(Lusa/Porto Canal) O Observatório Astronómico e o Instituto Geofísico da Universidade do Porto, localizados em Gaia, abrem em setembro as portas aos alunos do ensino básico do concelho, mas só depois de o segundo equipamento sofrer obras de recuperação.
O Instituto Geofísico da Universidade do Porto (UP) vai arrancar em maio com obras de requalificação que visam transformá-lo num centro de riscos que desenvolva atividades no domínio da sismologia e climatologia e aglutine todas essas informações.
"Até um passado recente, o Instituto Geofísico da Serra do Pilar e o Observatório Astronómico do Monte da Virgem [em Gaia] tiveram uma fase de degradação e decaimento das suas atividades", explicou hoje à Lusa José Luís Santos, subdiretor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
Em 2010, acrescentou, a universidade percebeu que "tinha que dar uma volta a esta situação", começando por recuperar o edifício do Observatório Astronómico e onde se pretende "relançar de forma substancial a componente de investigação".
Quanto ao Instituto Geofísico, que corria risco de "encerrar portas", a reitoria concorreu a fundos QREN para a sua requalificação, tendo o projeto de cerca de 600 mil euros sido aprovado "na passada semana", esclareceu o docente, que desconhece ainda qual a comparticipação dos fundos europeus.
A obra deverá estar pronta em setembro, "a tempo de acolher um evento" organizado pela FCUP e que irá juntar responsáveis por experiências de sismologia nuclear nos EUA e União Soviética, na altura da Guerra Fria.
"O Instituto Geofísico fazia parte da rede mundial dos EUA de sismógrafos de alta sensibilidade para detetar as experiências que a antiga União Soviética realizava", assinalou.
Segundo José Luís Santos "dentro de cinco anos, quer o Instituto Geofísico quer o Observatório Astronómico estarão renascidos para funções muito importantes nas partes científica, formação de novos quadros e divulgação científica".
Para o efeito irá também contribuir um protocolo assinado com a Câmara de Vila Nova de Gaia para "aproveitar os equipamentos e pô-los ao serviço das escolas do ensino básico do concelho", assinalou o presidente da autarquia, que, em alternativa, "colabora com as atividades académicas desenvolvidas no âmbito dos mestrados que da Faculdade de Ciências leva a efeito".
Os professores do primeiro ciclo do concelho receberão formação nas áreas da astronomia e geofísica e os cerca de mil alunos irão, no ano letivo 2014/2015, "passar a ter contacto com "realidades que de outra forma só veem pelos livros", explicou Vítor Rodrigues.
No Instituto Geofísico, por exemplo, poderão "ver o sismógrafo a funcionar, perceber o que é um registo sísmico, ver equipamentos de registo de parâmetros climatológicos e até algumas atividades ligadas à geologia ou uma pequena simulação de uma erupção vulcânica", segundo Helena Sant'Ovaia, diretora do Instituto Geofísico da UP na Serra do Pilar.
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