21 de fev. de 2013

Pesquisas sobre meteoritos enfrentam obstáculos no Brasil

(O Globo) A falta de interesse e conhecimento dos brasileiros sobre meteoritos é o principal empecilho para o estudo destes objetos celestes no país, aponta Elizabeth Zucolotto, professora da UFRJ e pesquisadora do Museu Nacional. Segundo ela, há muitos relatos históricos e mesmo recentes de meteoros grandes que podem ter lançado fragmentos sobre o território brasileiro, mas que nunca foram recuperados.

— A maior dificuldade é que as pessoas desconhecem o que são meteoritos — diz. — Não há um interesse em procurar por fragmentos após a queda de um grande meteoro.

De acordo com Elizabeth, isso faz com que muito poucos meteoritos cheguem às mãos dos cientistas brasileiros para serem estudados. Por isso, conta a pesquisadora, o Brasil só tem 58 meteoritos reconhecidos oficialmente, contra mais de 1,5 mil só nos EUA, país com dimensões semelhantes ao nosso e, por isso, com chances parecidas de ser atingido por uma rocha espacial.

O incidente na Rússia, no entanto, poderá mudar este cenário. Graças à exposição do episódio na mídia e as informações de que os fragmentos podem ser valiosos — no caso do meteoro russo especula-se que os preços no mercado internacional de colecionadores destas rochas espaciais chegariam a até US$ 2,2 mil por grama, ou mais de 40 vezes o valor do ouro —, tais eventos devem atrair mais a atenção da população no futuro.

— Além do maior interesse científico, em alguns países há este incentivo comercial, financeiro, que leva as pessoas a procurarem por meteoritos depois de verem a queda de um grande meteoro — lembra Elizabeth. — Nos EUA, por exemplo, o meteorito pertence ao dono da terra onde ele foi encontrado.

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