31 de jul. de 2012

Bóson de Higgs é observado por cientistas do Centro Europeu de Pesquisa

(Agenc/JB) Cientistas anunciaram a possível descoberta do bóson de Higgs, apelidado como a “partícula de Deus”. As experiências em busca desta partícula estavam sendo feitas por físicos do LHC (Large Hadron Collider ou Grande Colisor de Hádrons, em português), maior acelerador de partículas do mundo, localizado abaixo do nível do solo na fronteira franco-suíça, próximo a Genebra.

A existência do bóson foi prevista pelo físico britânico Peter Ware Higgs em 1964, e por isso recebeu seu nome. Segundo a teoria, a partícula teria surgido logo após o Big Bang e é a responsável pelos átomos elementares terem massa. Ou seja, ele representa a chave que faltava para explicar a origem das massas dessas partículas, que até então eram fótons que viajavam na velocidade da luz.

O professor Alberto Santoro, da Uerj, que trabalha no LHC e coordena o consórcio brasileiro na colaboração ao Colisor, reconhece a importância desse fato. “Nesse curto século XXI pode-se dizer que essa é a maior descoberta feita na área da física. Procurava-se há milênios saber as origens das massas das partículas", disse. O professor, no entanto, fez uma pequena ressalva. “Na verdade, ainda não podemos afirmar que é uma descoberta, foi uma observação feita que precisa ser confirmada. Tenho quase certeza de que se trata do Bóson de Higgs, e isso deve ser reconhecido até o final deste ano”.

Alberto Santoro também falou um pouco do trabalho que ele e outros brasileiros fazem no acelerador de partículas. “Existem cerce de 80 brasileiros que trabalham no projeto. Aqui na Uerj temos um grupo que trabalha diretamente com o programa. São estudantes comuns, de mestrado e doutorado, além de cientistas. Temos uma conexão direta aqui na universidade com o Cern (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), em que dados são compartilhados”.

Segundo Santoro, apesar da descoberta, que era um dos principais objetivos do projeto, os trabalhos no LHC continuam normalmente. “Achar o Bóson de Higgs era um dos principais objetivos do programa. Porém, existem ainda diversos outros tópicos sendo estudados no acelerador, e por isso as pesquisas continuam normalmente”.

Para finalizar, ele comentou a analogia feita entre ciência e religião ao apelidarem o bóson como “partícula de Deus”. “A origem dessa brincadeira foi no livro do físico Leon Lederman. O cientista quis intitular sua obra como ‘A Partícula Maldita’ pela dificuldade de encontrá-la, mas o editor sugeriu que trocasse para ‘Partícula de Deus’ para dar mais ibope. Deu certo. Mas não acredito que isso possa causar grandes polêmicas”.
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E mais:
A partícula final (Ciência Hoje)

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