22 de ago. de 2013
Astronomia põe bracarenses a olhar para o céu no Verão (Portugal)
(Correio do Minho - Portugal) A ‘Astronomia no Verão’ tem vindo a apaixonar os bracarenses. Durante os meses de Verão são cada vez mais os aficionados que fazem autênticas visitas guiadas ao céu com a observação de alguns objectos celestes, planetas, entre muitas outras iniciativas que têm sempre o universo como horizonte. Uma forma diferente de fazer férias, com a ciência a ocupar um lugar privilegiado.
De Julho até Setembro, são muitos os eventos levados a cabo no âmbito da ‘Astronomia no Verão’, actividades inseridas no programa da Ciência Viva, promovida pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
No concelho de Braga, as iniciativas são, na sua maioria, dinamizadas pela Orion - Sociedade Científica de Astronomia, sediada na freguesia de Gualtar. Só para se ter uma ideia da intensidade destas actividades, até Setembro, decorrerão, em vários locais estratégicos, 38 sessões, algumas delas já realizadas.
Bom Jesus, Mosteiro de Tibães, Espaço GNRation e, claro, a sede da Orion, são alguns dos locais onde pode observar o céu.
João Vieira, responsável da Orion, dá conta da paixão e curiosidade que leva cada vez mais pessoas, entre as quais muitos bracarenses, a pesquisar, observar e em saber mais sobre os mistérios do universo. “As pessoas são muito curiosas em relação a este tema. E logo que vêm um telescópio pedem para fazer observações”. E a curiosidade chega a todas as idades. “Costumo dizer que vai dos 2 aos 92 anos, embora a faixa etária entre os 10 e os 15 anos é a que mais predomina”, acrescenta.
E têm sido muitos os adolescentes e jovens que, com a ajuda do equipamento necessário fornecido pela Sociedade Científica de Astronomia, tem passado as suas noites literalmente de nariz virado para o céu.
Todas as sessões têm a sua magia, mas o sucesso destas observações depende também do factor tempo. É que por vezes, mesmo no Verão, as nuvens impedem uma boa observação.
João Vieira refere que uma das sessões de maior adesão decorreu no Mosteiro de Tibães, “até porque o tempo também ajudou”, refere o responsável. E, afinal, o que podemos observar? Nestes eventos realizam-se observações com telescópios, pretendendo-se ainda realizar nos locais mini workshops e palestras temáticas, permitindo aos interessados o contacto com alguns conceitos científicos que lhes despertem a curiosidade, assim como obter algumas explicações sobre as observações que irão efectuar. Dadas as explicações, os participantes passam à acção.
Os curiosos têm tido oportunidade de observarem, entre outros aspectos, dois planetas: Vénus, um ponto bem brilhante junto ao horizonte a poente, e Saturno, um ponto amarelado na constelação de Virgem. &ldquo
;No telescópio Vénus apresenta-se tal como a nossa Lua, em fase, isto é, apenas metade da sua superfície iluminada. No caso de Saturno é possível observarmos os seus fantásticos anéis e ainda a sua maior lua: Titâ. Para além destes corpos celestes, também tem sido possível observar a Lua e, nesta época, com muito detalhe, as suas crateras e os mares lunares, sendo esta uma visão que, por norma, impressiona muito quem a observa pela primeira vez”, diz João Vieira. Outros objectos do céu profundo são ainda visíveis neste telescópio.
Orion leva a ciência a todas as praias do litoral norte
Apúlia, Lagoa (Póvoa de Varzim) são apenas algumas das praias do litoral norte por onde passou o telescópio da Orion- Sociedade Científica de Astronomia do Minho, sediada em Gualtar. Uma oportunidade para levar ciência a muitas pessoas em tempo de férias. E a iniciativa foi um sucesso.
“A participação do público foi surpreendente. A média foi de 60 participantes por sessão”, diz-nos João Vieira, revelando que foram nas praias de Apúlia e Póvoa de Varzim onde se registou maior adesão: “nestas sessões passaram pelo telescópio da Orion mais de 150 participantes. Destaco o gozo que dá contactar com as crianças e adultos que nos procuram. São de muitas origens e nacionalidades. Muitas vezes temos de falar em três ou quatro línguas. Nem imaginam a reacção de alguns participantes quando observam Saturno, Vénus ou as crateras da Lua. É fantástico sentir esse feedback”, refere o responsável da Orion.
Tendo a astronomia como actividade principal, a Orion promove ainda actividades de Geologia e Biologia, eventos inseridos também no programa ‘Ciência Viva 2013’.
“As nossas actividades são sobretudo no litoral de Esposende. Temos técnicos especializados que mostram às pessoas a biodiversidade e os aspectos geológicos e morfológicos da foz do rio Cávado”, diz João Vieira. No âmbito da Geologia de Verão, o concelho de Braga tem agendadas três iniciativas para o mês de Setembro.
A primeira refere-se ao projecto da cerca do Mosteiro de Tibães e a área envolvente, local onde existem uma série de minas com água subterrânea. A actividade, agendada para dia 7, inclui um passeio geológico à superfície e um percurso subterrâneo singular, onde se discutirão aspectos de goeconservação, geotecnia mineira e hidrogeomecânica. A iniciativa será orientada pelo departamento de Engenharia Geotécnica do ISP de Engenharia do Porto.
A segunda, agendada para dia 8 de Setembro, denominada “a história mais antiga de Braga escrita nos granitos”, a cargo do departamento de Ciências da Terra, da UMinho, decorre na academia minhota, entre as 9 e as 14.30 horas.
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