditatura militar.
Mas, em ciência, uma ideia só ganha aceitação quando é verificada por experimentos. Isso deveria ser óbvio, já que o objetivo principal da ciência é explicar (ou pelo menos descrever) como funciona o mundo que vemos e medimos.
Passaram-se quase cinco décadas até que a tal partícula, ou algo como ela, fosse encontrada, num esforço que envolveu milhares de cientistas e engenheiros e que custou bilhões de dólares.
Esse tipo de empreendimento, caro e envolvendo tanta gente empenhada em um atingir um objetivo comum, não deixa de ter semelhanças com as construções das grandes obras da humanidade, de Stonehenge e das pirâmides egípcias às catedrais medievais e ao Telescópio Espacial Hubble.
Provamos, a cada vez que obtemos sucesso, que somos mesmo uma espécie única, capaz de grandes feitos quando trabalhamos juntos, seja por livre e espontânea vontade, como no Grande Colisor de Hádrons, a máquina construída na Suíça onde foi descoberto o Higgs, e até sob condições violentas, como ocorria no antigo Egito.
A cada obra concluída o espírito humano se renova, orgulhoso com o que fez. Mas tão importante quanto esse orgulho é a humildade de ver o quanto ainda não foi feito, o quanto ainda continua inacabado ou incompreendido.
Se um dos objetivos da ciência é aliviar o sofrimento humano, seria inocente acreditar que tal objetivo será um dia alcançado. Livrar-nos das iniquidades sociais não seria suficiente, mesmo se possível.
Temos a Natureza, com sua força indomável, sempre a nos pegar de surpresa, como no caso do furacão Sandy aqui nos EUA neste ano, provavelmente uma indicação do tipo de clima extremo que está por vir. Exemplos no Brasil não faltam. Temos também a natureza humana, encalhada numa luta perene entre o bem e o mal, como vemos nas ações tão belas de uns e nas horripilantes de outros.
Dentro dessa constante polaridade que é nossa existência, o que de melhor podemos fazer, acho eu, é afirmar nossa convicção de que podemos melhorar, de que novas belas obras estão sendo construídas, e não só as de grande porte. Do esforço de cada um vem a esperança de que o bem, mesmo se inevitável contraparte do mal, tem ao menos a chance de superá-lo.
Seja o Higgs esperado ou um seu primo, vejo isso como um assunto a ser celebrado por toda a humanidade. Não porque a descoberta vá mudar a vida de muita gente, ou porque uma nova tecnologia que resolverá os problemas mundiais de fome e energia vira daí.
O Higgs representa o triunfo de nossa imaginação e empreendimento, o casamento entre criatividade e engenhosidade que representa o que há de melhor em nossa espécie.
Pense que a ideia de uma tal partícula veio do cérebro de um punhado de físicos trabalhando na Europa e nos EUA em meados dos anos 1960, quando o Brasil entrava pelo longo túnel da ditatura militar.
Mas, em ciência, uma ideia só ganha aceitação quando é verificada por experimentos. Isso deveria ser óbvio, já que o objetivo principal da ciência é explicar (ou pelo menos descrever) como funciona o mundo que vemos e medimos.
Passaram-se quase cinco décadas até que a tal partícula, ou algo como ela, fosse encontrada, num esforço que envolveu milhares de cientistas e engenheiros e que custou bilhões de dólares.
Esse tipo de empreendimento, caro e envolvendo tanta gente empenhada em um atingir um objetivo comum, não deixa de ter semelhanças com as construções das grandes obras da humanidade, de Stonehenge e das pirâmides egípcias às catedrais medievais e ao Telescópio Espacial Hubble.
Provamos, a cada vez que obtemos sucesso, que somos mesmo uma espécie única, capaz de grandes feitos quando trabalhamos juntos, seja por livre e espontânea vontade, como no Grande Colisor de Hádrons, a máquina construída na Suíça onde foi descoberto o Higgs, e até sob condições violentas, como ocorria no antigo Egito.
A cada obra concluída o espírito humano se renova, orgulhoso com o que fez. Mas tão importante quanto esse orgulho é a humildade de ver o quanto ainda não foi feito, o quanto ainda continua inacabado ou incompreendido.
Se um dos objetivos da ciência é aliviar o sofrimento humano, seria inocente acreditar que tal objetivo será um dia alcançado. Livrar-nos das iniquidades sociais não seria suficiente, mesmo se possível.
Temos a Natureza, com sua força indomável, sempre a nos pegar de surpresa, como no caso do furacão Sandy aqui nos EUA neste ano, provavelmente uma indicação do tipo de clima extremo que está por vir. Exemplos no Brasil não faltam. Temos também a natureza humana, encalhada numa luta perene entre o bem e o mal, como vemos nas ações tão belas de uns e nas horripilantes de outros.
Dentro dessa constante polaridade que é nossa existência, o que de melhor podemos fazer, acho eu, é afirmar nossa convicção de que podemos melhorar, de que novas belas obras estão sendo construídas, e não só as de grande porte. Do esforço de cada um vem a esperança de que o bem, mesmo se inevitável contraparte do mal, tem ao menos a chance de superá-lo.
Asteroide (99942) Apophis
Notícia do blog Remanzacco Observatory sobre a passagem do asteroide Apophis em 9 de janeiro de 2013, onde poderá ser observado e calculada a sua órbita com mais precisão, a fim de melhorar os prognósticos para a passagem prevista para o ano de 2029.
link para a notícia (em inglês)
Revista Espaço Científico Livre - edição nr. 11
A edição 11 da Revista Espaço Científico Livre já está disponível online:
24 de dez. de 2012
Um presente de Natal!
(Cássio Leandro Dal Ri Barbosa - G1) No dia 28 de novembro, tivemos uma ocultação de Júpiter pela Lua, logo no começo da noite. Esse fenômeno foi visível em parte do Brasil, mas muita gente ficou sem acompanhar o espetáculo. Desta vez, vai ser diferente: o “show” deve ser visto no país inteiro e em boa parte da América do Sul.
Começando por volta das 20h30 (horário de Brasília) desta terça-feira (25) de Natal, a Lua mais uma vez deve encobrir Júpiter, tal qual em novembro. Como o horário é aproximado, convém começar a observar um pouco antes, tipo uns 10-15 minutos, para não perder o evento. Não vai ser difícil achar esse par no céu.
O espetáculo deve durar por volta de 1h30, então por volta das 22h vai ser possível ver Júpiter saindo de trás da Lua. Não é preciso nenhum tipo de equipamento, mas uma pequena luneta ou um binóculo pode revelar os satélites galileanos de Júpiter, dando um toque a mais.
Então está marcado: na noite de Natal, um belo presente dos céus!
----
Matérias similares no Infobservador (em espanhol) e Apolo11
----
E mais:
A Lua vai ocultar o planeta Júpiter no dia 25 de dezembro (O Serrano)
.
Animação da última ocultação, transmitida ao vivo pelo GOA, no último 28 de Novembro
.
Ano Novo: Conheça as estrelas que estarão no céu da virada! (Apolo11)
Teorias astronômicas tentam explicar estrela de Belém
Uma das teorias mais famosas é a de um cometa, mas astrônomos também apostam em outros fenômenos no céu.
(BBC/G1) Pode parecer blasfemo questionar uma imagem tão forte do Natal como a estrela de Belém, mas sua possível existência vem sendo objeto de um acalorado debate astronômico por décadas.
Seria possível que algum evento cósmico real pudesse ter direcionado os três reis magos, como relata a tradição cristã, ao local onde Jesus nasceu?
Esse debate requer uma grande premissa – de que a história da estrela e da viagem seja verdadeira.
O astrônomo David Hughes, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, publicou nos anos 1970 seu primeiro trabalho com a revisão de teorias sobre a famosa estrela.
Após passar muitos anos estudando as explicações astronômicas e revisando histórias bíblicas associadas, Hughes é hoje um especialista no assunto.
Os três reis seriam sábios religiosos de um grupo de astrônomos e astrólogos reverenciado na Babilônia antiga. Eles estudavam as estrelas e os planetas e interpretavam o significado por trás de eventos cósmicos.
Qualquer coisa muito rara era considerada um presságio, então a estrela deveria ter sido rara e visualmente espetacular. Além disso, diz Hughes, ela teria uma mensagem muito clara para os magos.
Isso leva o astrônomo a concluir que a estrela de Belém provavelmente não era um astro, e que o fenômeno estaria relacionado a mais do que um único evento.
Conjunção tripla
"Se você ler a Bíblia com cuidado", diz Hughes, "os magos viram algo quando estavam em seu próprio país – provavelmente a Babilônia –, então viajaram até Jerusalém e foram falar com o rei Herodes".
Segundo a história, os magos contaram a Herodes sobre o sinal que tinham visto e, segundo Hughes, "quando saíram de Jerusalém para Belém, eles viram algo de novo".
A melhor explicação de Hughes para essa série de eventos é algo conhecido como conjunção tripla entre Júpiter e Saturno – com os dois planetas aparecendo próximos no céu por três vezes em um curto período.
"Isso acontece quando você tem um alinhamento entre o Sol, a Terra, Júpiter e Saturno", explica.
Tim O'Brien, diretor-associado do Observatório Jodrell Bank, em Cheshire, sugere que isso teria parecido fora do comum. "É incrível o quanto nossa atenção é atraída quando vemos dois objetos muito brilhantes se juntando no céu", diz.
E, uma vez que os planetas se alinhem em suas órbitas, a Terra "ultrapassa" os outros, o que significa que Júpiter e Saturno pareceriam então mudar de direção no céu da noite.
"Naquela época, as pessoas se guiavam muito pelos movimentos dos planetas", afirma O'Brien.
O que é ainda mais significativo é que o evento teria ocorrido na constelação de Peixes, que representa um dos signos do zodíaco.
"Você somente teria uma conjunção tripla como essa a cada 900 anos", diz ele. Então, para os astrônomos da Babilônia há 2.000 anos, isso teria sido o sinal de algo muito significativo.
Seta sobre a Terra
A segunda explicação mais comum para a estrela de Belém é a de um cometa muito brilhante.
Apesar de serem certamente espetaculares e etéreos em suas aparições, eles são essencialmente "grandes e sujas bolas de neve" viajando pelo espaço.
"Quando chega próximo ao Sol, o gelo deles derrete e os ventos solares sopram esse material para o espaço, então você tem a cauda de matéria saindo do cometa", explica O'Brien.
Essa cauda, que aponta para o lado oposto do Sol, é uma das coisas que tornaram a ideia de um cometa como a estrela de Belém popular, destaca Hughes.
"Muitas pessoas já disseram que os cometas parecem observar a Terra de cima, porque parecem às vezes como uma seta", diz o astrônomo.
O registro mais antigo de uma aparição foi a de um cometa brilhante que surgiu na constelação de Capricórnio no ano 5 a.C., registrado por astrônomos na China.
Outro candidato menos provável, mas mais famoso, é o cometa Halley, que esteve visível por volta do ano 12 a.C.
Aqueles que apostam nessa teoria argumentam que o cometa de 5 a.C estaria no Hemisfério Sul do céu visto de Jerusalém, com a cabeça do cometa próximo ao horizonte e a cauda apontando verticalmente para cima.
"Muitas pessoas gostaram da ideia do cometa, então ele aparece bastante nos cartões de Natal", observa Hughes.
"O problema é que eles não são tão raros. Eles também eram algo comumente associado a eventos como morte, doenças e desastres", sugere. "Então, se contivessem uma mensagem, seria um mau presságio."
'Boa candidata'
Outra teoria é de que a estrela de Belém era a luz do nascimento de um astro, chamado nova. Há registros – novamente de astrônomos do Extremo Oriente – de uma estrela nova na pequena constelação de Áquila em 4 a.C.
"As pessoas que gostam dessa teoria dizem que a nova estrela estaria posicionada diretamente sobre Jerusalém", diz Hughes.
Robert Cockcroft, gerente do planetário McCallion, da Universidade McMaster, em Ontário, no Canadá, afirma que uma estrela nova é "uma boa candidata" para a estrela de Belém.
"Ela pode 'aparecer' como uma nova estrela em uma constelação e se apagar novamente nos meses seguintes", ressalta.
"Ela também não é muito brilhante, explicando por que não temos nenhum registro dela no Ocidente", diz.
Cockcroft sugere que isso também teria dado aos três reis magos algo para seguir.
Enquanto outros "presságios" poderiam ser necessários para levar os Magos a viajar na direção oeste a Jerusalém, ele diz, eles levariam meses para chegar lá, 'quando Áquila e a nova estrela teriam subido no céu para aparecer ao sul'.
"Belém fica ao sul de Jerusalém, então os magos poderiam ter 'seguido' a estrela até lá", afirma.
Teorias improváveis
Outras teorias mais improváveis, mas divertidas, também foram propostas ao longo dos anos, comenta Hughes.
Uma que ele descreve como particularmente pouco provável foi sugerida em 1979 em um trabalho acadêmico do astrônomo grego George Banos. Ele propôs que a estrela de Belém era na verdade o planeta Urano.
Banos disse que os magos teriam descoberto o planeta quase 1.800 anos antes de o astrônomo William Hersche ter registrado formalmente o achado, em 1781.
"Sua ideia era de que os magos descobriram Urano, que o planeta era a estrela de Belém e que eles então tentaram acobertar isso", explica Hughes.
----
Matéria similar no iG
----
E mais:
A dança festiva de uma estrela iluminando o sorriso de um menino...
“Há duas formas para viver sua vida. Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar, que todas as coisas são um milagre." Albert Einstein
(Marcelo de Oliveira Souza - CALC) Olá!!! Momento para reflexão... Caminhos a serem definidos... Destinos a serem imaginados... Esperança a ser renovada... Riquezas a serem divididas... Igualdade... Fraternidade... Lar dos sonhos dos milhões de semelhantes desamparados neste mundo injusto. Uma estrela anunciou há algum tempo a chegada de um Novo Mundo. Sinal que comemoramos a cada ano. Esperança renovada. A Estrela Belém.
No Evangelho Segundo São Mateus, se encontra a referência no Novo Testamento sobre tão famosa estrela. “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.” (Mt 2,1-2) “Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.”(Mt 2,7-11)
Outra referência é um pequeno trecho do Evangelho Apócrifo Segundo São Tiago. “Que sinal vistes indicando o nascimento desse rei?" Responderam os magos: "Um grande astro brilhou entre as demais estrelas de forma a ocultar-lhes [a luz].” (21,2)
Astrônomos tentaram, e ainda tentam, identificar algum fenômeno natural que possa corresponder a essas descrições. Fazendo uma correção de datas, de modo a se aproximar do ano mais provável de nascimento de Jesus Cristo, é possível, hoje em dia, realizar algumas simulações, com o auxílio de recursos computacionais, em busca da representação do céu que foi observado pelos magos. Considerando essa simulação e relatos de fenômenos observados na época, foram sugeridas algumas hipóteses. Uma das bases para essas sugestões é o trecho do Evangelho Segundo São Mateus: “Então Herodes, ..., inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.” . Este trecho pode ser analisado como se a estrela surgisse em um horário específico, e que Herodes não sabia como observá-la, permitindo conjeturar que havia necessidade de algum conhecimento prévio para poder reconhecê-la no céu. O termo “magos” poderia estar se referindo a sábios, como era utilizado no oriente. Para o grego Heródoto, o termo “magos” se referia a sacerdotes eruditos que, estudavam os textos sagrados, tinham conhecimento de astronomia, realizavam observações do céu, e viviam na Pérsia. Analisando todo o relato de São Mateus é ainda possível realizar as seguintes conjeturas, de acordo com alguns pesquisadores: A estrela surgia no leste e aparecia em uma determinada hora, esteve visível durante um certo período de tempo, permaneceu à frente dos magos quando eles se moviam para o Sul, de Jerusalém para Belém, e manteve-se sobre Belém.
Assim foram estudadas algumas possibilidades. Poderia ser um cometa. Proposta feita inicialmente pelo grego Orígenes no século II. Não há registro da observação de algum cometa brilhante no período, e se houvesse seria facilmente localizado no céu, não havendo razão para o fato de Herodes não saber localizá-lo. Após a observação da explosão de uma supernova por Tycho Brahe em 1572, esta também foi uma hipótese considerada. Seria também um evento facilmente observável. Uma outra hipótese, que foi considerada inicialmente por Johannes Kepler no século XVII, era uma conjunção de planetas. Várias possibilidades foram estudadas. Conjunção tripla de Júpiter e Regulus. Um encontro de Júpiter com Regulus (estrela mais brilhante da constelação de Leão) que ocorre por três vezes em seqüência. Fenômeno raro, e que pôde ser observado em um período próximo ao que imaginamos hoje ser o ano do nascimento de Jesus Cristo. Devido ao movimento retrógrado de Júpiter é possível encontrar elementos que satisfaçam as condições impostas pelo relato de São Mateus. Essa hipótese foi proposta por Frederick Larson em www.bethlehemstar.net. Outra hipótese considerada é uma conjunção tripla de Júpiter e Saturno.
Todas essas hipóteses são uma tentativa do ser humano em buscar compreender, dentro do seu limitado conhecimento da natureza, os mistérios do Universo. Santo Agostinho afirmava que o aparecimento da estrela de Belém foi um milagre. Fé e razão. Será necessário realizar uma escolha? Poderiam seguir caminhando de mãos dadas pelos caminhos da vida? Os modelos científicos desenvolvidos, com informações coletadas por diversas gerações, sendo usados de forma fraternal para a melhora das condições de vida dos seres humanos, servindo de suportes para a razão, e a fé servindo para aflorar a bondade e a compaixão, suportes para o espírito. Um futuro possível...
Comemoremos o nascimento de um menino iluminado.
----
E mais:
O Astrónomo de Herodes (O País)
.
Os magos na história de Jesus (DM)
(BBC/G1) Pode parecer blasfemo questionar uma imagem tão forte do Natal como a estrela de Belém, mas sua possível existência vem sendo objeto de um acalorado debate astronômico por décadas.
Seria possível que algum evento cósmico real pudesse ter direcionado os três reis magos, como relata a tradição cristã, ao local onde Jesus nasceu?
Esse debate requer uma grande premissa – de que a história da estrela e da viagem seja verdadeira.
O astrônomo David Hughes, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, publicou nos anos 1970 seu primeiro trabalho com a revisão de teorias sobre a famosa estrela.
Após passar muitos anos estudando as explicações astronômicas e revisando histórias bíblicas associadas, Hughes é hoje um especialista no assunto.
Os três reis seriam sábios religiosos de um grupo de astrônomos e astrólogos reverenciado na Babilônia antiga. Eles estudavam as estrelas e os planetas e interpretavam o significado por trás de eventos cósmicos.
Qualquer coisa muito rara era considerada um presságio, então a estrela deveria ter sido rara e visualmente espetacular. Além disso, diz Hughes, ela teria uma mensagem muito clara para os magos.
Isso leva o astrônomo a concluir que a estrela de Belém provavelmente não era um astro, e que o fenômeno estaria relacionado a mais do que um único evento.
Conjunção tripla
"Se você ler a Bíblia com cuidado", diz Hughes, "os magos viram algo quando estavam em seu próprio país – provavelmente a Babilônia –, então viajaram até Jerusalém e foram falar com o rei Herodes".
Segundo a história, os magos contaram a Herodes sobre o sinal que tinham visto e, segundo Hughes, "quando saíram de Jerusalém para Belém, eles viram algo de novo".
A melhor explicação de Hughes para essa série de eventos é algo conhecido como conjunção tripla entre Júpiter e Saturno – com os dois planetas aparecendo próximos no céu por três vezes em um curto período.
"Isso acontece quando você tem um alinhamento entre o Sol, a Terra, Júpiter e Saturno", explica.
Tim O'Brien, diretor-associado do Observatório Jodrell Bank, em Cheshire, sugere que isso teria parecido fora do comum. "É incrível o quanto nossa atenção é atraída quando vemos dois objetos muito brilhantes se juntando no céu", diz.
E, uma vez que os planetas se alinhem em suas órbitas, a Terra "ultrapassa" os outros, o que significa que Júpiter e Saturno pareceriam então mudar de direção no céu da noite.
"Naquela época, as pessoas se guiavam muito pelos movimentos dos planetas", afirma O'Brien.
O que é ainda mais significativo é que o evento teria ocorrido na constelação de Peixes, que representa um dos signos do zodíaco.
"Você somente teria uma conjunção tripla como essa a cada 900 anos", diz ele. Então, para os astrônomos da Babilônia há 2.000 anos, isso teria sido o sinal de algo muito significativo.
Seta sobre a Terra
A segunda explicação mais comum para a estrela de Belém é a de um cometa muito brilhante.
Apesar de serem certamente espetaculares e etéreos em suas aparições, eles são essencialmente "grandes e sujas bolas de neve" viajando pelo espaço.
"Quando chega próximo ao Sol, o gelo deles derrete e os ventos solares sopram esse material para o espaço, então você tem a cauda de matéria saindo do cometa", explica O'Brien.
Essa cauda, que aponta para o lado oposto do Sol, é uma das coisas que tornaram a ideia de um cometa como a estrela de Belém popular, destaca Hughes.
"Muitas pessoas já disseram que os cometas parecem observar a Terra de cima, porque parecem às vezes como uma seta", diz o astrônomo.
O registro mais antigo de uma aparição foi a de um cometa brilhante que surgiu na constelação de Capricórnio no ano 5 a.C., registrado por astrônomos na China.
Outro candidato menos provável, mas mais famoso, é o cometa Halley, que esteve visível por volta do ano 12 a.C.
Aqueles que apostam nessa teoria argumentam que o cometa de 5 a.C estaria no Hemisfério Sul do céu visto de Jerusalém, com a cabeça do cometa próximo ao horizonte e a cauda apontando verticalmente para cima.
"Muitas pessoas gostaram da ideia do cometa, então ele aparece bastante nos cartões de Natal", observa Hughes.
"O problema é que eles não são tão raros. Eles também eram algo comumente associado a eventos como morte, doenças e desastres", sugere. "Então, se contivessem uma mensagem, seria um mau presságio."
'Boa candidata'
Outra teoria é de que a estrela de Belém era a luz do nascimento de um astro, chamado nova. Há registros – novamente de astrônomos do Extremo Oriente – de uma estrela nova na pequena constelação de Áquila em 4 a.C.
"As pessoas que gostam dessa teoria dizem que a nova estrela estaria posicionada diretamente sobre Jerusalém", diz Hughes.
Robert Cockcroft, gerente do planetário McCallion, da Universidade McMaster, em Ontário, no Canadá, afirma que uma estrela nova é "uma boa candidata" para a estrela de Belém.
"Ela pode 'aparecer' como uma nova estrela em uma constelação e se apagar novamente nos meses seguintes", ressalta.
"Ela também não é muito brilhante, explicando por que não temos nenhum registro dela no Ocidente", diz.
Cockcroft sugere que isso também teria dado aos três reis magos algo para seguir.
Enquanto outros "presságios" poderiam ser necessários para levar os Magos a viajar na direção oeste a Jerusalém, ele diz, eles levariam meses para chegar lá, 'quando Áquila e a nova estrela teriam subido no céu para aparecer ao sul'.
"Belém fica ao sul de Jerusalém, então os magos poderiam ter 'seguido' a estrela até lá", afirma.
Teorias improváveis
Outras teorias mais improváveis, mas divertidas, também foram propostas ao longo dos anos, comenta Hughes.
Uma que ele descreve como particularmente pouco provável foi sugerida em 1979 em um trabalho acadêmico do astrônomo grego George Banos. Ele propôs que a estrela de Belém era na verdade o planeta Urano.
Banos disse que os magos teriam descoberto o planeta quase 1.800 anos antes de o astrônomo William Hersche ter registrado formalmente o achado, em 1781.
"Sua ideia era de que os magos descobriram Urano, que o planeta era a estrela de Belém e que eles então tentaram acobertar isso", explica Hughes.
----
Matéria similar no iG
----
E mais:
A dança festiva de uma estrela iluminando o sorriso de um menino...
“Há duas formas para viver sua vida. Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar, que todas as coisas são um milagre." Albert Einstein
(Marcelo de Oliveira Souza - CALC) Olá!!! Momento para reflexão... Caminhos a serem definidos... Destinos a serem imaginados... Esperança a ser renovada... Riquezas a serem divididas... Igualdade... Fraternidade... Lar dos sonhos dos milhões de semelhantes desamparados neste mundo injusto. Uma estrela anunciou há algum tempo a chegada de um Novo Mundo. Sinal que comemoramos a cada ano. Esperança renovada. A Estrela Belém.
No Evangelho Segundo São Mateus, se encontra a referência no Novo Testamento sobre tão famosa estrela. “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.” (Mt 2,1-2) “Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.”(Mt 2,7-11)
Outra referência é um pequeno trecho do Evangelho Apócrifo Segundo São Tiago. “Que sinal vistes indicando o nascimento desse rei?" Responderam os magos: "Um grande astro brilhou entre as demais estrelas de forma a ocultar-lhes [a luz].” (21,2)
Astrônomos tentaram, e ainda tentam, identificar algum fenômeno natural que possa corresponder a essas descrições. Fazendo uma correção de datas, de modo a se aproximar do ano mais provável de nascimento de Jesus Cristo, é possível, hoje em dia, realizar algumas simulações, com o auxílio de recursos computacionais, em busca da representação do céu que foi observado pelos magos. Considerando essa simulação e relatos de fenômenos observados na época, foram sugeridas algumas hipóteses. Uma das bases para essas sugestões é o trecho do Evangelho Segundo São Mateus: “Então Herodes, ..., inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.” . Este trecho pode ser analisado como se a estrela surgisse em um horário específico, e que Herodes não sabia como observá-la, permitindo conjeturar que havia necessidade de algum conhecimento prévio para poder reconhecê-la no céu. O termo “magos” poderia estar se referindo a sábios, como era utilizado no oriente. Para o grego Heródoto, o termo “magos” se referia a sacerdotes eruditos que, estudavam os textos sagrados, tinham conhecimento de astronomia, realizavam observações do céu, e viviam na Pérsia. Analisando todo o relato de São Mateus é ainda possível realizar as seguintes conjeturas, de acordo com alguns pesquisadores: A estrela surgia no leste e aparecia em uma determinada hora, esteve visível durante um certo período de tempo, permaneceu à frente dos magos quando eles se moviam para o Sul, de Jerusalém para Belém, e manteve-se sobre Belém.
Assim foram estudadas algumas possibilidades. Poderia ser um cometa. Proposta feita inicialmente pelo grego Orígenes no século II. Não há registro da observação de algum cometa brilhante no período, e se houvesse seria facilmente localizado no céu, não havendo razão para o fato de Herodes não saber localizá-lo. Após a observação da explosão de uma supernova por Tycho Brahe em 1572, esta também foi uma hipótese considerada. Seria também um evento facilmente observável. Uma outra hipótese, que foi considerada inicialmente por Johannes Kepler no século XVII, era uma conjunção de planetas. Várias possibilidades foram estudadas. Conjunção tripla de Júpiter e Regulus. Um encontro de Júpiter com Regulus (estrela mais brilhante da constelação de Leão) que ocorre por três vezes em seqüência. Fenômeno raro, e que pôde ser observado em um período próximo ao que imaginamos hoje ser o ano do nascimento de Jesus Cristo. Devido ao movimento retrógrado de Júpiter é possível encontrar elementos que satisfaçam as condições impostas pelo relato de São Mateus. Essa hipótese foi proposta por Frederick Larson em www.bethlehemstar.net. Outra hipótese considerada é uma conjunção tripla de Júpiter e Saturno.
Todas essas hipóteses são uma tentativa do ser humano em buscar compreender, dentro do seu limitado conhecimento da natureza, os mistérios do Universo. Santo Agostinho afirmava que o aparecimento da estrela de Belém foi um milagre. Fé e razão. Será necessário realizar uma escolha? Poderiam seguir caminhando de mãos dadas pelos caminhos da vida? Os modelos científicos desenvolvidos, com informações coletadas por diversas gerações, sendo usados de forma fraternal para a melhora das condições de vida dos seres humanos, servindo de suportes para a razão, e a fé servindo para aflorar a bondade e a compaixão, suportes para o espírito. Um futuro possível...
Comemoremos o nascimento de um menino iluminado.
----
E mais:
O Astrónomo de Herodes (O País)
.
Os magos na história de Jesus (DM)
Revista ‘Nature’ elege as maiores conquistas de 2012
(O Globo) A edição de fim de ano da revista “Nature” elegeu, pela segunda vez consecutiva, as dez personalidades por trás de feitos científicos que fizeram diferença em 2012. O grande destaque foi a história de bastidor e diplomacia que cercou a descoberta do bóson de Higgs — cujo anúncio oficial deve sair em março —, mas também estão na lista a pesquisadora que previu, anos antes, a devastadora tempestade Sandy em Nova York; o homem que levou o robô Curiosity em segurança a Marte; e o engenheiro italiano condenado a seis anos de prisão, que era responsável pela Defesa Civil quando um terremoto matou mais de 300 pessoas em L’Aquila, em 2009.
À frente do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), o diretor Rolf-Dieter Heuer tinha controle financeiro sobre o Grande Colisor de Hádrons (LHC), maior acelerador de partículas do mundo, mas tinha menos autoridade sobre o experimento, administrado democraticamente pelos físicos que o construíram. Dois grupos de pesquisadores — o de Fabiola Gianotti e Joe Incandela — tinham encontrado fortes indícios do bóson de Higgs em junho, mas permaneciam relutantes em anunciá-los como descoberta antes que as chances de um erro estatístico fosse reduzida ao nível de 5-sigma (uma parte em 3,5 milhões). Heuer enfrentava a pressão do governo, da sociedade e de cientistas independentes que diziam que, se houvesse algo a declarar, era dever dizê-lo à população, que havia custeado a construção do LHC. Em vez de precipitar uma decisão, o diretor da Cern decidiu assumir a responsabilidade pelo anúncio em um seminário no início de julho, com a presença dos pesquisadores. Diplomaticamente disse, dirigindo-se aos cientistas que foram impelidos a confirmar a história:
— Como leigo, eu diria que acredito que temos (o bóson). Vocês concordam?
Sandy foi prevista com anos de antecedência
Outro perfil destacado pela publicação é o da pesquisadora Cynthia Rosenzweig, que previu com anos de antecedência o impacto da super tempestade Sandy em Nova York, onde, inclusive, mora sua mãe de 97 anos. Por causa do relatório de avaliação do Programa de Pesquisa Global americano de Rosenzweig, a cidade conseguiu se preparar, incorporando adaptações estruturais a longo prazo, como a atualização dos códigos de construção e a gestão de parques e zonas úmidas para acomodar inundações e o aumento do nível do mar. Mas ainda há muito a fazer, segundo ela:
— Temos que fazer mais, melhor, gastar mais dinheiro. Temos que conseguir, não há escolha .
Gastos de US$ 2,5 bilhões em uma única missão não foram problema para a Nasa levar a Marte o robô Curiosity, função desempenhada pelo engenheiro de visual rockabilly Adam Steltzner, outro destaque de 2012. E ninguém estava mais aflito com o pouso no planeta vermelho do que ele. Primeiro, todos os dados da nave espacial pareciam bem, até que alguns sinais anormais começaram a chegar na sala de controle em Pasadena, Califórnia. Passado o susto, o Curiosity tocou o solo de Marte em segurança, e Steltzner pôde respirar aliviado.
Especialistas condenados na Itália na lista
O vice-diretor de Defesa Civil italiano, Bernardo De Bernardinis, sentenciado a seis anos de prisão por ter negligenciado os riscos de terremoto em L´Aquila, em 2009, também está na lista. Apontado como responsável, ele diz ter confiado nos sismólogos que não previram os riscos iminentes — tarefa nada fácil quando se trata de terremoto — e aconselharam a população a permanecer na cidade. Dias depois, um abalo de magnitude 6,3 matou mais de 300 pessoas.
Outros nomes listados são Jun Wang, diretor do BGI-Shenzhen, na China, um dos maiores centros de pesquisas genéticas do mundo; o biólogo Cédric Blanpain, que desenvolveu técnicas de rastreamento celular em células-tronco com câncer; a geneticista Elizabeth Iorns, por sua busca para que experimentos sejam checados; o matemático da Universidade de Cambridge, Tim Gowers, cujo blog desencadeou um boicote à editora Elsevier pelo alto custo das publicações; a microbiologista Jo Handelsman, pelo estudo sobre preconceito contra mulheres na Ciência; e o virologista Ron Fouchier, do Centro Médico Erasmus, em Roterdã, que construiu em laboratório o vírus da gripe H5N1, um dos mais letais, levantando um debate sobre biossegurança.
----
E mais:
Retrospectiva 2012: Os dez cientistas do ano (iG)
À frente do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), o diretor Rolf-Dieter Heuer tinha controle financeiro sobre o Grande Colisor de Hádrons (LHC), maior acelerador de partículas do mundo, mas tinha menos autoridade sobre o experimento, administrado democraticamente pelos físicos que o construíram. Dois grupos de pesquisadores — o de Fabiola Gianotti e Joe Incandela — tinham encontrado fortes indícios do bóson de Higgs em junho, mas permaneciam relutantes em anunciá-los como descoberta antes que as chances de um erro estatístico fosse reduzida ao nível de 5-sigma (uma parte em 3,5 milhões). Heuer enfrentava a pressão do governo, da sociedade e de cientistas independentes que diziam que, se houvesse algo a declarar, era dever dizê-lo à população, que havia custeado a construção do LHC. Em vez de precipitar uma decisão, o diretor da Cern decidiu assumir a responsabilidade pelo anúncio em um seminário no início de julho, com a presença dos pesquisadores. Diplomaticamente disse, dirigindo-se aos cientistas que foram impelidos a confirmar a história:
— Como leigo, eu diria que acredito que temos (o bóson). Vocês concordam?
Sandy foi prevista com anos de antecedência
Outro perfil destacado pela publicação é o da pesquisadora Cynthia Rosenzweig, que previu com anos de antecedência o impacto da super tempestade Sandy em Nova York, onde, inclusive, mora sua mãe de 97 anos. Por causa do relatório de avaliação do Programa de Pesquisa Global americano de Rosenzweig, a cidade conseguiu se preparar, incorporando adaptações estruturais a longo prazo, como a atualização dos códigos de construção e a gestão de parques e zonas úmidas para acomodar inundações e o aumento do nível do mar. Mas ainda há muito a fazer, segundo ela:
— Temos que fazer mais, melhor, gastar mais dinheiro. Temos que conseguir, não há escolha .
Gastos de US$ 2,5 bilhões em uma única missão não foram problema para a Nasa levar a Marte o robô Curiosity, função desempenhada pelo engenheiro de visual rockabilly Adam Steltzner, outro destaque de 2012. E ninguém estava mais aflito com o pouso no planeta vermelho do que ele. Primeiro, todos os dados da nave espacial pareciam bem, até que alguns sinais anormais começaram a chegar na sala de controle em Pasadena, Califórnia. Passado o susto, o Curiosity tocou o solo de Marte em segurança, e Steltzner pôde respirar aliviado.
Especialistas condenados na Itália na lista
O vice-diretor de Defesa Civil italiano, Bernardo De Bernardinis, sentenciado a seis anos de prisão por ter negligenciado os riscos de terremoto em L´Aquila, em 2009, também está na lista. Apontado como responsável, ele diz ter confiado nos sismólogos que não previram os riscos iminentes — tarefa nada fácil quando se trata de terremoto — e aconselharam a população a permanecer na cidade. Dias depois, um abalo de magnitude 6,3 matou mais de 300 pessoas.
Outros nomes listados são Jun Wang, diretor do BGI-Shenzhen, na China, um dos maiores centros de pesquisas genéticas do mundo; o biólogo Cédric Blanpain, que desenvolveu técnicas de rastreamento celular em células-tronco com câncer; a geneticista Elizabeth Iorns, por sua busca para que experimentos sejam checados; o matemático da Universidade de Cambridge, Tim Gowers, cujo blog desencadeou um boicote à editora Elsevier pelo alto custo das publicações; a microbiologista Jo Handelsman, pelo estudo sobre preconceito contra mulheres na Ciência; e o virologista Ron Fouchier, do Centro Médico Erasmus, em Roterdã, que construiu em laboratório o vírus da gripe H5N1, um dos mais letais, levantando um debate sobre biossegurança.
----
E mais:
Retrospectiva 2012: Os dez cientistas do ano (iG)
Se fótons não tem massa, como podem ter “momento”?
(Hypescience) Na matéria sobre a equação completa de Einstein, apontamos que o momento é definido como sendo o produto da massa pela velocidade, conforme definido por Isaac Newton, séculos atrás.
Mas se o fóton tem massa de repouso zero, como ele pode ter momento? Existem várias maneiras de responder esta pergunta. A mais simples delas é relacionando a equação de Einstein com a relação de De Broglie. As duas equações ajudam a determinar a energia de uma partícula, e podem explicar o momento de um fóton.
23 de dez. de 2012
22 de dez. de 2012
O Mundo assombrado pelos jumentos...
O Grupo de Apoio em Eventos Astronômicos, através de seus sócios, membros e colaboradores, parabeniza os nibirutas, fanáticos, pseudocientistas, portavozes de alienígenas, charlatães, vigaristas e propagadores de datas fatídicas por terem sobrevivido ao "fim do mundo".
Estendemos nossos cumprimentos aos defensores do politicamente correto, que insistem com o discurso de que devemos respeitar as crenças de cada um, por mais absurdas que sejam, ou por mais transtornos que elas possam causar a uma sociedade.
Reconhecemos nossa derrota porque tínhamos um pouco de esperança de vermos, junto de nossa própria destruição, toda essa corja sendo dizimada, exterminada, reduzida a pó. Mas que pena! Sonhamos alto demais!
Parabéns a todos vocês por serem a prova (ainda) viva de que a Humanidade, apesar da tecnologia e dos avanços no conhecimento, voltou (ou fez começar) definitivamente à Idade das Trevas.
Encerramos esta declaração com algumas citações:
LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS:
(Artigo 41. Causar pânico ou tumulto)
Provocar alarme, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto, pena de prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa de até R$ 112.000,00.
Aos defensores politicamente corretos:
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO:
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.
E que venha o Apophis...
“Ser letrado cientificamente permite-lhe ter o poder de saber avaliar quando alguém lhe está tentando convencer de uma grande mentira” (Neil deGrasse Tyson)
21 de dez. de 2012
LHC pode se tornar cronômetro mais preciso do mundo
O medidor de yoctossegundos permitirá um upgrade no entendimento científico de um estado da matéria absolutamente exótico. [Imagem: Ipp/Somkuti]
Tempo que voa
(Inovação Tecnológica) As colisões de íons pesados que ocorrem no LHC são capazes de produzir os pulsos de luz mais curtos já criados pelo homem.
Isto é o que demonstraram físicos da Universidade de Viena, na Áustria.
O problema é que os pulsos de luz são tão curtos que nenhum equipamento atual consegue medi-los.
O recorde mundial de menor tempo já medido, batido em 2010, alcançou a faixa dos attossegundos - 10-18 segundos.
Mas o LHC pode estar gerando pulsos de luz com duração na faixa dos yoctossegundos - 10-24 segundos.
Entre o atto e o yocto há ainda o zepto (10-21).
Do muito grande ao muito pequeno
Mas como checar se isso é realmente verdade?
Os próprios cientistas austríacos propuseram uma solução, que não exigirá o desenvolvimento de nenhum novo equipamento.
Peter Somkuti e Andreas Ipp afirmam que será possível aproveitar um efeito hoje usado em astronomia para medir frações muito pequenas de tempo.
Isso será possível quando um novo calorímetro for instalado no LHC, um upgrade que já está programado para acontecer.
O que permitirá um upgrade no entendimento científico de um estado da matéria absolutamente exótico.
Pulsos de luz mais curtos
Quando os núcleos de chumbo se chocam no interior dos anéis do LHC, a energia gerada é tão grande que se produz o chamado plasma de quarks-glúons, um estado da matéria tão quente que até os prótons e os nêutrons se fundem.
Ocorre que o plasma de quarks-glúons mantém-se "estável" por apenas alguns yoctossegundos, o que explica porque os cientistas ainda não sabem muita coisa sobre ele.
Nesse período, porém, o plasma emite pulsos de luz, que carregam informações importantes sobre esse estado exótico da matéria, que eventualmente pode existir de forma natural, mas apenas no núcleo de algumas estrelas muito densas.
A ideia é capturar essa luz para obter mais informações sobre o plasma de quarks-glúons.
O efeito Hanbury Brown-Twiss é usado para fazer medições astronômicas, mas será adaptado para medir o tempo. [Imagem: Ipp/Somkuti]
Do espaço para o tempo
Os dois físicos propuseram fazer isso usando um fenômeno chamado Efeito Hanbury Brown-Twiss, hoje usado para fazer medições astronômicas, por meio da comparação dos dados de dois detectores de luz diferentes.
Isso permite calcular o diâmetro de uma estrela com muita precisão.
"Em vez de medir distâncias espaciais, o efeito pode igualmente ser usado para medir intervalos de tempo," disse Somkuti. "Será difícil fazer, mas é definitivamente possível."
Agora é só esperar pelo novo calorímetro, que será instalado no detector ALICE em 2018.
Se tiverem sucesso, os pesquisadores abrirão as portas para vários outros experimentos, além dos estudos sobre o plasma de guarks-glúons.
"Experimentos usando dois pulsos de luz são frequentemente utilizados em física quântica," explicou Andreas. "O primeiro pulso altera o estado do objeto sob investigação, e um segundo pulso é emitido logo depois, para medir a alteração."
Com a possibilidade de medir pulsos na faixa dos yoctossegundos, esta abordagem bem estabelecida poderá ser usada em áreas que até agora estão completamente inacessíveis a este tipo de pesquisa, como as reações nucleares ou a fotossíntese.
Instalação da GOAMet2 no Parque Nacional do Caparaó e Chuva de Meteoros
Entre os dias 12 e 14 de Dezembro de 2012 a equipe do GOA/UFES esteve no Parque Nacional do Caparaó, para instalação da Estação Meteorológica Automática (EMA) do GOA (GOAMet2) na Casa Queimada e realocação do registrador de temperatura para a Tronqueira, Alto Caparaó (MG) e observação da chuva de meteoros Geminídeas.
Os dados coletados poderão se tornar projetos de pesquisas em meteorologia, e também nos indicará se a região é adequada a instalação de um observatório astronômico remoto.
A perspectiva é tentar instalar as antenas de internet desde a sede do Parque até a Tronqueira. Com isso colocaremos os dados em tempo real na internet e, assim que possível, instalar uma câmera-de-todo-céu no Parque. Além dos dados ficarem acessiveis a qualquer um pela internet, poderemos instalar nosso Sistema de Alarme Meteorológico e, desta maneira, quando houver chuvas “fortes” no topo da montanha, poderemos avisar com antecedência sobre inundações nas regiões influenciadas.
Meteorito raro possui materiais mais antigos do Sistema Solar, diz estudo
Objeto foi formado há cerca de 4,5 bilhões de anos, segundo cientistas. Pesquisa foi publicada na revista 'Science', nesta sexta-feira (21).
(G1) Cientistas da Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA, em colaboração com a agência espacial americana (Nasa) e com outras instituições, estudaram fragmentos de um meteorito caído em território americano em abril deste ano, que passou como uma bola de fogo pelo céu sobre a Califórnia e Nevada.
Por meio de análises geoquímicas, os pesquisadores descobriram que o objeto possui alguns dos materiais mais antigos do Sistema Solar, os mesmos que ajudaram a formar os planetas vizinhos da Terra e nosso próprio mundo.
Pertencente à classe dos condritos carbonáceos, o meteorito primitivo foi formado há cerca de 4,5 bilhões de anos e soltou-se de um corpo celeste maior, provavelmente um asteróide ou um cometa na órbita de Júpiter, há cerca de 50 mil anos, segundo os cientistas. Além dos materiais pré-Sistema Solar, o meteorito é formado de poeira cósmica.
O estudo sobre o meteorito e seus fragmentos foi publicado na revista "Science", nesta sexta-feira (21). Segundo os cientistas, o objeto se fragmentou ao cair na Terra e é um dos mais raros já encontrados.
Complexo
Chamado de meteorito de Sutter Mill, em referência ao local onde foram encontrados seus pedaços, o objeto possui uma estrutura química complexa e diversificada, que indica que a superfície dos asteróides e cometas que dão origem aos condritos é mais complicada do que se imaginava.
O meteorito de Sutter Mill entrou na atmosfera do planeta a uma velocidade de 28,6 km por segundo - segundo a pesquisa, trata-se do "mais rápido e mais energético" objeto a cair na Terra desde 2008, quando um asteróide atingiu o Sudão, na África.
Para localizar os fragmentos, os cientistas consultaram imagens de radar, fotos e vídeos da passagem do meteorito, além do relato de testemunhas. Vários pedaços foram encontrados instantes antes de tempestades, que poderiam fazer os objetos se perderem para sempre.
O objeto perdeu a maior parte dos 45,3 mil kg que possuía ao entrar na atmosfera do planeta e explor, segundo o estudo. Os cientistas conseguiram coletar apenas cerca de um kg, com os fragmentos.
(G1) Cientistas da Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA, em colaboração com a agência espacial americana (Nasa) e com outras instituições, estudaram fragmentos de um meteorito caído em território americano em abril deste ano, que passou como uma bola de fogo pelo céu sobre a Califórnia e Nevada.
Por meio de análises geoquímicas, os pesquisadores descobriram que o objeto possui alguns dos materiais mais antigos do Sistema Solar, os mesmos que ajudaram a formar os planetas vizinhos da Terra e nosso próprio mundo.
Pertencente à classe dos condritos carbonáceos, o meteorito primitivo foi formado há cerca de 4,5 bilhões de anos e soltou-se de um corpo celeste maior, provavelmente um asteróide ou um cometa na órbita de Júpiter, há cerca de 50 mil anos, segundo os cientistas. Além dos materiais pré-Sistema Solar, o meteorito é formado de poeira cósmica.
O estudo sobre o meteorito e seus fragmentos foi publicado na revista "Science", nesta sexta-feira (21). Segundo os cientistas, o objeto se fragmentou ao cair na Terra e é um dos mais raros já encontrados.
Complexo
Chamado de meteorito de Sutter Mill, em referência ao local onde foram encontrados seus pedaços, o objeto possui uma estrutura química complexa e diversificada, que indica que a superfície dos asteróides e cometas que dão origem aos condritos é mais complicada do que se imaginava.
O meteorito de Sutter Mill entrou na atmosfera do planeta a uma velocidade de 28,6 km por segundo - segundo a pesquisa, trata-se do "mais rápido e mais energético" objeto a cair na Terra desde 2008, quando um asteróide atingiu o Sudão, na África.
Para localizar os fragmentos, os cientistas consultaram imagens de radar, fotos e vídeos da passagem do meteorito, além do relato de testemunhas. Vários pedaços foram encontrados instantes antes de tempestades, que poderiam fazer os objetos se perderem para sempre.
O objeto perdeu a maior parte dos 45,3 mil kg que possuía ao entrar na atmosfera do planeta e explor, segundo o estudo. Os cientistas conseguiram coletar apenas cerca de um kg, com os fragmentos.
Projeto de astronomia da UEMS levará planetário a 26 municípios de MS
(Jornal Dia a Dia) Um arrojado projeto encabeçado pela UEMS vai levar a milhares de alunos sul-mato-grossenses até os mais longínquos lugares do espaço sideral. A Universidade receberá do CNPq um total de aproximadamente R$ 60 mil que serão utilizados na realização do projeto de extensão: “Astronomia Itinerante – O Céu pelos olhos do Cerrado ao Pantanal”, coordenado pelo professor e pró-reitor de extensão, Edmilson de Souza. A expectativa é de que mais de 20 mil pessoas participem do projeto ao longo de sua execução.
Ao longo de dois anos, uma verdadeira caravana do conhecimento percorrerá 26 municípios do Estado, instalando em cada um deles um planetário que permitirá às pessoas terem uma experiência intrigante com a astronomia. As exposições serão montadas, em geral, em escolas públicas de áreas centrais, unidades da UEMS (quando há no município), ou mesmo em shopping centers ou associações de classe, dependendo da estrutura disponível em cada município.
Segundo Edmilson de Souza levar a exposição até a população torna o projeto mais trabalhoso, porém mais adequado às necessidades do Estado e coerente com o perfil social da UEMS. “A maior parte dos nossos municípios são pequenos e a grande maioria não conta com nenhum centro ou museu destinado à ciência e tecnologia. Por isso nossa proposta é ir a todas as regiões de MS, proporcionando às pessoas uma experiência marcante com a ciência”, diz o coordenador.
Edmilson destaca ainda que uma parte importante do projeto está na popularização da ciência em MS, tanto através das próprias exposições quanto através de um setor de comunicação que dará suporte às ações realizadas, fazendo com que as informações sobre o projeto cheguem ao maior número possível de pessoas, por meio da imprensa e outros canais de comunicação espontânea, como redes sociais, por exemplo.
A equipe que compõe o projeto é formada pelos físicos Paulo Souza Silva, Gilmar Praxedes Daniel e Edmilson de Souza além do jornalista André Mazini que atuará no contexto de produção e divulgação do jornalismo científico em MS. Todos os membros fazem parte do Programa de Pós-graduação lato sensu em Ensino de Ciências, oferecido pela UEMS.
Perto do céu
O público que participar das ações do projeto Astronomia Itinerante passará por três etapas. Na primeira, classificada como Instrumentos de Observação do Céu, as pessoas passam por uma série de maquetes e demonstrações experimentais, que ilustram, de maneira simples e direta, alguns dos conceitos utilizados em Astronomia. O objetivo dessa seção é estimular a curiosidade dos visitantes e manter sua atenção aguçada em alguns tópicos específicos que serão trabalhados nas demais etapas da exposição.
O ponto alto da atividade fica por conta da etapa classificada como O Mapa do Céu. Nela, o Público, em um número que varia de 20 a 30 pessoas, assiste à simulação do Céu Noturno no interior do domo do Planetário Móvel, observando os principais movimentos do Sol e como o mesmo explica nossa percepção do dia e da noite; são abordados os referenciais celestes para a navegação na idade média e dos grandes descobrimentos; astros, como planetas e constelações, e, principalmente, a apresentação ao público de arranjos estelares explicados pelos mitos indígenas e de diversos povos na história da humanidade.
A seção completa dura cerca de 20 minutos e, ao final, os visitantes recebem um folder com informações sobre a Ciência em Mato Grosso do Sul e no Brasil e dicas de observação do céu à vista desarmada.
Finalmente, a última etapa, chamada “Observação do Céu Noturno”, dedica-se à observação astronômica (funciona somente no período noturno da exposição), necessariamente em ambiente externo, que permita a montagem dos telescópios, e os possibilite mirar alguns dos mais importantes corpos celestes como a lua, aglomerados, galáxias, sistemas duplos de estrelas, os anéis de Saturno, Júpiter e as luas galileanas, etc. Nessa seção, o Público é livre para fazê-la dentro ou não do roteiro proposto. Telescópios e monitores darão suporte às observações.
Ao longo de dois anos, uma verdadeira caravana do conhecimento percorrerá 26 municípios do Estado, instalando em cada um deles um planetário que permitirá às pessoas terem uma experiência intrigante com a astronomia. As exposições serão montadas, em geral, em escolas públicas de áreas centrais, unidades da UEMS (quando há no município), ou mesmo em shopping centers ou associações de classe, dependendo da estrutura disponível em cada município.
Segundo Edmilson de Souza levar a exposição até a população torna o projeto mais trabalhoso, porém mais adequado às necessidades do Estado e coerente com o perfil social da UEMS. “A maior parte dos nossos municípios são pequenos e a grande maioria não conta com nenhum centro ou museu destinado à ciência e tecnologia. Por isso nossa proposta é ir a todas as regiões de MS, proporcionando às pessoas uma experiência marcante com a ciência”, diz o coordenador.
Edmilson destaca ainda que uma parte importante do projeto está na popularização da ciência em MS, tanto através das próprias exposições quanto através de um setor de comunicação que dará suporte às ações realizadas, fazendo com que as informações sobre o projeto cheguem ao maior número possível de pessoas, por meio da imprensa e outros canais de comunicação espontânea, como redes sociais, por exemplo.
A equipe que compõe o projeto é formada pelos físicos Paulo Souza Silva, Gilmar Praxedes Daniel e Edmilson de Souza além do jornalista André Mazini que atuará no contexto de produção e divulgação do jornalismo científico em MS. Todos os membros fazem parte do Programa de Pós-graduação lato sensu em Ensino de Ciências, oferecido pela UEMS.
Perto do céu
O público que participar das ações do projeto Astronomia Itinerante passará por três etapas. Na primeira, classificada como Instrumentos de Observação do Céu, as pessoas passam por uma série de maquetes e demonstrações experimentais, que ilustram, de maneira simples e direta, alguns dos conceitos utilizados em Astronomia. O objetivo dessa seção é estimular a curiosidade dos visitantes e manter sua atenção aguçada em alguns tópicos específicos que serão trabalhados nas demais etapas da exposição.
O ponto alto da atividade fica por conta da etapa classificada como O Mapa do Céu. Nela, o Público, em um número que varia de 20 a 30 pessoas, assiste à simulação do Céu Noturno no interior do domo do Planetário Móvel, observando os principais movimentos do Sol e como o mesmo explica nossa percepção do dia e da noite; são abordados os referenciais celestes para a navegação na idade média e dos grandes descobrimentos; astros, como planetas e constelações, e, principalmente, a apresentação ao público de arranjos estelares explicados pelos mitos indígenas e de diversos povos na história da humanidade.
A seção completa dura cerca de 20 minutos e, ao final, os visitantes recebem um folder com informações sobre a Ciência em Mato Grosso do Sul e no Brasil e dicas de observação do céu à vista desarmada.
Finalmente, a última etapa, chamada “Observação do Céu Noturno”, dedica-se à observação astronômica (funciona somente no período noturno da exposição), necessariamente em ambiente externo, que permita a montagem dos telescópios, e os possibilite mirar alguns dos mais importantes corpos celestes como a lua, aglomerados, galáxias, sistemas duplos de estrelas, os anéis de Saturno, Júpiter e as luas galileanas, etc. Nessa seção, o Público é livre para fazê-la dentro ou não do roteiro proposto. Telescópios e monitores darão suporte às observações.
Assinar:
Postagens (Atom)