13 de dez. de 2010

Brasil oficializa pedido de associação ao Cern

Ministro da Ciência e Tecnologia envia carta ao centro europeu que dá início ao processo de admissão do país

(JC) O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, oficializou o pedido de entrada do Brasil como membro associado da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) nesta segunda-feira (13/12). Agora, o país seguirá uma série de procedimentos para poder tirar proveito das instalações do centro europeu, um dos mais avançados do mundo em estudos de física.

Segundo o presidente do grupo de trabalho criado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para levar adiante o processo, Ronald Shellard, a aprovação do pedido brasileiro deve acontecer no fim do primeiro semestre de 2011.

"Agora precisamos redigir um relatório sobre o estado e o financiamento de nossas universidades e o potencial de aproveitamento da indústria desse acordo, entre outras informações", afirmou Shellard ao "JC e-mail". Atenção especial será concedida à pesquisa de física de altas energias, teórica e experimental.

Em seguida, o Cern enviará uma missão ao Brasil para averiguar os fatos relatados, o que deve acontecer entre fevereiro e março. Finda esta etapa, a organização europeia deverá aprovar a entrada do país como membro associado. Caberá ao Congresso Nacional, então, ratificar o acordo internacional.

O status de membro associado permite ao Brasil pagar menos pela associação do que os países plenos. No caso brasileiro, a taxa será de 10% de um "full member", valor que equivale a US$ 15 milhões anuais.

Em troca, o país poderá enviar cientistas aos laboratórios do Cern para desenvolver pesquisas. Assentos permanentes, no entanto, estão vetados. O acordo atende aos interesses nacionais, diz Shellard.

"Cada cientista poderá ficar lá por até cinco anos. Depois, terá de voltar, o que para nós é interessante, pois ele aplicará no Brasil o conhecimento adquirido no exterior". A associação também permite às empresas brasileiras participar de licitações.

Segundo Shellard, a participação brasileira poderá aumentar em breve. "A abertura para nós, por parte do Cern, significa um reconhecimento da maturidade que a ciência e o desenvolvimento tecnológico do Brasil alcançaram. Com mais interação, acredito que haverá mais pressão para intensificarmos nossa participação. É um caminho natural", diz.

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