10 de abr. de 2010

Trem da ciência seduz estudantes e busca futuros cientistas

(Efe / Terra) A extensa rede ferroviária indiana se transformou em um meio para seduzir os estudantes do país através do "Expresso da Ciência", uma viagem didática que parte do princípio do universo até os dias atuais e para hoje em uma estação de Délhi.

O trem, que esta semana esteve parado em uma das estações de Délhi, conta com 16 vagões nos quais abriga uma exposição formada por grandes imagens, vídeos e experimentos práticos que explicam desde a teoria do Big Bang até os buracos negros. A viagem tem paradas em diferentes campos: biotecnologia, genética, energia, tecnologias e mudança climática, entre outros.

A vida em outros planetas, a idade do universo, as aplicações da nanotecnologia, a influência dos genes, de que depende a memória humana e como se pode potenciar a tecnologia atual, são algumas das questões tratadas, vagão a vagão, com a ajuda de cientistas que fazem o papel de guia dos "viajantes". O Expresso da Ciência está na reta final de sua terceira fase, um périplo de 18 mil quilômetros por 56 cidades e povos de toda a Índia que deve terminar no dia 27 de abril em Gandhinagar, no noroeste do país.

O trem começou a viagem em outubro de 2007 e, no final deste mês, a exibição ambulante terá visitado mais de 150 localidades. O responsável pela exposição, Sudhir Kumar Sharma, explicou que o Expresso da Ciência é uma maneira de ganhar os estudantes indianos com o objetivo que continuem seus estudos em algumas destas áreas, chave no desenvolvimento econômico da Índia.

"Eles estão na idade de decidir em que vão focar sua formação - rumo à arte, o comércio ou a ciência", comentou o responsável. Após visitar este trem didático, capaz de chegar às estações mais remotas da Índia, os garotos "podem ter uma ideia do que é a ciência". Swarnalata, uma professora delhí que foi ao "Science Express" com um grupo de alunas, disse que graças a este tipo de atividades os estudantes "visualizam as coisas". A opinião da professora foi corroborada por duas de suas pupilas, que asseguraram que adquiriram "muitos conhecimentos".

"Foi muito lindo", disse K. Ritika, uma das alunas. "Está muito limpo", destacou a adolescente, surpreendida, já que este transporte em massa costuma caracterizar-se pelo caos e pela sujeira. Sharma, que vive junto a sua equipe de pesquisadores em um dos carros do Expresso da Ciência, perto do vagão-laboratório, destacou que os estudos realizados pelo trem durante seu longo périplo indiano são coordenados através do centro científico "Vikram A Sarabhai" com projetos de universidades indianas distintas.

A rede indiana de ferrovias é a segunda maior no mundo, com mais de 64 mil quilômetros de linhas e com uma média de 19 milhões de passageiros e sete mil trens diários. O sistema educacional na Índia tem falhas graves como a falta de professores, salas e inclusive escolas nas áreas rurais.

Na semana passada, entrou em vigor a lei que regula o direito a receber um ensino básico obrigatório e gratuito. Mas, segundo advertiu recentemente a ONG "Save The Children", para que esse objetivo seja possível são necessários ao menos outros 1,2 milhões de professores.

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