Spirit e Opportunity pousaram no solo marciano em janeiro de 2004. Veículos descobriram evidências de que já existiu água em Marte.
(Associated Press/G1) Dez anos depois de a Nasa ter pousado dois jipes em Marte para uma missão de 90 dias, um deles continua explorando o território marciano e o projeto gerou centenas de milhares de imagens da superfície do planeta.
Agora, o Smithsonian's National Air and Space Museum, em Washington, está apresentando mais de 50 das melhores fotografias dos dois veículos - chamados Spirit e Opportunity - em uma exposição de arte com curadoria dos cientistas que lideraram a missão.
A exposição abre nesta quinta-feira (9) e inclui muitas fotos em grande escala de crateras, morros, dunas, nuvens de poeira, meteoritos, formações rochosas e o pôr-do-sol marciano. A mostra marca o aniversário de 10 anos da missão ainda em andamento.
O geólogo John Grant, que faz parte da missão, organizou a exposição como um diário de viagem, com imagens feitas pelo Spirit de um lado e imagens feitas pelo Opportunity do outro. Os jipes pousaram em janeiro de 2004 em lados opostos de Marte e começaram a explorar depósitos vulcânicos e planícies, bem como meteoritos e crateras de impacto.
"Cada uma das imagens que você vê aqui conta uma história de descoberta que anda em paralelo com a história da beleza em Marte", diz Grant. "É um olhar para um planeta alienígena por meio dos olhos dos jipes", completa.
Revelar sinais da presença passada de água e um ambiente mais habitável estão entre as descobertas mais importantes dos veículos. Algumas delas, ocorreram por acidente.
Depois de cerca de 800 dias de missão, uma das rodas da frente do Spirit parou de funcionar. Então o time de engenharia decidiu continuar fazendo o veículo andar, mas de ré, arrastando a roda quebrada pela superfície marciana.
A roda quebrada cavou uma pequena vala no solo, que logo revelou um novo material, branco como a neve. Era sílica, material normalmente encontrado em fontes de água quente e sistemas hidrotermais, ambientes habitáveis.
Já a presença passada de água foi identificada por meio da análise de alguns tipos de solo encontrados pelos veículos.
Jim Green, diretor de ciência planetária da Nasa, afirma que os jipes permitiram grandes avanços na compreensão de Marte para que no futuro torne-se possível o envio de humanos ao planeta vermelho. Outro jipe, chamado Curiosity, também está explorando a superfície do planeta atualmente, e a Nasa planeja enviar mais veículos antes de humanos.
"No caso de exploração por humanos, não é como em 'Jornada nas Estrelas'. Não é o caso de ir aonde nenhum homem foi antes. Na verdade, os cientistas têm de liderar isso. Temos que saber tudo sobre o ambiente antes de enviar humanos para essa próxima jornada", diz Green.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente