7 de jul. de 2011

Atlantis levará experimento que pode mudar o futuro das vacinas

Última missão de ônibus espacial levará teste de vacina contra pneumonia. Microbiólogos usam a falta de gravidade para estudar ambientes extremos.
Microbiólogos da Universidade do Estado do Arizona visitam Centro Espacial Kennedy, da Nasa (Foto: The Biodesign Institute at Arizona State University / Divulgação)


(G1) O último voo do Atlantis, marcado para a próxima sexta-feira (8), encerra os 30 anos do programa dos ônibus espaciais da Nasa. O período foi de avanços não só para a exploração espacial, mas para outros ramos da ciência. A microbiologia, por exemplo, pegou carona e já conseguiu importantes descobertas.

Desde 1998, a equipe da Universidade do Estado do Arizona, liderada por Cheryl Nickerson e Roy Curtiss III, leva experimentos em voos espaciais ou em seus análogos para estudar processos de infecção. A ausência de gravidade altera propriedades físicas das células e leva os cientistas a novas conclusões.

“Muitas descobertas no campo das ciências biológicas e dos avanços translacionais para a medicina foram conquistadas pelo estudo da resposta de sistemas biológicos em ambientes extremos”, justificou Nickerson.

As pesquisas já mostraram que micróbios como a salmonela – bactéria presente em alguns alimentos que provoca doenças graves – ficam mais virulentas em ambientes sem gravidade. Nos voos espaciais, essa bactéria sofreu alterações genéticas que não ocorrem na Terra.

A missão STS-135, prevista para partir nesta semana, levará um novo experimento feito com a salmonela. A equipe da Universidade do Estado do Arizona retirou da bactéria os componentes que provocam doenças e inseriram um antígeno que protege contra o Streptococcus pneumoniae, que causa a pneumonia.

Essa vacina elaborada por Nickerson e Curtiss mostrou sucesso na primeira fase de testes com humanos e será o foco dos microbiólogos na missão da Nasa. Se for aprovada, a vacina tem potencial para proteger contra outras doenças além da pneumonia, pois a técnica permite que ela seja feita com diferentes patógenos.

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