6 de mai. de 2012

Mercado da astronomia cresce e abre novas áreas de atuação

Planetários, empresas e centros de pesquisa são campos de trabalho

(O Globo) O aumento no número de pequenos planetários pelo país e a maior utilização de satélites por empresas estão abrindo campo de trabalho para quem atua com astronomia, ciência que, no Brasil, ainda atrai pouco interesse. Existem cerca de mil astrônomos profissionais em atuação por aqui, o que, segundo especialistas, é um número insuficiente diante das oportunidades que começam a crescer.

— É uma média abaixo de países da Europa — diz João Canalle, coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e professor do Instituto de Física da Uerj.

Atividade astronômica começou em 1970
Atualmente, são 30 planetários em todo o país. Além disso, universidades e centros de pesquisas também criam oportunidades — o que, segundo Fernando Vieira, diretor do Planetário do Rio, ainda precisa melhorar.

— Embora nos últimos anos tenha aumentado muito a colaboração entre as instituições brasileiras e internacionais, ainda são poucas as vagas para esses profissionais nas universidades e centros de pesquisa.

Para Thais Mothé-Diniz, professora da UFRJ, as oportunidades acadêmicas crescem, entretanto, para quem sai dos grandes centros.

— Em regiões que não estão saturadas, as chances de conseguir um emprego em pesquisa são maiores — diz Thais, destacando outro mercado para os astrônomos. — O das indústrias. Há empresas, como a Embratel, por exemplo, que contratam para controle de satélites. E não é pré-requisito ter mestrado ou doutorado para uma vaga dessas.

O salário de um astrônomo pode girar em torno de R$ 8 mil. Porém, profissionais com mestrado e doutorado ganham mais.

— É muito prazeroso saber que seu trabalho vai contribuir para que os fenômenos da natureza sejam mais conhecidos. Mas na ciência os retornos são lentos e requerem muitos anos de estudo e dedicação — lembra Vieira.

Embora algumas universidades ofereçam o curso de graduação em astronomia, o mais frequente é que formados em física optem por se especializar na pós-graduação.

— Há alguns poucos matemáticos e químicos. Mas também há empregos para engenheiros nessa área — ressalta Canalle, chamando atenção para o fato de, no país, os estudos astronômicos serem relativamente recentes.

— A atividade astronômica profissional começou em 1970, com a instalação do telescópio de Itajubá, em Minas Gerais — diz o astrônomo, que observa um grande aumento das tecnologias de observação nos últimos 40 anos. — Isso reduz o custo de fabricação e instalação de planetários e amplia as possibilidades para trabalhar na área.

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Veja como se qualificar para a área de astronomia

Confira os cursos e eventos com inscrições abertas

PÓS-GRADUAÇÃO I: O programa de Pós-Graduação em Astronomia do Observatório do Valongo/UFRJ oferece formação de mestrado e doutorado. Outras informações estão no site www.ov.ufrj.br/posgraduacao.

PÓS-GRADUAÇÃO II: O Departamento de Astronomia da Universidade do Estado de São Paulo (USP) também tem cursos de mestrado e doutorado. Informações: www.astro.iag.usp.br.

EXTENSÃO: A Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, na Gávea, tem uma agenda de cursos sobre astronomia. O próximo será em 27 de julho sobre "Sistema solar", das 19h às 22h. Custo: R$ 80. Informações no www.planetariodorio.com.br

GRADUAÇÃO: O curso de graduação em astronomia da UFRJ, criado em 1958, foi o primeiro do país. Ele acontece no Observatório do Valongo (OV) e tem duração de quatro anos.

OLIMPÍADA: No dia 11 de maio, acontece a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (Oba). Mais informações podem ser encontradas no site www.oba.org.br.

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