3 de abr. de 2012

Neutrino ligeiro


(Ciência Hoje) Nos próximos meses, o projeto científico Opera deve fazer novas medições para confirmar – ou não – se a partícula subatômica é mais veloz do que a luz. Diante das expectativas sobre esses resultados, o físico Ernesto Kemp comenta, no Estúdio CH desta semana, seus desdobramentos e aplicações.

Em entrevista a Fred Furtado, Kemp explica que o neutrino, a partícula medida pelo projeto Opera, é um elemento fundamental da natureza e pertence a uma família de estruturas subatômicas que inclui o elétron, o múon e o tau. Há um tipo – ou sabor, como dizem os físicos – de neutrino para cada uma dessas três partículas. Os neutrinos podem mudar de sabor durante sua ‘vida’, um fenômeno chamado de oscilação.

O projeto Opera, no Laboratório Nacional de Gran Sasso, na Itália, foi criado para estudar esses eventos. No ano passado, o projeto anunciou ter medido neutrinos viajando mais rápido que a luz. A controversa medida foi feita após a emissão de um feixe de neutrinos pelo Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), localizado na Suíça, a cerca de 700 km do Opera.

Mas há suspeitas de que o mau funcionamento do sistema de GPS do laboratório ou problemas na sincronização dos relógios atômicos do Opera e do Cern podem ter resultado no registro da velocidade mais alta para os neutrinos. Kemp explica mais detalhadamente essas hipóteses e ressalta a importância de se fazerem novas medições.

 O físico, que pertence ao Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), fala ainda sobre o impacto desses resultados – caso sejam validados – na física atual e sobre aplicações práticas da medição de neutrinos.

Matéria com áudio aqui

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