3 de ago. de 2012

Palestra na CP Recife aborda trajetória da astronomia em Pernambuco

Estado é considerado o berço da observação astronômica, nas Américas. George Marcgrave, da corte de Nassau, foi pioneiro nesse tipo de estudo.



(G1) Quando Maurício de Nassau chegou em Pernambuco, no século 17, não trouxe apenas consciência urbanística, com a construção de pontes e saneamento básico. O conde cedeu o telhado da própria casa, no Centro do Recife, para o astrônomo George Marcgrave instalar um observatório, em 1637. A história virou tema do livro "O observatório no telhado", de Oscar Matsura, lançado em 2011, pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). "Pernambuco é o berço da astronomia nas Américas e no Hemisfério Sul, por causa desse homem [Marcgrave], que, em um lugar onde só havia madeira, açúcar e índio, fez ciência nesse observatório igual aos seus contemporâneos, como Galileu, Kepler e Descartes", disse o professor Antônio Carlos Miranda, em palestra no Palco Galileu, na sexta-feira (27), na Campus Party Recife.

O observatório não existe mais e, em seu lugar, está um banco de créditos. A casa fica na esquina da Rua do Imperador com a 1° de Março, no bairro de Santo Antônio. De acordo com Miranda, que colaborou com a realização do livro, a Prefeitura do Recife tem um projeto para tombar o prédio e transformá-lo em um memorial de Marcgrave.

O segundo observatório construído na capital pernambucana foi o da Torre Malakoff, em 1855. "Ele foi feito para pesquisas científicas de eclipses da lua e do sol, além de observações de planetas, estrelas e ocultações. Ele também servia para observações marítimas, já que ficava na única entrada do Porto do Recife", falou Miranda. Em 1858, Dom Pedro II visitou a cúpula.

O terceiro observatório, de 1860, foi instalado no Alto da Sé, em Olinda. "Agora, os dois só servem para fins didáticos, porque o céu do Recife está muito poluído atmosférica e luminosamente", comentou o professor. A Torre Malakoff abre aos domingos, das 16h às 20h. A entrada é gratuita. É recomendado ir em dias de céu aberto, sem chuva.

Miranda é doutor em astrofísica estelar e professore adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Ele lembrou que só existe um observatório profissional em Pernambuco, montado em Itacuruba, no Sertão de Pernambuco. "Ele serve para rastrear asteróides, porque, a partir de 2030, haverá asteróides em rota de colisão com a Terra", alertou.

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