Fábio Henrique Carvalho, estudante de aviação civil em São Paulo, surpreendeu-se ao descobrir que seu nome aparecia entre os autores de um artigo na revista Nature. E não era um trabalho qualquer, mas o estudo que mereceu a capa: a gigantesca tempestade em Saturno batizada de "grande mancha branca".
Carvalho, astrônomo amador de 32 anos, tirou fotos do planeta no seu observatório em Assis (SP). "Hoje em dia um amador consegue tirar fotos tão boas quanto as obtidas pelas sondas enviadas na década de 70", explica ele, licenciado em Física e Química pela USP de São Carlos.
Ele explica que publicou as fotos em uma rede formada majoritariamente por astrônomos amadores, chamada Observação International dos Planetas Exteriores (IOPW, em inglês), dedicada a obter imagens de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. No artigo, assinado principalmente por um grupo de astrônomos espanhóis, Carvalho aparece associado ao IOPW.
"A comunidade ficou entusiasmada quando a tempestade começou", explica. "É um evento relativamente raro." Ocorre a cada 30 anos na Terra e não tinha sido tão bem documentado. Telescópios terrestres, como o de Carvalho, ofereceram panorâmicas, enquanto a sonda Cassini registrava detalhes.
Não é a primeira vez que Carvalho aparece entre os autores de um trabalho na Nature. Em 2008, suas imagens ajudaram o mesmo grupo de espanhóis a desvendar os mistérios de Júpiter.
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