Curso dá formação que inclui não apenas aeronaves, foguetes e satélites
(Folha / Brazilian Space) As atividades ligadas ao espaço sempre foram um sonho para Danilo Miranda, 20. Por isso ele escolheu o curso de engenharia aeroespacial, oferecido desde o início do ano pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
"A gente põe a mão na massa, faz a turbina, mexe [no foguete], suja a mão de graxa", conta, animado.
Na UFABC (federal do ABC), o curso começou em 2008, e na UFMG (federal de Minas), em 2009. Nas três escolas, o estudante consegue o diploma de engenheiro aeroespacial após cinco anos.
Na federal do ABC, é preciso passar pelos três anos do bacharelado em ciência e tecnologia para depois fazer dois anos com disciplinas de engenharia aeroespacial.
Para André Fenili, coordenador do curso, "a idéia é oferecer uma formação completa para que o profissional possa trabalhar na parte aeronáutica e espacial", diz.
Segundo o coordenador da UFMG, Ricardo Utsch, a diferença entre as duas especialidades é tênue. "A aeronáutica realiza missões dentro da atmosfera, e a espacial, fora da atmosfera. Essa separação nem tem como ser feita completamente, porque, na verdade, há missões que envolvem tudo", diz ele.
Nas disciplinas ligadas à aeronáutica, os alunos aprenderão mais sobre aviões. Nas matérias da espacial, o foco será em satélites e foguetes, por exemplo.
Os coordenadores das três faculdades afirmam que o engenheiro aeroespacial tem uma formação ampla.
SETORES
"É um curso que envolve todas as engenharias", diz Ezio Castejon, coordenador do ITA. Por isso, o profissional poderá atuar em setores como automobilístico, de informática e eletrônico.
Para Himilcon Carvalho, 48, diretor de política espacial e investimentos estratégicos da AEB (Agência Espacial Brasileira), existe uma necessidade urgente em formar profissionais nessa área.
"As pessoas vão se aposentando sem que haja reposição e os profissionais novos demoram muito tempo para começar a atuar", afirma.
Se nada mudar, os estudantes de engenharia aeroespacial, ao se formarem, obterão o registro no Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) como engenheiros aeronáuticos. Mas, segundo profissionais da área, a formação específica permitirá a atuação nas duas áreas.
Segundo Petrônio Noronha, 51, engenheiro do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no entanto, as oportunidades hoje são maiores na aeronáutica que no setor espacial, no qual ainda faltam investimentos.
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