Kizzy Resende foi a única nordestina aprovada para especialização em um dos maiores centros de pesquisas em Astronomia do país
(Secretaria de Educação de Alagoas) A secretária interina de Estado da Educação, Josicleide Moura, recebeu, na manhã desta sexta-feira (9), a ex-aluna na Escola Estadual Bom Conselho, Kizzy Resende, única nordestina selecionada para o mestrado em Astronomia ofertado pela Universidade de São Paulo (USP). O encontro foi realizado no gabinete da Secretaria de Estado da Educação, no Centro de Pesquisas Aplicadas (CEPA).
Aos 23 anos e com formação superior no curso de Geografia – Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Kizzy foi aprovada no Mestrado Profissional em Ensino de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), um dos mais renomados centros de pesquisa em Astronomia do país. As aulas terão início na próxima quarta-feira, e a jovem não esconde a expectativa pelo início das atividades.
"O IAG é uma referência nos estudos e pesquisas em Astronomia. Fazer parte disso é uma vitória imensa. Estou muito ansiosa, mas já com saudades da família”, comentou a ex-aluna, durante o encontro com Josicleide.
Na oportunidade, a secretária Josicleide Moura parabenizou a mais nova mestranda pelo êxito na seleção e desejou muito sucesso à ex-aluna da rede estadual. “Fiquei emocionada com a notícia, principalmente porque temos muitos talentos na Educação Estadual, e você é um deles. Tenho certeza de que você vai colher importantes frutos com esse mestrado e que, futuramente, quando retornar, vai ajudar a transformar a realidade da Educação em Alagoas”, destacou Josicleide.
O trabalho desenvolvido pelo professor de Física e coordenador do Observatório Astronômico Genival Leite Lima (OAGLL), Adriano Aubert, mentor de Kizzy na pesquisa em Astronomia, também foi destacado pela representante da pasta. “O despertar do interesse do aluno vai de acordo com o educador. Os projetos científicos em sala de aula, quando bem desenvolvidos, atraem o interesse do estudante. O Adriano tem essa sensibilidade”, disse Josicleide.
O Estado de Alagoas é um dos poucos do país que contam com Observatório Astronômico gerido pela Rede Estadual de Educação. “A Kizzy teve uma oportunidade que poucos estudantes de escolas públicas tiveram, pois o interesse em Astronomia foi despertado com esse espaço na rede pública de Alagoas. Acompanho a sua evolução desde a época do Ensino Médio e sei que ela vai se destacar muito no IAG”, afirmou o professor Adriano.
Observatório – Para entender a importância da conquista de Kizzy, é preciso voltar a 2005, quando era aluna do 1º ano de Ensino Médio da Escola Estadual Bom Conselho, em Bebedouro. Foi nesta época que conheceu aquele que seria o seu mentor na ciência, o professor de Física Adriano Aubert. “Naquela época, ela não tinha qualquer interesse por Física ou qualquer outra ciência exata”, lembra o professor.
Em 2006, Kizzy se inscreveu no projeto “Fazendo Ciência na Escola”, que Aubert promoveu com várias turmas do Bom Conselho e onde, ao final do ano, cada aluno precisava apresentar um trabalho sobre um tema específico. O desinteresse inicial se converteu em paixão quando o professor levou o planetário móvel da Usina Ciência da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para a escola. “Nunca passou pela minha cabeça me envolver com a Astronomia, mas, à medida que pesquisava para o meu trabalho, apaixonava-me cada vez mais por aquele universo”, conta a jovem. O empenho foi tanto que, no mesmo ano, Kizzy teve seu estudo sobre estrelas duplas selecionado para a Feira Nacional de Ciências da Educação Básica (Fenaceb), em Belo Horizonte.
Após concluir o Ensino Médio, Kizzy já atuava no Centro de Estudos Astronômicos de Alagoas (CEAAL) e na Usina Ciência da Ufal. Em 2009, quando foi inaugurado o Observatório Astronômico do Cepa, Adriano Aubert, coordenador do espaço, convidou a pupila para compor a equipe de voluntários que atuam no observatório.
No observatório, Kizzy faz um pouco de tudo: opera o planetário móvel da Usina Ciência, é instrutora de cursos e comparece semanalmente às sessões do observatório. As atividades que desenvolve lá auxiliaram nos projetos desenvolvidos no curso de Licenciatura em Geografia da Ufal, onde se formou recentemente. “Graças ao envolvimento com o projeto do professor Adriano, no 2º ano do Ensino Médio, eu já sabia como redigir um trabalho científico. Estes anos no OAGLL também me tornaram mais comunicativa, e falar em público se tornou algo natural, o que é muito importante para alguém que, como eu, quer ser professora”, avalia.
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