(Ulisses Capozzoli - Scientific American Brasil) Se você gosta de astronomia, mas não tem formação nessa área, em novembro haverá uma chance rara para você descobrir o céu. Entre os dias 12 a 15 de novembro o Clube de Astronomia de São Paulo (Casp) organiza o 14º Encontro Nacional de Astronomia Amadora (Enast) debatendo o tema “poluição luminosa”.
Para muita gente pode parecer estranho, mas a iluminação urbana, que também cresce no campo, está literalmente apagando a noite, com impacto ambiental impensável até recentemente.
A pesquisa astronômica — mesmo a profissional, com maiores recursos —, é prejudicada e a amadora, literalmente, vê desaparecer das oculares astros mais esmaecidos como nebulosas, aglomerados estelares e galáxias com a luz enfraquecida pela distância em que se encontram.
Assim, o encontro deste ano, no campus Barra Funda da Universidade Paulista (Unip), vai reunir astrônomos profissionais, amadores e técnicos em iluminação para debater e encaminhar soluções para a poluição luminosa.
Além de preservar um ambiente estratégico, soluções nessa área devem permitir economia de energia com a inclinação adequada da iluminação pública. O que se pode chamar de “recuperação da noite escura” também tem efeito positivo entre aves migratórias, insetos como vaga-lumes e segundo um conjunto de pesquisas, mesmo na qualidade do sono e, portanto, na saudade pública.
O Enast tem como objetivo estimular o intercâmbio entre astrônomos profissionais e amadores nas mais diferentes regiões do país e já foi realizado em cidades que reúnem clubes de interessados em astronomia. É o caso de Goytacazes, no estado do Rio, que organizou o primeiro encontro, em 1998, e foi seguido por Belo Horizonte/Ouro Preto, Vitória, Salvador, Ouro Preto, — Campos de Goytacazes novamente, m 2003 — Brotas (no interior de São Paulo), Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro, Maceió, Londrina e Recife, no ano passado.
Cada um dos congressos do Enast inclui palestras de astrônomos profissionais e amadores, apresentação de trabalhos de ambos os grupos, exposição de astrofotografrias (fotografias do céu) cursos para professores da rede pública, exposição de painéis técnicos, workshops para construção de telescópios, mostra de empresas produtoras de equipamentos e literatura astronômica, mercado das pulgas e entre as atrações externas, neste ano, visita ao planetário municipal e ao museu Catavento.
O tema central, “Poluição Luminosa” terá palestras com especialistas, mesas-redondas com pesquisadores científicos, políticos, jornalistas e técnicos em iluminação e energia. Já os temas de interesse estarão divididos nas seguintes áreas: 1) observação e pesquisa amadora, que concentrará projetos de observação científica por amadores; 2) pesquisa profissional, neste caso com mestrandos em astronomia; 3) educação e difusão, reunindo professores e interessados em astronomia para troca de experiências no sentido de aproximar a população para observação do céu; 4) construção de telescópios e instrumentação, oportunidade em que construtores de instrumentos trocam experiências e técnicas e partilham o resultado de seus esforços e 5) astrofotografia, quando os melhores astrofotógrafos nacionais expõem seus trabalhos e técnicas utilizadas.
As instalações para o Enast deste ano incluem um anfiteatro com 400 lugares e transmissão de imagens para o andar térreo, salas com capacidade para 50 a 110 lugares, praça de alimentação para 2.500 pessoas e acesso fácil por metrô e linhas de ônibus.
Para maiores informações faça contato com Rosemarie Tradi (011 9938 8111) ou e-mail rosemarietraldi@hotmail.com e Renato L. Silva (11 9359 9741) ou renatolui@gmail.com.
Entre outras atividades, o Casp que organiza o encontro oferece cursos de astronomia em parceria com o Instituto Astronômico, Geofísico e de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). Organiza ainda observações públicas do céu (“Telescópio na Rua” e “Telescópios no Escuro”), palestras públicas e grupos de pesquisas.
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