1 de set. de 2011

Planetário do Rio reforma sua primeira cúpula com tecnologia de ponta

A partir de setembro, o espaço oferece ao público projeções em formato 100% digital.

(JC) Ela abriga 90 pessoas ao mesmo tempo, possui 12,5 metros de diâmetro e reproduz até 2,5 milhões de estrelas. A cúpula Galileu Galilei, a primeira do Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro, acaba de ser reinaugurada e agora terá mais qualidade de imagem e som.

Com 40 anos de idade, o domo oferecerá a partir de setembro mais contraste e nitidez graças a seis projetores de vídeo LCoS (Liquid Crystal on Silicon), com resolução de 10 milhões de pixels. Eles substituíram o projetor Spacemaster, que funcionou de 1970 a 2010 e agora ficará no museu do planetário. As imagens em fulldome (em toda a cúpula) poderão ser apreciadas de cadeiras reclinadas dispostas de maneira unidirecional - anteriormente estavam instaladas de maneira concêntrica. Uma imersão completa e 100% digital.

A Galileu Galilei foi apresentada nesta terça (30) em solenidade com a presença do vice-prefeito do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Vieira Muniz; do presidente da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, Celso Cunha; do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix; do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima. A abertura contou também com a apresentação do coral da Comlurb e com a exibição da animação "A Caminho da Terra".

A reforma e modernização do sistema de projeção duraram nove meses e custaram cerca de R$1,5 milhão, dos quais R$ 1,1 milhão provenientes de uma parceria com a Finep. Para adaptar-se ao novo sistema de projeção, foi necessário substituir as placas de ferro que recebem as imagens.

Os primeiros planetários possuíam cúpulas de antanho e projetores opto-mecânicos que faziam as simulações do céu. Atualmente, os planetários digitais (também conhecidos como teatros de visualização digital ou sistema de imersão de cúpula) permitem que seja projetada qualquer imagem.

Tecnologia brasileira - De acordo com Celso Cunha, o Planetário recebia anualmente 138 mil pessoas em 2008 e passou para um público de 247 mil pessoas em 2010, e que há uma previsão de aumento de 15% nas visitas. "São números expressivos. Hoje, somos uma porta para levar ciência, educação e cultura para todos", informou. "Não importa se o Planetário está ligado à ciência ou à tecnologia, o que importa é que é um investimento muito forte em educação", completou Glauco Antonio Truzzi.

Até então, a tecnologia para a confecção e instalação desses equipamentos era completamente estrangeira. Mas Fernando Vieira e Gilson Vieira, astrônomos do Planetário, buscaram uma empresa brasileira que fosse capaz de desenvolver as técnicas de perfuração, pintura - inclusive a tinta, que é ultra fosca - e a montagem das telas, que necessitam que sua superfície possua pequenos furos de 1 milímetro de espessura, distantes entre si pelo mesmo comprimento, o que gera cerca de 15 furos por centímetro quadrado.

O projeto de substituição das telas, com execução totalmente nacional, coordenado pela empresa Expanderfer, também ajudou no desenvolvimento da região do Complexo da Maré. As telas brasileiras custaram R$137 mil, enquanto as importadas sairiam por cerca de 200 mil dólares.

A Fundação Planetário, que segundo Cunha é a maior instituição do gênero no Hemisfério Sul, pretende incrementar sua programação ao longo dos próximos anos, devido aos eventos internacionais que ocorrerão na cidade. O espaço da Gávea (o Planetário também funciona em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio) conta atualmente com 56 experimentos interativos do Museu do Universo, com a exposição temporária "Números e Cores" e com as sessões na Cúpula Carl Sagan, a maior de todas, com 23 metros de diâmetro e 263 assentos.

Mais informações em www.planetariodorio.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente