11 de mar. de 2013

Pesquisadores lançam revista em quadrinhos sobre ciência nacional

(Com Ciência) Popularizar a ciência entre as crianças. Essa é a proposta da revista em quadrinhos “Sim, nós temos cientistas”, produzida pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF/UFRJ). O livro lembra a importância que cientistas brasileiros tiveram para a história do país.

A responsável pelos textos e pelo roteiro da história, Daniele Botaro, afirma que a iniciativa surgiu após um curso de “História da Ciência”, ministrado no Museu da Vida da Fiocruz. “Em uma das aulas, o professor apresentou uma pesquisa feita pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que constatou a falta de conhecimento dos brasileiros sobre a história da ciência no Brasil e seus principais atores”, conta.

Botaro, que é zootecnista e especialista em divulgação científica, resolveu então desenvolver uma publicação que falasse sobre cientistas brasileiros. A proponente do projeto, Valéria Magalhães, que é professora do Instituto, topou a iniciativa.

Na pesquisa conduzida pelo MCTI em 2010, os cientistas brasileiros mais lembrados foram Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Vital Brazil. Mas eles não são os únicos que aparecem no enredo. “Nós tentamos abranger cientistas de diferentes áreas de atuação. A proposta era desmistificar a imagem que cientista é só quem fica no laboratório fazendo pesquisas químicas ou quem trabalha com animais”, explica Botaro.

Por isso, nomes de diferentes áreas como o físico Cesar Lattes, o educador Paulo Freire e o sociólogo Florestan Fernandes são lembrados. Na história, o protagonista Chaguinhas recebe alunos que visitam a UFRJ e explica às crianças a importância do trabalho desenvolvido por cientistas brasileiros. Após essa explicação, o personagem principal pede às crianças que realizem atividades em seus próprios colégios sobre cientistas nacionais.

As três histórias seguintes relatam as atividades que as crianças desenvolveram. Elas ajudam a explicar os motivos que fizeram outros cientistas, como o matemático Malba Tahan e o médico sanitarista Adolfo Lutz, se tornarem conhecidos.

“Nós nos preocupamos também em colocar no livro mulheres cientistas, visto a importância cada vez maior das mulheres no campo da ciência”, indica Botaro. São lembradas a psiquiatra Nise da Silveira e a engenheira agrônoma Johanna Döbereiner.

Botaro acredita que o número de cientistas brasileiros que alçaram expressão nacional e global é bastante significativo. “Nossa idéia é continuar esse projeto com novos volumes, porque temos assunto para mais uns 10 livros”, afirma a pesquisadora, que considera a atividade de divulgação científica cada vez mais importante.

“A tendência hoje é que a divulgação científica seja mais uma das atividades rotineiras dos cientistas”, comenta. Entretanto, segundo Botero, ainda hoje são poucos os pesquisadores que se dedicam a divulgar seus trabalhos e muitos desses ainda fazem a divulgação de modo hermético.

A revista tem tiragem de 20 mil exemplares e será distribuída gratuitamente para alunos de escolas públicas e enviado para bibliotecas estaduais. Também está disponível na Internet para download (http://www.biof.ufrj.br/memorial/).

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