24 de set. de 2013

A ciência dos céus e seus encantos

Este mês, a morte de Edwin Hubble, cientista responsável por marcos fundamentais para a astronomia, completa 60 anos. Por aqui, clubes e órgãos reúnem amadores e interessados em eventos e observações




(O Povo) “Existem mais galáxias no universo do que os grãos de areia de todas as praias da Terra”, dispara o astrônomo Dermeval Carneiro, diretor do Planetário Rubens de Azevedo, em Fortaleza. A comparação é uma tentativa de mensurar o que não tem limite: o universo e o que ainda há para ser descoberto sobre essa imensidão. A astronomia, essa ciência dos céus que norteia o conhecimento há milhares de anos, encanta a todos e envolve muitos a pesquisar, observar e dedicar tempo na busca dos movimentos que podem descortinar o passado e possibilidades para o futuro da própria Terra e do ser humano.

O dia 28 de setembro deste ano marca o 60º ano de morte de Edwin Hubble, cientista norte-americano cujas contribuições se tornaram um marco para a ciência e, mais especificamente, para a astronomia. O telescópio espacial Hubble, lançado em 1990, outro marco para a observação e para as pesquisas astronômicas não leva o seu nome em vão. Nascido em 1889, Edwin Hubble constatou, após minuciosa observação, que o que se pensava serem nebulosas eram, na verdade, galáxias fora da Via Láctea. Tais galáxias se afastavam umas das outras, indicando assim que o universo se expandia.

Hubble chegou a esse cenário após observações realizadas no Observatório do Monte Wilson, na Califórnia, onde começou a trabalhar em 1919. No local, o mais potente telescópio havia sido construído e foi utilizado para as observações do astrônomo. As descobertas de Hubble ultrapassaram as barreiras do conhecimento até então constituído, servindo para as pesquisas de outros cientistas. Para Dermeval Carneiro, esse descoberta foi um marco fundamental para o avanço das pesquisas sobre a origem do Universo. “É um dos maiores cientistas da ciência moderna, um astrônomo, matemático com uma capacidade generalista muito grande”, explica.

Telescópio Hubble
Lançado em 1990, o telescópio espacial Hubble conseguiu imagens com qualidade até então não alcançadas. O estudante de Física e bolsista do Observatório Astronômico da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Luidhy Santana, comenta que o telescópio foi um marco, pois conseguia livrar as imagens das interferências da atmosfera ao captar diretamente do espaço. Luidhy lembra que, inicialmente, as imagens do Hubble tinham o que é chamado de aberração esférica, por isso, foi necessário colocar uma lente no telescópio para corrigir o defeito. “A gente brinca que o Hubble tinha miopia”, comentou.

Enquanto as imagens do Hubble permitem grandes pesquisas, aliadas às tecnologias surgidas após o seu lançamento, as observações dos amadores preenchem lacunas e contribuem com a comunidade científica cada vez mais. Paulo Régis, executivo na área de telecomunicação e astrônomo amador, destaca que o telescópio Hubble não consegue dar conta de tudo, de milhares de observações ao mesmo tempo, apesar da localização e da tecnologia.

É nesse momento que entram os astrônomos amadores, seus equipamentos e a disposição em colaborar – com a ajuda preciosa da Internet. Atualmente, segundo Paulo Régis, os centros de pesquisa dão mais espaços para possíveis descobertas dos amadores. O Ciência & Saúde desta semana indica grupos e locais onde é possível encontrar mais sobre a astronomia em Fortaleza e os caminhos para começar na área.
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