28 de nov. de 2013

Astrônomo amador Ricardo Tolentino identificou novas crateras no satélite terrestre

Observações do céu foram feitas de sua cobertura no bairro São Lucas


(Veja BH) Dezenove vasos de planta, uma churrasqueira, brinquedos espalhados pelo chão e a calopsita Passarinha, que presta atenção em tudo. O espaço de 25 metros quadrados no bairro São Lucas parece uma cobertura comum de apartamento. Ali, porém, funciona o observatório astronômico particular do engenheiro civil Ricardo José Vaz Tolentino. Desde 2011, ele concilia o trabalho de diretor da Faculdade de Ciências Empresariais da Universidade Fumec com a selenografia, área da astronomia que estuda a Lua. Do seu ponto de observação, nosso Copérnico já conseguiu fotografar quatro crateras lunares não catalogadas pela União Internacional de Astronomia, associação responsável por esse registro, localizada na França. O feito ganhou repercussão em sites científicos da Austrália e dos Estados Unidos.

Tolentino tem catorze telescópios em casa, avaliados entre 2 000 e 10 000 reais. Quando ele está com seus equipamentos, a mulher, Renata, sabe que é hora de deixá-lo concentrado. Ela e o filho caçula, Rodolfo, de 2 anos, ficam longe. Só o primogênito, Rodrigo, de 6, às vezes tem autorização para acompanhá-lo. As imagens capturadas diariamente são armazenadas no site www.vaztolentino.com.br, que recebe cerca de 65 000 visitas mensais provenientes de cinquenta países. “A observação espacial como hobby é comum no exterior, mas ainda engatinha no Brasil”, diz ele. Com o objetivo de disseminar a atividade por aqui, Tolentino está à frente de um projeto de introdução à astronomia na Fumec. “Quando têm a chance de ver toda a beleza da Lua, as pessoas se apaixonam.”

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