MAST debate primavera, loucura e memória da Museologia durante Primavera de Museus (RJ)

(MAST) Anualmente, durante a estação que separa o inverno e o verão, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) promove a Primavera de Museus com o objetivo de sensibilizar as instituições museológicas e a comunidade, em geral, para o debate sobre temas da atualidade. A sexta edição, que ocorre entre 24 e 30 de setembro, congregará mais de 800 instituições de todo o país em torno do tema “A Função Social dos Museus”. O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) participará do evento com uma programação especial, que inclui palestras, observação do céu e exposições.

Os visitantes poderão entrar na primavera conhecendo um pouco sobre o fenômeno dos equinócios, assim como sua relação com as constelações vistas ao longo do ano e com o calendário ocidental. No início efetivo dessa estação – dia 22 de setembro –, a partir das 10h, o astrônomo do MAST, Eugênio Reis, falará sobre a primavera na palestra “Equinócios, Precessão e Calendário”.

“Equinócios e solstícios são momentos astronômicos importantes que marcam posições do movimento aparente do Sol ao longo do ano. Eles sempre estiveram ligados às estações do ano e datas comemorativas em diversas culturas, como a Páscoa, por exemplo. O próximo equinócio – que ocorrerá no dia 22 – marca o início da primavera no hemisfério sul e traz um fato interessante: neste período, o dia e a noite têm a mesma duração na Terra inteira, ou seja, 12 horas cada”, explica o astrônomo.

No dia 25, terça-feira, Eurípedes da Cruz, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio – oferecido pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) em parceria com o MAST –, debaterá a formação das coleções de obras plásticas criadas por pessoas consideradas loucas e suas interfaces com o campo da ciência e da arte. A palestra “Ciência e Arte nas coleções da loucura” será proferida às 14h, durante a realização do MAST Colloquia.

“Vamos abordar o papel do campo museal na preservação e divulgação desse patrimônio. Discutiremos, também, a importância da coleção brasileira do Museu de Imagens do Inconsciente na mudança de paradigmas de como a sociedade vê a loucura e o louco, e como esse trabalho de transformação cultural ajudou na inclusão social de pessoas estigmatizadas e excluídas”, adianta Eurípedes.

Na sexta-feira, dia 28, o diretor da Escola de Museologia da Unirio, Ivan Coelho de Sá, falará sobre o “Projeto Memória-História da Museologia”, às 14h, no ciclo Encontro com a História. Durante a palestra, ele apresentará sua pesquisa que tem como objetivos recuperar, preservar e divulgar a memória da Museologia, utilizando a coleta, identificação, organização e análise de fontes primárias e orais, com a finalidade de constituir uma base referencial sobre a memória da Museologia no Brasil.

“O estudo abrange a história institucional, quadros docentes e estruturas curriculares, propostas acadêmicas, perfis de atuação profissional e desenvolvimento dos museus e da Museologia, tendo como referência principal a trajetória da Escola de Museologia da Unirio, que tem um papel fundamental no contexto da Museologia brasileira, devido à sua longevidade”, destaca Ivan.

Popularização da ciência
Durante toda a semana, o MAST abrirá seus espaços expositivos para os visitantes desvendarem alguns mistérios da ciência. Quem quiser explorar a relação entre a ciência e a configuração territorial do Brasil poderá conferir a exposição “Olhar o Céu, Medir a Terra”. A partir de instrumentos científicos de medição do tempo e do espaço do acervo museológico do MAST e de documentos históricos, os interessados descobrirão como observar, medir e conhecer o céu e a Terra vistos de diferentes maneiras pelas sociedades.

Já a exposição “As estações do ano – Terra em movimento” levará os visitantes a desvendarem algumas curiosidades sobre os ciclos dos dias e das noites, as fases da Lua e as estações do ano em diferentes regiões do Brasil, da Terra e em outros planetas do Sistema Solar. Na mostra, há interação com aparatos 3D, multimídias, vídeos, painéis e uma cenografia do céu.

Além de poder ver o segundo maior meteorito do Brasil – o Meteorito Santa Luzia de Goiás –, os curiosos poderão tocar em um legítimo representante do Cinturão de Asteróides e conhecer mais sobre estas “janelas” para o passado da Terra. O Santa Luzia está exposto no campus do MAST, próximo às cúpulas de observação do céu.

Para encerrar a semana de eventos em grande estilo, nos dias 29 e 30 os visitantes poderão assistir à simulação de uma noite estrelada projetada em 360º no alto da cúpula inflável de 18 metros quadrados. As seções do Planetário Digital – que mostram as diferenças do mapeamento celeste feito tanto pelos gregos quanto pelos índios – ocorrerão em dois horários, às 15h e 17h.

Nos dois dias, os visitantes ainda poderão conhecer o sistema solar em escala e o conjunto arquitetônico construído para sediar o Observatório Nacional. Destacam-se o prédio sede, que abriga a coleção de instrumentos científicos, e os pavilhões com as centenárias lunetas. As Visitas Orientadas ocorrem às 16h no sábado e domingo.

Toda a programação é gratuita. O MAST fica na Rua General Bruce, 586, Bairro Imperial de São Cristóvão. Para outras informações: (21) 3514-5200.

RESUMO DA PROGRAMAÇÃO:
22 de setembro (sexta-feira)
10h – Palestra “Equinócios, Precessão e Calendário”
(Eugênio Reis, astrônomo do MAST)

25 de setembro (terça-feira)
14h – Palestra “Ciência e Arte nas coleções da loucura” – MAST Colloquia
(Eurípedes G. da Cruz, PPG-PMUS Unirio/MAST)

28 de setembro (sexta-feira)
14h – Palestra “Projeto Memória-História da Museologia” – Encontro com a História
(Ivan Coelho de Sá – Escola de Museologia da Unirio)

29 de setembro (sábado)
15h e 17h – Planetário Inflável Digital
16h – Visita Orientada

30 de setembro (domingo)
15h e 17h – Planetário Inflável Digital
16h – Visita Orientada