Quatro décadas após sua inauguração, a cúpula Galileu Galilei recebe um sistema de projeção digital que garante alta qualidade de imagem. (foto: Fundação Planetário)
(Ciência Hoje) “Vamos virar estrelas?” Com esse convite, durante anos, o ‘robô-projetor’ Spacemaster da cúpula Galileu Galilei do Planetário do Rio de Janeiro chamou as crianças para um passeio ao espaço sideral por meio de simples projeções no teto.
A seção de cúpula infantil era simpática, mas já estava ficando ultrapassada. Por isso, o espaço passou por uma grande reforma e vai receber uma nova tecnologia de projeção que proporciona à plateia a sensação de imersão no filme projetado.
Em vez do velho Spacemaster, que tinha um sistema de projeção ótico, a cúpula agora tem seis projetores de cristal líquido no silício, que garantem uma imagem de alta resolução, com 10 milhões de pixels, em toda a superfície da abóbada. Assim, o espectador pode assistir aos filmes em 360º, como se estivesse dentro do ambiente ficcional.
As telas de projeção que cobriam a cúpula também foram substituídas por placas de ferro especialmente construídas para o novo sistema. A reforma, financiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT&I), custou 1,5 milhões de reais.
O antigo projetor 'Spacemaster', à esquerda, foi substituído por projetores digitais de alta definição, à direita. (foto: Fundação Planetário)
“Não medimos esforços para transformar a cúpula Galileu Galilei em uma das mais modernas da América Latina”, disse o diretor do Planetário, Celso Cunha, durante a inauguração do novo sistema de projeção da cúpula Galilei Galilei na semana passada (30/8). “O planetário é uma das mais importantes portas de ciência, tecnologia e educação; temos orgulho de poder oferecer ao público um sistema de imersão de ponta.”
As primeiras sessões da cúpula, com capacidade para 90 pessoas, começam a partir do dia 7 de setembro. Por enquanto, a programação reúne cinco filmes infantis importados que usam a ficção para passar alguns conceitos ligados à astronomia.
O primeiro na lista de reprodução, A caminho da Terra, conta a história de duas raças rivais de extraterrestres que habitam a Lua e alimentam o desejo de viajar no espaço até a Terra. A corrida espacial disputada pelos dois povos serve de pano de fundo para ensinar princípios básicos de funcionamento dos foguetes, como as forças de impulso e gravidade.
O filme ‘A caminho da Terra’ será o primeiro da programação depois da reforma da cúpula. (foto: Sofia Moutinho)
Produção nacional
O diretor de astronomia do Planetário, Fernando Vieira, contou que, em breve, o público poderá assistir a uma produção nacional na cúpula. A equipe da instituição já está criando o filme Constelações, estrelas e mitos, que deve ficar pronto em dezembro, para ser exibido durante as férias escolares.
Segundo Vieira, a intenção da instituição é criar um filme mais adaptado à realidade educacional do Brasil.
“No exterior, as crianças vão ao planetário já sabendo conceitos básicos de astronomia, o passeio é mais para ilustrar em profundidade o que já foi visto em duas dimensões na lousa da sala de aula”, explicou Vieira. “Infelizmente, no Brasil, a ida ao planetário não é complementar às aulas; aqui temos que começar do zero. Então precisamos de um material próprio que, além de entreter, seja educacional.”
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