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22 de fev. de 2013

Astronomia ajuda a identificar cancros mais agressivos

Oncologistas britânicos recorreram à astronomia para identificar as marcas pouco visíveis dos tumores mais agressivos, revela um estudo hoje publicado na revista "British Journal of Cancer", do grupo 'Nature'.



(DN - Portugal) Os cientistas, do Instituto de Cambridge para a Investigação do Cancro, conseguiram adaptar os sistemas informáticos desenvolvidos pelos astrónomos para encontrar galáxias longínquas à análise de imagens de cancros.

O astrónomo Nicholas Walton, da Universidade de Cambridge, explicou que os programas informáticos utilizados servem para "a análise de imagens de forma a procurar planetas que possam albergar vida fora do Sistema Solar".

Depois de adaptar aquele software, os oncologistas empregaram a mesma técnica para medir os níveis de três proteínas em amostras de cancro da mama de mais de 2.000 pacientes.

A forma convencional de detetar os tumores agressivos passa por tingir células manualmente para que se possam distinguir proteínas específicas.

Os investigadores compararam então o método tradicional e o método importado da astronomia e concluíram que o sistema automatizado era pelo menos tão preciso como o manual, mas muito mais rápido: "Os resultados foram inclusive melhores do que o esperado", sublinhou o cientista que liderou a investigação, Raza Ali.

"O novo sistema permite analisar até 4.000 imagens por dia", disse outro cientista, Carlos Caldas.

Após a publicação dos resultados da investigação, a equipa planeia outro estudo "maior e à escala internacional" que envolva mais de 20.000 doentes com cancro da mama, afirmou Ali.

"Esta improvável colaboração entre astrónomos e oncologistas é um exemplo pioneiro de como o trabalho em equipa de cientistas de diferentes disciplinas pode trazer novas soluções para vencer o cancro", destacou outra cientista do instituto, Julie Sharp.
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