11 de out. de 2013

Vênus no máximo brilho

(Ronaldo Rogério de Freitas Mourão - JB) Vênus é um dos mais brilhantes astros. Além de ter servido à inspiração dos poetas, é o planeta mais conhecido do povo com diversas denominações, tais como Estrela da Manhã, quando é visto antes do nascer do Sol, e Estrela da Tarde, quando observado logo após o pôr do Sol. A cada oito anos, Vênus passa por um período de máximo brilho, quando pode ser observado a olho nu durante o dia. Desde o início do mês, o planeta Vênus está no máximo brilho e estará visível no céu vespertino, depois do pôr do sol, do lado do poente, na constelação do Escorpião. Nestes momentos, em dias claros, Vênus é visível até mesmo ao meio-dia.

Em outros tempos, considerou-se esse fenômeno como extraordinário. Desde as mais remotas eras, conhecem-se inúmeros casos em que a visibilidade diurna de Vênus produziu grande alarde. Não se costumava, de modo algum, supor nessa época que um brilho particular do planeta estivesse ocorrendo. Ao contrário, formava-se um grande escândalo e, na maioria dos casos, os povos supersticiosos consideravam o fenômeno como um sinal de presságio de inúmeras desgraças.

Tomando-se as necessárias precauções, principalmente afastando a vista da luz solar direta, não é difícil encontrar Vênus, a olho nu, durante o seu período de máxima intensidade luminosa, a qualquer hora do dia. Naturalmente, se as condições atmosféricas forem favoráveis. A curva de luz de Vênus mostra um brilho máximo entre a conjunção inferior e a maior elongação Este e Oeste do planeta. A determinação prévia da época do maior brilho foi um problema muito estudado, e uma extensa literatura se desenvolveu.

Em suas pesquisas através da sensação geral despertada pela visibilidade de Vênus, em dias claros, o astrônomo inglês Edmond Halley, em 1716, estudou o problema matematicamente de modo a solucioná-lo, como aliás o fez. Resultados análogos foram obtidos por Euler, Lalande, Delambre etc. Até hoje emprega-se a fórmula de Halley e Euler para prever o brilho máximo de Vênus. Segundo Halley, o maior brilho produz-se, aproximadamente, 36 dias antes ou depois da conjunção inferior. O interesse foi tão grande em determinada época que se chegou a construir um pequeno aparelho para prevê-lo.

Realmente, na sua qualidade de planeta inferior, isto é, situado entre a Terra e o Sol, Vênus nunca se afasta muito do astro do dia, sendo o afastamento angular máximo de Vênus ao Sol, visto da Terra, de cerca de 48°. O máximo brilho de Vênus ocorre, aproximadamente, 36 dias antes ou depois da conjunção inferior, a uma distância angular de mais ou menos 38° a 39° do Sol; então, a sua fase é como a da Lua, cinco dias depois da conjunção. Portanto, Vênus é tão brilhante que pode ser visto a olho nu, em pleno dia, com a única condição de se saber para onde é necessário dirigir o olhar.

Vênus, deusa da beleza e do amor
Os astrônomos caldeus consagram Vênus, há mais de 4 mil anos, um dia da semana — dito em latim veneris dies, a sexta-feira. Associada à deusa da beleza e do amor desde as mais remotas épocas, a sua representação primitiva, de um círculo e um traço reto, parece simbolizar a vida e a fecundidade. A partir da Idade Média, Vênus passou a ser designado pelo símbolo ??, um espelho, que é o objeto característico da mulher vaidosa de sua beleza.

Vênus, a popular estrela do pastor, possui diversas denominações: Sukra (o esplendor) ou Daitya-Guru (o mestre do titã), na Índia; Vennou-he siri (o pássaro Vennou de Osíris) e Pnouter-ti (o deus da manhã), no Egito antigo; Phõsphóros (a estrela matutina) e Hísperos (a estrela vespertina), na Grécia. Homero dedicou-lhe alguns versos, na Ilíada, chamando Hísperos e Phõsphóros a Vênus como estrela vespertina e como estrela matutina, respectivamente. Pitágoras, três séculos antes de Cristo, afirmou serem esses dois astros um nico, mas foram os sacerdotes egípcios os primeiros a descobrirem que Vênus, do mesmo modo que Mercrio, girava em torno do Sol.

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