16 de set. de 2014

Lua de Outono trouxe meio milhão de pessoas em visita


(Ponto Final) Mais de milhão e meio de pessoas cruzaram as fronteiras de Macau durante o período de feriados do Bolo Lunar, uma das mais importantes festividades da cultura chinesa e que foi celebrado na terça-feira.

Entre sábado e terça-feira, o movimento fronteiriço foi de 1,58 milhões de pessoas em todos os postos fronteiriços, sendo que apenas nas Portas do Cerco – que ligam por terra Macau à China continental – registaram-se 583.075 entradas e 609.471 saídas, ou 75,1 por cento do total de movimentos.

No mesmo período, a Polícia de Segurança Pública registou 493.812 visitantes e turistas, mais 1,93 por cento do que no período festivo homólogo de 2013.

A festa, celebrada há mais de dois mil anos, tem lugar no 15º dia da oitava Lua do calendário lunar chinês e é uma das mais tradicionais cerimónias familiares dos chineses, que pretende, segundo os rituais milenares agrícolas, comemorar as boas colheitas pedidas durante a Festa da Primavera, e é uma das poucas festividades em que os rituais são cumpridos por mulheres.

Ao anoitecer, as mulheres colocam ao ar livre altares com oferendas aos deuses, aguardando que a lua atinja o seu ponto mais alto para começarem as rezas.

Sob a luz da lua cheia, as famílias dirigem-se às praias, jardins e locais elevados para a contemplarem enquanto fazem piqueniques em que o bolo lunar e o chá são a base da alimentação.

As lanternas das mais variadas formas e cores dão um colorido diferente à festa e normalmente trazem enigmas pendurados para serem decifrados em família.

Os bolos lunares ou Yuan Xiao – vendidos em caixas especiais e com ingredientes como sementes de lótus, pasta de feijão vermelho, nozes, sésamo, amêndoas, amendoins, sementes de melancia, gema salgada do ovo de pato, apresentam diferentes sabores de região para região, sendo a sul, onde Macau está inserido, mais doces.

Diz a lenda que os bolos tiveram um papel importante no derrube da dinastia mongol, que governava o Império do Meio, e na vitória Ming, já que eram usados pelos rebeldes para enviar mensagens a apelar ao levantamento popular, revolta marcada para o dia em que a lua estava mais visível para facilitar a visibilidade nocturna.

A Festa da Lua, das Lanternas ou do Equinócio de Outono, como pode ser designada, remonta à dinastia Han (206 a.C. – 221 d.C) e surgiu, segundo uma das versões, com Houyi, um homem que vivia na lua com a mulher Chang’e, e a quem os deuses deram o elixir da vida eterna pela coragem de matar nove dos dez sóis que provocavam um calor insuportável na Terra.

Houyi não ingeriu a poção mágica, acabando a sua mulher por ser obrigada a tomá-la para evitar que um homem fraco e sem princípios ganhasse influência sobre a Terra.

Chang’e tornou-se imortal e ganhou influência sobre a Terra, onde o seu amado teve de ficar.

Outra das lendas conhecidas é a do coelho lunar, que, elevado a divindade, habita na lua e passa a vida a preparar elixires da imortalidade no seu almofariz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente