3 de set. de 2013

Meteorito que feriu centenas na Rússia é atração em São Vicente

Meteorito causou pânico e foi notícia no mundo inteiro. Raro e valioso fragmento foi comprado pelo Museu Joias da Natureza.


(G1) Um fragmento do meteorito que caiu em Cheliabinsk, na Rússia, em fevereiro deste ano, pode ser visto bem de perto no Museu de Ciências Naturais Joias da Natureza, em São Vicente, no litoral de São Paulo. O museu comprou um pequeno pedaço do meteorito que deixou centenas de pessoas feridas.

O fenômeno ocorreu no dia 15 de fevereiro em Cheliabinsk, na região dos Urais, na Rússia. De acordo com especialistas, o objeto se desintegrou a cerca de 20 km de altitude, em uma enorme onda de choque e explosão. Diversas imagens mostraram a explosão no ar, semelhante a uma bola de foto. Quando caiu em terra, os fragmentos do meteorito quebraram vidros e deixaram quase 1200 feridos e causaram prejuízo de US$ 33 milhões, segundo as autoridades russas.

Muitos fragmentos do meteorito caíram na região de Cheliabinsk, mas acredita-se que o pedaço maior esteja no lago Chebarkul, onde alguns cientistas tentam localizá-lo. Paulo Matioli, curador do museu, comprou um fragmento do meteorito que foi encontrado nesse lago e o trouxe para São Vicente. Segundo Matioli, como foi um fenômeno recente, a dificuldade de encontrar um fragmento a venda é muito grande. “É um dos achados, das quedas mais recentes. No começo, nos primeiros meses, era praticamente impossível ter um. Os primeiros fragmentos que encontraram foi uma loucura. Daí, começaram a achar mais e mais. Está extremamente caro adquirir esse meteorito porque ele é super-recente”, explica.

Para conseguir o raro fragmento, Matioli fez contatos com diversas pessoas no mundo. “Ele foi comprado de um especialista, com um certificado. Um cara da Rússia mandou para os Estados Unidos. Depois, veio para o Brasil”, afirma o curado do museu. Ele assegura a origem do meteorito já que tem o certificado internacional, que garante que a rocha passou por análises e possui a composição química com as características exatamente como foi descrito.

O fragmento adquirido tem, aproximadamente, uma grama e fica dentro de uma pequena caixa próxima a outros pedaços de meteoritos vindos de diversas partes do mundo. O meteorito é a novidade do museu e tem atraído muitos curiosos. Alguns visitantes acham o fragmento pequeno, mas Matioli garante que ele tem um valor muito maior do que parece. Além de ser caro e muito difícil de encontrá-lo, faz parte da história do planeta. “Acredita-se que desse meteorito foi-se recuperado quase uma tonelada. Ele tinha 10 mil toneladas. Não é pouco, mas o problema é achar um em uma região inóspita, coberta de gelo”, comenta Matioli.

Como a rocha do espaço que explodiu tinha mais de 17 metros de diâmetro e de 5 a 10 mil toneladas, quando entrou na atmosfera terrestre, seria possível que o choque ferisse e até matasse as pessoas. Segundo Matioli, que também é geógrafo, a energia liberada é comparada a 500 vezes quase a bomba de Hiroshima. “Se essa massa tivesse chocada toda ela no continente, possivelmente a gente poderia ter tido um dos maiores desastres do nosso tempo”, afirma.

O Museu de Ciências Naturais Joias da Natureza fica na Adesaf, localizada na Rua Guarany, 70, no Parque São Vicente, em São Vicente. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h, e aos sábados, das 9h às 13h. A entrada é gratuita.

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