11 de nov. de 2013

"The Astronomical Journal" publica artigo de pesquisadores do Observatório Nacional sobre as raras estrelas simbióticas


(ON) A capa da edição de novembro do "The Astronomical Journal" traz um artigo dos pesquisadores Claudio Pereira e Nobar Baella, do Observatório Nacional, juntamente com o pesquisador Luis Miranda, da Universidad de Vigo, na Espanha. O trabalho publicado apresenta os resultados das pesquisas sobre as raras estrelas simbióticas, especialmente as do tipo amarelo, encontradas em pouquíssima quantidade na Galáxia.

As estrelas simbióticas são consideradas como sistemas binários - nos quais um dos membros é uma gigante vermelha, geralmente do tipo Mira, e o outro é uma estrela quente e de alta gravidade superficial, como as pequenas e densas anãs brancas ou ainda as estrelas de nêutrons. Uma das características desse sistema binário é a transferência de massa entre os objetos - a gigante vermelha perde sua massa - por meio de um vento estelar. Existem cerca de 200 simbióticas conhecidas, embora o número previsto possa chegar a 100 vezes essa quantidade.

Nas simbióticas amarelas, em vez de uma gigante vermelha, há uma estrela quente fazendo simbiose com uma anã branca. As simbióticas amarelas são bastante raras no universo. Somente 12 são conhecidas e apenas sete delas foram estudadas por espectroscopia de alta resolução. O artigo que ganhou destaque no "The Astronomical Journal" aborda a descoberta e as propriedades físicas das simbióticas amarelas. Tal estudo é importante porque existe a possibilidade de serem formadoras de supernovas do tipo IA - usualmente utilizadas na cosmologia como indicadores de distância no universo - e porque esses objetos possuem características espectroscópicas especiais. "São bastante importantes para análise de processos de transferência de massa e diagnóstico químico em sistemas binários com alta abundância de elementos mais pesados do que o ferro", explica o pesquisador Claudio Pereira.

A capa da publicação apresenta o diagrama cor-cor obtido com os filtros fotométricos J, H e K. Tal diagrama contribui para a identificação do subgrupo das estrelas simbióticas amarelas e também de outros objetos de interesse da astrofísica. A expectativa é que novas estrelas simbióticas amarelas sejam descobertas com o início da operação do Observatório Astronômico de Javalambre (OAJ), na Espanha, previsto para março de 2014, no âmbito da colaboração Javalambre Physics of the Accelerating Universe Astrophysical Survey (J-PAS), da qual o Observatório Nacional participa por meio do projeto PAU-BRASIL.

Para acessar o "The Astronomical Journal", clique aqui.
O artigo completo, em inglês, pode ser acessado aqui.

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