26 de mai. de 2011

Simpósio Internacional sobre Espaço

FCT junta centenas de especialistas em Lisboa



(Ciência Hoje - Portugal) 'O Espaço e suas aplicações: oportunidades em programas da Comissão Europeia e da Agência Espacial Europeia' é o tema do simpósio internacional a decorrer no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.

O evento, organizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), reúne ao longo do dia de hoje e de amanhã, mais de duzentos especialistas portugueses e estrangeiros em ciências do espaço, ambiente e segurança.

Actualmente, “o tema do espaço é importante no âmbito dos programas-quadro e há vantagem em aproximar aquilo que são as actividades da Agência Espacial Europeia (ESA) com os programas do espaço da Comissão Europeia”, afirma João Sentieiro. Em entrevista ao Ciência Hoje (CH), o presidente da FCT explica que, no entanto, “em particular neste simpósio, pretende-se aumentar a consciência das pessoas para a importância da utilização dos dados de satélite para variados fins, como actuar em tempos de catástrofes naturais, mudanças climáticas, para a manutenção e desenvolvimento das florestas, etc”.

Segundo João Sentieiro, “a utilização de dados de satélite, em particular, de imagens de satélite é muito importante” uma vez que “começamos a ter, no âmbito da comunidade europeia, uma rede de satélites importante e que vai ainda crescer”. Tratam-se de “satélites que se destinam exactamente a adquirir dados que depois podem ser tratados pelas instituições de modo a transformá-los em informação útil para efeitos de prevenção em catástrofes naturais, incêndios nas florestas e outro tipo de acontecimentos”.

Assim, a ideia do simpósio é “juntar instituições que têm de lidar com esses problemas, e sensibilizá-las para a possibilidade de utilizarem essa informação”. O mesmo se aplica às “empresas, para que desenvolvam metodologias que lhes permitam transformar os dados dos satélites em informação útil para ser utilizada pela sociedade em geral”.

Esta é a primeira vez que a iniciativa se realiza em Portugal “exactamente porque aquilo a que chamamos GMES (Sistema de Monitorização Global do Ambiente e Segurança) está numa fase em que, muito em breve, começará a tornar disponíveis dados que podem começar a ser tratados e a ser usados pela sociedade civil em variados domínios”, refere João Sentieiro.

Participação interessante
“O grande objectivo deste simpósio é, de facto, promover uma maior participação das entidades portuguesas nas actividades do Sétimo Programa-Quadro de Investigação e Desenvolvimento (FP7) e nas que orbitam em torno do sector deste programa, que são os programas da Comissão Europeia e da ESA”, afirma Mário Amaral ao CH.

Segundo o responsável do Gabinete de Espaço da FCT, o primeiro dia do simpósio, “foca-se no desenvolvimento de tecnologias críticas para que a Europa seja uma potência espacial na cena mundial, e no fortalecimento da componente da exploração espacial para além das iniciativas de observação da terra”. A tarde “será dedicada às pequenas e médias empresas, isto é, de que maneira podem ser apoiadas para entrarem no sector espacial”.

O segundo dia “vai-se focar no Programa Europeu de Monitorização Global do Ambiente e Segurança”. Para Mário Amaral, trata-se de “um programa bastante desconhecido e é algo que tem de se inverter porque é um programa para o qual todos os cidadãos europeus estão a contribuir e que pode ter um impacto enorme na maneira como se desenvolvem serviços úteis para a Europa”. Contudo, acrescenta, “é preciso entender que a Europa tem de tirar partido destas competências tecnológicas, porque de outro modo fica para trás face às potências económicas que se estão a desenvolver”.

O Sistema de Monitorização Global do Ambiente e Segurança, ou GMES, está em desenvolvimento na Europa há vários anos. 2011 marca o início da fase de operações e prevê-se que “todos os satélites passarão a ficar operacionais em 2014”, afirma Mário Amaral.

Acerca deste Programa, o responsável pelo Gabinete de Espaço da FCT afirma que Portugal já tem “uma participação muito interessante no GMES” e, por isso, o país deve “tirar proveito disso” uma vez que se tratam de “apostas que criam crescimento económico”. Mais acrescenta: “Isto é um investimento necessário para criar uma economia forte”.

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