Nesta terça-feira, 09 de outubro, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) reinaugura a exposição “Fotografia: ciência e arte”, montada pela primeira vez em 2009, no campus do MAST. A mostra tem como objetivo evidenciar alguns usos da fotografia, seja no registro de paisagens, pessoas ou na fotografia astronômica.
Estarão expostas imagens do arquivo do MAST feitas durante a viagem de Henrique Morize, em 1903, para demarcar a fronteira do Brasil com a Argentina. O público verá um registro histórico de fotografias tiradas pelo astrônomo, que utilizava sua câmera tal qual um "turista" ao clicar paisagens e costumes por onde passava. Poderá conferir, ainda, o teodolito utilizado pelo cientista na Comissão Demarcadora de Fronteira entre Brasil e Argentina.
Além da câmera que registrou as fotos de Morize, a mostra retorna três anos após sua inauguração com outras três câmeras utilizadas para fotografia astronômica. Conhecendo essas máquinas, o público conhece outras possibilidades de observação até então inacessíveis ao olho humano, materializadas em uma nova percepção do tempo.
“Segundo alguns teóricos da imagem, os instrumentos que aumentam a nossa capacidade visual influenciaram a maneira pela qual se aprendeu a ver os fenômenos naturais desde o século XIX. A fotografia é perfeita para se pensar esta questão, em sua possibilidade de congelar o instante. As fotos do eclipse solar de Sobral (CE) são um bom exemplo: através destas imagens foi possível comprovar os fundamentos da Teoria da Relatividade Geral de Einstein” – elucida Moema Vergara, curadora da exposição.
A exposição traz, também, infogravuras, ou seja, fotografias trabalhadas em computador, elaboradas pelo artista plástico Ivo Almico. Tais imagens retratam, de forma artística, a ideia de Ivo a respeito da fotografia e seus equipamentos, tidos como instrumentos de precisão e objetividade na apreensão da realidade.
Uma novidade é a exposição de fotografias enviadas pelos funcionários e colaboradores do MAST, que irá acrescentar à exposição um caráter subjetivo. A versão repaginada de “Fotografia: ciência e arte” traz, ainda, a história da fotografia digital contada em quadrinhos, complementando a história da fotografia analógica, exposta em 2009.
“Apesar das várias mudanças de suporte, fotografia é algo fascinante. Retalhos de memória afetiva ou recurso importante da prática científica, ela marca a vida moderna em seus mais diferentes aspectos. Assim a exposição é um convite para reflexão desta prática cada vez mais difundida, de forma que todos nós possamos ser um pouco cientistas e fotógrafos. Vale à pena conferir”, convida Moema.
“Fotografia: ciência e arte” estará aberta ao público, no salão nobre do prédio sede do MAST – Rua General Bruce, 586, Bairro Imperial de São Cristóvão. A entrada é gratuita e a classificação é livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente