26 de ago. de 2011

Evento destaca a relação da Química na Astronomia

No primeiro dia da 19ª Semana de Astronomia, especialistas ressaltam a contribuição dos astrofotógrafos amadores à ciência.

(JC) Começou nesta quinta-feira (25), a 19ª Semana de Astronomia do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), no Rio de Janeiro. Até o dia 28 de agosto, biólogos, astrônomos e químicos ministram palestras relacionadas ao tema "Astronomia na Química".

A primeira palestra, proferida pelos pesquisadores Carlos Veiga, do Observatório Nacional, e José Carlos Diniz, do Grupo de Astronomia NGC-51, abordou o tema "Cor nas nebulosas - Astrofotografia - Amador e pesquisador!". Em sua exposição, Carlos Veiga explicou as origens da astrofotografia, revelou o papel da química nesse trabalho e destacou a contribuição fundamental dos astrofotógrafos, que complementam o trabalho dos astrônomos.

"Qualquer pessoa pode fotografar o céu", assegurou José Carlos Diniz, detalhando diferentes técnicas utilizadas, como a câmera fixa (a mais simples, que requer apenas máquina, tripé e cabo disparador), a afocal e a projeção de ocular (quando a câmera se conecta a um telescópio, luneta ou binóculo), o foco primário (câmera acoplada a um telescópio, que age como a lente da câmera) e o Piggy-back (câmara presa num dispositivo que se move de acordo com a velocidade das estrelas).

Segundo Diniz, é possível fazer registros mais simples usando apenas uma câmara compacta e um binóculo e que os bons resultados dependem da "criatividade" e do poder de investimento do pretendente a astrofotógrafo. Por sua parte, Veiga deu o exemplo de Clyde William Tombaugh, astrônomo americano que, quando ainda era astrofotógrafo amador, foi o responsável pela confirmação da existência de Plutão em 1930. "Hoje em dia, há amadores em países como a Inglaterra que já descobriram até planetas extrassolares", exemplificou Diniz, para quem é possível fazer "arte" com a astrofotografia.

Programação - Nos próximos dias do evento, outras palestras relacionam a química com a astronomia. Nesta sexta-feira (26), às 19h, é a vez de Helio Jacques Rocha-Pinto, pesquisador do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ministrar "A história evolutiva da galáxia" e explicar a formação do Universo sob a ótica dos processos químicos e da constante interação entre o gás interestelar e as estrelas.

No sábado (27), às 17h, será apresentado o tema "Astrobiologia - O Universo como berço da vida" pela professora Cláudia Lage, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, ligado UFRJ, sobre a busca por sinais de vida fora da Terra. Lage participa de um projeto que estuda a hipótese de vida microbiana além do nosso planeta.

Fechando o evento, no domingo (28), às 17h, Diana Andrade, do Laboratório de Física e Astronomia da Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos (SP) desenvolverá "A astroquímica no Brasil: em busca da origem da vida" e revelará quais são e como andam as pesquisas brasileiras nessa área, que estuda as moléculas do espaço.

À parte das palestras, ao longo da manhã e da tarde, a 19ª Semana de Astronomia organiza também visitas ao Observatório Nacional, oficinas, atividades para crianças, e apresentações teatrais realizadas pelo Sesc Rio, além das tradicionais observações do céu.

As atividades acontecem no auditório do Mast, com entrada gratuita. Confira a programação completa no site www.mast.br.

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