(Campus On Line) Criado em outubro de 2008 na Faculdade de Planaltina da Universidade de Brasília (FUP), o projeto Escola nas Estrelas consolidou um grupo de estudos de astronomia para divulgar o conhecimento dessa área em escolas do ensino básico do Distrito Federal e em municípios de Goiás. Escolas públicas e particulares de Planaltina, Sobradinho, Asa Norte, Lago Norte, Recanto das Emas, Formosa e da área rural de Cavalcante já receberam palestras e oficinas do projeto.
Escola nas Estrelas é um projeto de extensão contínua da UnB, que teve a colaboração inicial do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e recebeu investimento desse órgão, além do Fundo de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, FAP-DF, no valor de aproximadamente R$ 45 mil. Hoje conta com cinco telescópios e um planetário inflável.
Coordenado pelo professor e doutor Paulo Eduardo Brito, o projeto é formado por 22 alunos do curso de ciências naturais e dois mestrandos na área de ensino de ciências da FUP, que levam o conhecimento astronômico por meio de oficinas que fazem as crianças do ensino básico colocarem “as mãos na massa”. Desse modo, estudantes aprendem a construir relógios solares, astrolábios, planisférios, lunetas, foguetes com garrafas PET, estudam as medidas relativas às distâncias e tamanhos dos planetas e satélites com uso de bolas de isopor e lâmpadas.
O professor Paulo Eduardo Brito fala sobre algumas atividades propostas pelo projeto: “Normalmente a resposta dos alunos ensino básico é positiva. O planetário e a oficina da construção de foguetes com garrafas PET são as atividades que mais chamam a atenção deles. O planetário é diferente, pois os alunos precisam entrar na estrutura inflável que é toda escura e ali eles conseguem observar os movimentos da Terra e as estrelas”.
Além das oficinas há palestras ministradas pelo próprio professor ou por alunos membros do Escola nas Estrelas. Por meio de modelos tridimensionais, como por exemplo, o uso de garrafas PET que exemplificam o funcionamento dos foguetes, os estudantes da FUP levam o conhecimento astronômico para as escolas. Alguns alunos do curso de ciências naturais que participam do projeto já foram a vários lugares, como Pernambuco, São Paulo, Maranhão e até mesmo Portugal, para fazerem palestras com conteúdo aprendido no projeto.
Adriano Leonês formou-se no curso de ciências naturais na FUP e é um dos universitários que, junto ao professor Brito, criaram o projeto. Atualmente, ele é o diretor técnico do Clube de Astronomia de Brasília (CAsB) e comenta a importância do Escola nas Estrelas em sua vida: “o projeto foi o carro-chefe para minha graduação e o desenvolvimento das minhas atividades acadêmicas. Por meio dele, tive o prazer de conhecer o astronauta brasileiro Marcos Pontes e o astronauta Charles Duke, que foi à Lua pela missão Apollo 16”.
Participantes do projeto levam os telescópios e o planetário inflável às escolas, mas os estudantes do ensino básico também são convidados a visitarem o campus da UnB de Planaltina. Assim, eles conhecem a estrutura da faculdade e conseguem fazer observações dos astros.
Maria da Penha Estrela Pires, 43 anos, aluna do quinto semestre de ciências naturais da FUP e bolsista do Escola nas Estrelas há dois anos, diz que é gratificante ver crianças das escolas visitadas saírem do planetário com os olhos brilhando de alegria. De acordo com o professor Paulo Brito, os alunos, em sua maioria crianças, que têm acesso ao planetário e às oficinas, conseguem aprender o conteúdo de maneira incrivelmente rápida e despertam interesse pela astronomia, assunto que normalmente não é ensinado nas escolas de ensino básico.
Em novembro deste ano, os estudantes que coordenam o projeto vão participar do Encontro Nacional de Astronomia (Enast), que acontecerá em Brasília. Além disso, eles pretendem participar do Encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica, que em 2013 será sediado no Rio de Janeiro.
Esta é uma das atividades desenvolvidas nas oficinas do projeto Escola nas Estrelas:
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