(O Globo) Se no início de julho a existência do bóson de Higgs foi apresentada como uma certeza em seminário do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), agora as evidências são ainda mais fortes de que os cientistas realmente encontraram a apelidada “partícula de Deus”. Em artigos submetidos para publicação no periódico “Physics Letters B” nesta quarta-feira, os cientistas das colaboração CMS e Atlas do Grande Colisor de Hadrons (LHC), que tinham na busca do bóson um de seus principais objetivos, acrescentaram ainda mais dados que confirmam o achado.
Segundo os pesquisadores, agora o nível de certeza da descoberta chega a 5,9 sigma, isto é, há apenas uma chance em 550 milhões de que suas medições estejam erradas. No seminário no Cern, ambas colaborações reportaram resultados de 4,9 e 5 sigma, níveis considerados suficientes para uma confirmação e em que há apenas uma chance em 3,5 milhões de erro.
O Higgs era a peça que faltava para completar o quebra-cabeça do Modelo Padrão da Física - teoria formulada nos anos 60 para explicar o comportamento do Universo em escala quântica e previa a existência de 32 partículas fundamentais, das quais 31 (entre quarks, elétrons, neutrinos, outros bósons e suas respectivas antipartículas) já haviam sido geradas e detectadas em experiências. A constatação da existência do bóson, que seria responsável por dotar de massa todas as demais partículas, é apontada como uma das mais importantes da história da ciência desde a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein.
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