Tecnologia para guardar imagens de telescópios ajuda a preservar textos do Vaticano
(O Globo) Livros antigos da Biblioteca do Vaticano estão sendo digitalizados usando uma tecnologia desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA) e a Nasa para guardar as imagens captadas por seus observatórios espaciais. Criado nos anos 70, o formato batizado sistema flexível de transporte de imagens (FITS, na silgla em inglês) ainda guarda as mesmas características, o que faz com que os arquivos daquela época possam ser lidos por qualquer computador atual ou no futuro.
- Se você tem uma ferramenta que pode ler o FITS hoje, você pode ler arquivos FITS de 20 anos atrás – diz Pedro Osuna, chefe do setor de arquivos da ESA.
O segredo da longevidade do formato está no fato de que as instruções para ler e processar os dados estão escritas em um texto simples inserido antes do início deles. Assim, embora os computadores de daqui a um século provavelmente sejam bem diferentes dos de hoje, eles terão toda informação necessária para decodificar estes dados.
Fundada em 1475, a Biblioteca do Vaticano é uma das mais antigas do mundo e guarda milhares de manuscritos e códices únicos, alguns com mais de 1,8 mil anos de idade. O manuseio é um grande risco para este material e a digitalização não só vai ajudar a preservá-lo como também aumentar o acesso a seu conteúdo.
- É uma grande perigo para os manuscritos cada vez que alguém os toca – diz Luciano Ammenti, diretor o Centro de Tecnologia da Informação do Vaticano, que está liderando o projeto.
O FITS traz ainda outras vantagens para a digitalização dos livros. Pressionadas contra o vidro do escâner, as velhas páginas podem acabar distorcidas, mas um programa especial desenvolvido para o projeto calcula automaticamente os diferentes ângulos, gerando uma imagem plana. O formato também não precisa ser convertido para outros para ser lido, o que pode causar perda de informações ou incompatibilidades com sistemas futuros, além de ser de código livre, isto é, não pertence a nenhuma empresa.
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