Nossa atmosfera é uma grande casca protetora. Ela nos protege de muitos objetos que vêm do espaço. São pedaços de rocha, de diversos tamanhos, que caem sobre nós, atraídos pela gravidade do nosso planeta. Como eles se movem com grande velocidade, o atrito que sofrem ao entrar na atmosfera provoca grande calor e estes objetos, quase sempre, se queimam por completo na reentrada. São as estrelas cadentes, ou meteoros.
Nossa atmosfera nos protege, também, de grande parte da radiação que vem do espaço. O tamanho médio das moléculas do ar, sua distribuição em camadas e a composição química, tudo contribui para a que ela — a atmosfera — funcione como um filtro.
Alguns comprimentos de onda do vasto espectro eletromagnético conseguem vencer a atmosfera. A faixa espectral mais óbvia é a da luz visível. Nós chamamos esta parte do espectro de “luz visível” porque é ela que conseguimos captar com nossos olhos. E nossos olhos só conseguem captar essa faixa porque somos o resultado de milhões (bilhões, até!) de anos de evolução natural; isso fez com que nossos receptores eletromagnéticos (os olhos!) se desenvolvessem de modo a privilegiar esta faixa do espectro e não outra.
Mas há outra “janela atmosférica” — nome que damos para quando uma faixa espectral consegue ultrapassar esta barreira gasosa. São as ondas de rádio. As ondas de rádio não têm problema em chegar até nós, vindas do espaço. Isso torna a faixa rádio do espectro uma aliada poderosa dos astrônomos. E por conta disso, no século passado, surgiu a radioastronomia.
Radioastronomia não se faz com telescópios usuais. Os radiotelescópios modernos são gigantescas antenas parabólicas que varrem o céu (noturno ou diurno!) em busca de sinais de rádio. Na maioria das vezes, esses sinais são oriundos de objetos que também emitem luz visível. Podemos vê-los com telescópios óticos, mas também podemos “sintoniza-los” com antenas de rádio.
Às vezes as antenas captam algo novo, que não era visto antes. A descoberta dos pulsares, na década de 1960, foi uma destas vezes. O sinal encontrado no céu, na faixa rádio, era tão regular e cíclico que algumas pessoas da época pensaram ter encontrado sinais de uma civilização avançada. Hoje sabemos que vinham de uma estrela de nêutrons que girava muito rápido (o tal pulsar). Recentemente, a radio astronomia nos trouxe mais uma descoberta (Ver matéria). Agora é aguardar por uma explicação do que é este novo objeto intergaláctico!
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