(Victor Alencar - O Povo) Imagine um dia bem quente. Você está dirigindo seu carro, quando percebe que o ar- condicionado dele não está mais funcionando. E em uma avenida bem movimentada, próximo do meio-dia, seu carro simplesmente não funciona mais. A raiva da situação começa a tomar conta da sua cabeça, então você desce do carro, põe a sinalização adequada e então abre o capô do veículo, como se você soubesse o que está fazendo. Na sua cabeça, só existem três desejos: sair daquela situação, entrar em um quarto frio e tomar um copo com água bem gelada.
Você já parou para pensar como a água “nasceu” ou de onde ela veio? E se a água acabasse na Terra, em que outros mundos poderíamos procurar? Marte tem água? Desde sempre, a água tem papel fundamental na nossa história. Afinal, ela é um componente vital para nós. Atualmente, pesquisas relacionadas com a água são muito populares. Mas o que sabemos sobre ela?
ÁGUA NA TERRA
Aprendemos desde a época de colégio que a água é uma molécula resultante da ligação de dois átomos de hidrogênio com um de oxigênio. Dentre os elementos químicos primordiais, o hidrogênio é o principal deles (compõe cerca de 74% do universo) e o oxigênio é o terceiro elemento químico mais abundante (com cerca de 1%), o que nos permite concluir que esse agrupamento de átomos não é incomum no universo.
Na Terra, é possível obter água nas suas três fases físicas, sendo a fase líquida a mais propícia para a vida como conhecemos. Mas isso só é possível em decorrência da distância da Terra em relação ao Sol. Caso estivéssemos mais distantes do Sol, a água na forma líquida não seria encontrada na superfície. O fator distância de um planeta em relação a sua estrela, combinado com outros fatores, é conhecido pela Astrobiologia (ciência que estuda as condições de vida no espaço) como Zona de Habitabilidade. Para estabelecermos esse limite, devemos levar em consideração também a massa da estrela e em que período evolutivo ela se encontra.
Outro fato interessante sobre a água no nosso planeta está relacionado ao seu aparecimento. Muitas pesquisas indicam que a água presente nos oceanos tem origem de fora da Terra. Em pesquisas realizadas em 2011 pelo Telescópio Espacial Hershel, foi verificado que a proporção de hidrogênio para deutério (um tipo de hidrogênio que ao invés de ter apenas um próton, tem um próton e um nêutron em sua composição) do cometa 103P/Hartley 2 é idêntica à da água dos nossos oceanos.
O cientista alemão Paul Hartogh, do Instituto Max-Planck, e chefe da pesquisa, afirma que a Terra no período de formação do Sistema Solar era muito seca. Ainda de acordo com ele, a água que se estabeleceu no planeta deve ter vindo de cometas e asteróides que colidiram com a Terra oito milhões de anos depois. Esse estudo teve alta relevância e foi publicado na renomada revista científica Nature.
ÁGUA EM MARTE
Esse foi durante um bom tempo um tema que aguçava a curiosidade das pessoas. Mas de onde isso surgiu? No século XIX, um astrônomo italiano chamado Giovanni Virginio Schiaparelli observou em Marte regiões claras e escuras formando uma espécie de estrutura que foi denominada pelo próprio Schiaparelli de “canali”, mas o termo é designado tanto para canais naturais, quanto para os artificiais. A partir dessa ideia, começaram a especular a respeito de quem teria criado esses canais e qual o motivo da sua existência. Esse equívoco só foi solucionado depois, com a melhoria da observação. Mas a ideia de água em Marte, bem como a existência de vida no planeta vermelho desde então se mostraram presentes na curiosidade coletiva.
Atualmente, com a enorme gama de pesquisas em torno do nosso planeta vizinho, sabe-se que Marte possui indícios de água em várias formas. O relevo de aparentes rios secos em Marte ganhou uma certeza maior quando a jipe remoto Curiosity descobriu cascalho no solo marciano, semelhante ao que temos aqui na Terra.
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E mais:
Planeta sem água = planeta morto? (AstroPT)
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