19 de jul. de 2009

As estrelas

Quando a noite cair, fica à janela!
E contempla o infinito firmamento.
Vê que planície fulgurante e bela!
Vê que deslumbramento!

Olha a primeira estrela que aparece
Além, daquele ponto do horizonte...
Brilha, trêmula e vívida... Parece
Um farol sobre o píncaro do monte.

Com o crescer da treva
Quantas estrelas vão aparecendo!
De momento em momento uma se eleva,
E outras, em torno dela, vão nascendo.

Quantas agora!... Vê! Noite fechada...
Quem poderá contar tantas estrelas?
Toda a abóbada está iluminada:
E o olhar se perde e cansa-se de vê-las.

Surgem novas estrelas imprevistas...
Inda outras mais despontam...
Mais acima das últimas que avistas,
Há milhões e milhões que não se contam...

Baixa a fronte e medita:
- Como, sendo tão grande na vaidade,
Diante desta abóbada infinita,
É pequenina e fraca a humanidade!

Olavo Bilac

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