9 de ago. de 2011

Viagem espacial em um clique

Nova ferramenta da Nasa oferece navegação em 3D pelo nosso hábitat cósmico.



(Ciência Hoje) Que tal um passeio pelo sistema solar? Aperte os cintos e seja bem-vindo a bordo do Eyes on the Solar System – ferramenta on-line que permite explorar o cosmos no conforto de sua poltrona.

O novo brinquedo é uma nave espacial virtual. Basta ‘embarcar’ – isto é, acessar o site e fazer um breve download – e já estará apto a curtir uma viagem rica em detalhes pelos meandros de nosso sistema solar. A atraente interface 3D, de fácil uso e compreensão, garante uma experiência sideral pra ninguém botar defeito.

Planetas, luas, asteroides, cometas e até mesmo sondas espaciais. Dá pra ver tudo de perto, e em tempo real – você pode saber como anda o sistema solar nesse exato instante. Caso goste da brincadeira, poderá até mesmo viajar no tempo, já que a ferramenta traz visualizações no intervalo de um século (1950 a 2050).

Em linguagem clara e acessível, painéis auxiliares exibem textos que contextualizam a visualização. Há ainda uma série de links, referenciando informações multimídia e dados adicionais acerca dos objetos observados. Para o usuário disposto, será uma verdadeira aula de astronomia.




Turismo cósmico
Um dos passeios mais bacanas de se fazer é o Comets, asteroids and near-Earth objects (algo como ‘Cometas, asteroides e objetos próximos da Terra’). Com direito a vídeos, animações, fotografias e até narração, acompanha-se a trajetória do 2008 TC3, asteroide que penetrou na atmosfera terrestre em outubro de 2008. O corpo explodiu a 37 km de altitude, e seus fragmentos se espalharam pelo deserto da Núbia, no Sudão.

Outra boa pedida é um passeio em Saturno. E, se tiver tempo, dê um pulinho ali em Urano, onde poderá testemunhar a excentricidade de um planeta cujo plano do equador é praticamente perpendicular ao de sua órbita em torno do Sol.

Vale também conferir as imagens e informações das dezenas de sondas que a Agência Espacial Norte-americana (Nasa) lançou nas últimas décadas. Enfim, entre o Sol e Netuno, são centenas as possíveis paradas desse inusitado turismo espacial.

Aplicativo em expansão
A Nasa lançou o Eyes on the Solar System no final de 2010 – após 18 meses de planejamento e trabalho. Mas, ainda em sua versão beta, permanece recebendo os últimos ajustes e melhoramentos.

“Na verdade, estamos melhorando o aplicativo e adicionando novos conteúdos o tempo todo”, disse à CH On-line Kevin Hussey, gerente de aplicações tecnológicas de visualização do Jet Propulsion Laboratory (Laboratório de Propulsão a Jato), centro de pesquisa da Nasa em Los Angeles. A equipe brinca que “a ideia ainda está em expansão, exatamente como o universo”.

Em relação a aplicativos do gênero, a Nasa tem um bom histórico: o Cassie (que traz uma visualização privilegiada da sonda Cassini) e o Eyes on the Earth (que nos permite fazer um tour maneiríssimo pelos satélites artificiais que orbitam a Terra).

“Então decidimos elaborar algo semelhante, mas dessa vez para todo o Sistema Solar! Assim nasceu o Eyes on the Solar System”, conta Hussey.

Fácil de usar
O usuário não precisa ser um expert em informática ou astronomia para surfar pelo Sistema Solar. A interface é intuitiva; alguns minutos de uso serão o bastante pra você dominar a missão. “Aliás, é impressionante a velocidade com que a criançada aprende a interagir com a ferramenta”, diz o representante da Nasa.

A física Cláudia Vilega Rodrigues, da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vê no Eyes on the Solar System um interessante instrumento de aprendizado. “Curiosos podem utilizá-lo para aprender; profissionais podem utilizá-lo para ensinar.”

O astrônomo Francisco Jablonski, também do Inpe, concorda. “No livros, isto é, em papel, normalmente entendemos o sistema solar como planificado, o que não é verdade. É interessante levar ao grande público a visualização tridimensional das órbitas”, diz.

Melhoramentos estão a caminho. Nos próximos meses, a equipe da Nasa pretende incrementar a ferramenta incluindo missões a Marte, Júpiter e Saturno, além de possibilitar a observação de alguns exoplanetas (que estão fora do sistema solar).

De acordo com Hussey, a maior dificuldade até agora tem sido manter a interface simples. “Em um primeiro momento, reconhecemos que os comandos estavam muito complexos. Mas já corrigimos isso. Agora trabalhamos para manter o aplicativo cada vez mais atraente e acessível ao público.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente