11 de jan. de 2012

Cientistas querem erradicar o “segundo secreto” das horas

Unidade é usada para manter tempo astronômico em sincronia com o atômico

















(O Globo) O tempo nunca mais será o mesmo se a organização internacional responsável por ajustar os relógios do mundo votar, na próxima semana, a favor de um plano controverso, que aboliria o segundo intercalado — um segundo extra adicionado uma vez a cada poucos anos.

Especialistas de todo o planeta decidirão se este segundo deve ou não ser erradicado em um encontro em Genebra da União Internacional de Telecomunicações, a agência das Nações Unidas responsável pela definição da pontualidade.

O debate sobre os méritos e inconvenientes do segundo intercalado se arrastam há muitos anos, mas os observadores acredita que esta votação pode, enfim, marcar sua morte, embora um deles deva ser adicionado logo após a meia-noite do dia 30 de junho.

O segundo intercalado foi introduzido em 1972, e, desde então, foi usado em 24 ocasiões para manter o tempo astronômico — baseado na rotação da Terra — em sincronia com o tempo atômico internacional, baseado nas vibrações altamente regulares de um átomo de césio.

Esses segundos intercalados são introduzidos porque a rotação da Terra está desacelerando muito singelamente — cerca de dois milésimos de segundo por dia. Isso significa que, sem o segundo intercalado, nós estaríamos um segundo à frente do tempo astronômico a cada 500 dias.

E, para complicar ainda mais, esta desaceleração não é constante, por isso precisa ser monitorada constantemente. Muitas organizações, como o Observatório Real Britânico, abriram os braços para o segundo aleatório, que manteve o tempo astronômico em harmonia com o tempo atômico.

Mas outras sociedades, como o Escritório Internacional de Pesos e Medidas, sediado em Paris, não estão satisfeitos com o segundo aleatório, e agora pressionam para que sua era chegue ao fim.

— A proposta foi posta à mesa e é provável que cheguemos a alguma decisão — avalia Jonathan Betts, curador sênior de horometria do Observatório Real. — Há pouco suporte para esta ideia (o fim do segundo aleatório) no Reino Unido, mas em outros locais ela têm apoio considerável. Existe uma possibilidade real, portanto, de que ela vá adiante. Acreditamos que isso seria uma vergonha. Penso que seria importante não perder a ligação entre a medição de tempo e do Sol.
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Cientistas querem adicionar um segundo a 2012 (G1), com matéria similar na Apolo11

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