28 de ago. de 2014

Alunos de escola municipal vão lançar sonda no ‘espaço’


(Diário Web) Alunos da escola municipal Darcy Ribeiro, localizada no bairro Santo Antônio, zona norte de Rio Preto, estão produzindo uma sonda de grande altitude que, em breve, será lançada rumo ao espaço. A expectativa é que o objeto chegue à estratosfera - segunda camada da atmosfera -, onde está localizada a camada de ozônio e que funciona como uma espécie de filtro natural da Terra. Depois, as imagens e informações captadas pelo equipamento serão apresentadas à comunidade.

Essa é a primeira vez que uma sonda está sendo produzida e será liberada pelos alunos, com idades entre 11 e 13 anos. O objeto foi desenvolvido durante os encontros do clube de astronomia da escola, que foi implantado em abril deste ano. Quinze alunos se reúnem de terça-feira a sexta-feira, das 17H30 às 19h, na sala de informática. “Primeiro, começamos a trabalhar com pesquisas sobre astronomia. Depois disso, no mês passado, começamos a desenvolver o equipamento. Os equipamentos utilizados foram emprestados. Agora, estamos nos últimos ajustes para a liberação”, afirma o professor de geografia Wagner Luiz Macedo Soeiro, coordenador do clube.

O equipamento é composto de uma caixa de isopor, que receber duas câmeras, uma placa de computador, um GPS e um gerador movido à pilha de lítio. A sonda será erguida por um balão de látex, com 1,5 m de largura. Ele será inflado com 3 m³ de gás hélio. “As câmeras vão registrar imagens tanto da Terra quanto do espaço. A placa de computador coletará dados como altitude e latitude. Só falta o gás hélio para mandar o equipamento para o espaço”, explica o professor.

De acordo com Soeiro, o ponto de partida para o lançamento será o campo da escola. A expectativa é que a sonda suba de 32 a 37 quilômetros de distância da terra, em duas horas. “O equipamento não vai interferir o sistema aéreo. Por causa da temperatura e gravidade da estratosfera, o balão explodirá. Depois disso a sonda vai cair a até 100 quilômetros de distância do campo da escola. Vamos usar o sinal do GPS para resgatar o equipamento.”

O professor afirma que a participação dos alunos no clube de astronomia favoreceu o desenvolvimento durante o período de aula. “No clube, os participantes possuem um contato com a extensão do conteúdo de várias matérias. Eles acabam aplicando em sala de aula o conhecimento adquirido nas reuniões. Para incentivar a participação, os alunos receberão pontos, mas ele se comprometeram tanto com a missão que acabaram esquecendo desse detalhe. Tenho certeza que depois desse experimento, o número de alunos vai aumentar.”

A turma de “pequenos pesquisadores” está contando os dias para lançar o experimento. A maioria afirma que sempre gostou de astronomia, mas não pensa em ser astronauta. “O tema é muito legal. Sempre achei interessante, mas não tinha muito contato na sala de aula. Aqui, dá para aprender mais. Pensar que vamos fazer um experimento e estudar depois as imagens captadas de um lugar tão distante é emocionante”, disse Rafael de 11 anos.

Além de aprender astronomia, os alunos destacam que estão sabendo trabalhar de forma coletiva. “Somos de turmas e idades diferentes. Aqui no clube temos o mesmo objetivo: estudar astronomia. Um ajuda o outro e, juntos, vamos construindo o equipamento”, disse Letícia de 11 anos.


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