10 de mai. de 2009

À Lua

Aí estás escondida em teu manto
Tal marmórea mulher envolta em pranto
Por que choras estrelas, minha amada,
Enquanto fulguras na noite prateada?

Que fazes solitária em tua grandeza
E em teu vôo partes espalhando beleza
Cercada dessa bruma, a ermo
No espaço, sem fim ou termo?

Durante o dia esqueço que existes
Mas a noite tua beleza triste
Invade meu peito com um lamento
E com teu silencio que é meu acalento.

Somente para mim foste criada
E te amarei com adoração velada
Até o dia que perto te verei
A enxugar as lágrimas que por ti chorei

Fiel a tua imagem serei a cada instante
E a cada passagem te cantarei vibrante
Para que minha dor seja menos intensa
Quando no céu estejas suspensa

Amo-te mais que à liberdade
Ajoelhando-me a teus pés (indefesa humildade)
Clamo a ti, perpétua deusa nua
Em patético tormento, cálida lua

Sê breve esta noite, fugitiva amada
Parta comigo pela madrugada
Para que outros a ti não alteiem a voz
E fiquemos os dois, enfim, a sós.

Ana Quevedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente