8 de mar. de 2012

O céu de Valentina Terechkova


(Voz da Rússia) “Oh, Céu, tire lá o chapéu!”, – exclamou a primeira mulher-cosmonauta do mundo Valentina Terechkova ao partir em vôo cósmico. Ela partiu a bordo da cosmonave Vostok em junho de 1963 e durante três dias fez 48 voltas em torno da Terra. Dia 6 de março, Valentina Terechkova, Heroína da União Soviética, major-general, cidadã honorífica de muitos países e deputada da Duma de Estado completa 75 anos.

Na vésper da partida ela disse aos seus próximos que ia participar de uma competição de pára-quedistas. Os parentes souberam do seu vôo do noticiário, transmitido por rádio. O vôo foi precedido por treinos longos e extenuantes. Naquela época o sistema de preparação era excessivamente cruel. A provação mais terrível não era a centrifuga, com sobrecargas colossais, nem a câmara térmica, mas o teste psicológico. A pessoa devia permanecer sete dias num recinto fechado branco, sem nenhum objeto em torno. Mas ela sorria e cantava. Antes de entrar na unidade de cosmonautas Terechkova trabalhava numa fábrica de pneus, praticava o pára-quedismo no clube aéreo da cidade de Yaroslavl e fazia curso numa escola técnica, – revela o cosmonauta Vladimir Janibekov, agraciado duas vezes com o título de Herói da União Soviética.

"É surpreendente o destino de uma mulher russa que conseguiu vencer todos os obstáculos que se lhe depararam. A sua “posição de partida” foi a biografia proletária, a seguir veio a escola de aviação esportiva, o próprio vôo e o teste da gloria e de enormes encargos sociais. Não faltaram, provavelmente, também problemas no plano pessoal. E a mulher russa Valentina Terechkova, – admiravelmente bela, – suportou condignamente tudo isso".

Nos bastidores chamavam à cosmonave Vostok-6 de “lata de conservas”. Era tão pequena que a única posição possível do seu tripulante era meio deitado. E ela devia permanecer nesta posição durante três dias. Além disso, no programa automático da cosmonave havia uma falha.

"É um segredo que guardei durante 30 anos. De acordo com este programa, em vez da trajetória de pouso na Terra, eu devia subir para uma órbita mais longínqua e daí voar para lá".

Ela percebeu a tempo este erro e informou sobre isso o Centro de Comando de Vôos. Depois de obter os dados necessários, Terechkova inseriu-os no sistema de pouso e aterrou sem problemas. A tecnologia técnica tanto na União Soviética, como nos EUA era ainda muito nova e imperfeita, – afirma o comentarista da revista Notícias da cosmonáutica Igor Lissov.

"Naquela época qualquer vôo cósmico, – seja nosso ou americano, – era uma façanha. Ninguém sabia ao certo, como iria portar-se o organismo humano. Os medicamentos, capazes de suavizar a respectiva situação, não existiam. Com efeito, era muito duro e muito perigoso. E o tempo confirma de um modo geral a concepção que se formou naquela época a respeito de Valentina Terechkova: ela realizou uma façanha sem precedentes".

Depois deste vôo cósmico Terechkova concluiu com brilho o curso da Academia da Força Aérea. Professora universitária e autora de mais de 50 obras científicas, ela trabalhou durante muito tempo no Centro de Preparação de Cosmonautas e dedicou-se à atividade social no âmbito internacional.

Valentina Terechkova é única mulher da Terra que tinha realizado um vôo cósmico solitário. Todas as mulheres – cosmonautas posteriores fizeram vôos somente no quadro de tripulações.
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