6 de jan. de 2015
Destaques na astronomia e viagens espaciais em 2015
(DW/O Povo) Dois eclipses solares e dois lunares, bem como encontro dos planetas Vênus e Júpiter no céu são deleite para os amantes da astronomia. Nas pesquisa sideral, sondas estudam asteroides, cometas, Plutão e mais além.
A maior atração astronômica de 2015 será o eclipse solar total, coincidindo pontualmente com o início da primavera no Hemisfério Norte. Na manhã de 20 de março, a sombra da Lua passa sobre o Atlântico Norte e o Mar Ártico. Numa faixa longa e estreita, o satélite cobre completamente o Sol, e durante alguns minutos o dia vira noite. Esse fascinante espetáculo celeste poderá ser admirado nas ilhas Faroe (Dinamarca) e em Svalbard (Noruega).
Em toda a Europa, no norte da África e no oeste da Rússia, o eclipse será visto pelo menos parcialmente. Nessas regiões, a Lua encobre uma parte grande do Sol. No ponto alto do fenômeno, o astro central fica parecendo um biscoito que levou uma mordida.
O segundo eclipse solar do ano não é total em nenhuma parte do planeta. Ele pode ser observado em 13 de setembro na África Meridional, no sul do Oceano Índico e em grandes áreas da Antártida.
Dois eclipses lunares totais
Em 2015, a Lua passa duas vezes pela sombra da Terra. Em 4 de abril, por volta das 12h00 UTC (hora universal coordenada), o eclipse é visível em todas as partes onde a lua cheia se encontra acima do horizonte, sendo boas as condições em todo o Pacífico, leste da Ásia e oeste da América do Norte. O escurecimento total dura 12 minutos. A fase parcial é, naturalmente, bem mais longa, começando às 10h15 e indo até as 13h45 UTC.
No segundo eclipse lunar total, o satélite terrestre fica completamente encoberto entre 2h10 e 3h23 UTC. Durante mais de uma hora, nenhum raio de sol incide diretamente sobre a superfície lunar. No entanto, como a atmosfera terrestre refrata parte da luminosidade, alguns raios rompem o cone de sombra da Terra e a Lua ainda estará visível no céu, numa luz mortiça, vermelho-cobre.
A fase parcial do eclipse vai de 1h06 a 4h27 UTC. O fenômeno é observável em toda a Europa, Ásia, América do Sul, no leste da América do Norte e em todo o Oceano Atlântico.
Encontro celestial
Em 6 de fevereiro, Júpiter, o maior planeta do sistema solar, estará em sua posição mais favorável do ano, sendo visto durante toda a noite. Depois do Sol, da Lua e de Vênus, ele é o corpo celeste mais claro no firmamento. O planeta segue visível no céu noturno nos próximos meses, até desaparecer na luz solar, em julho. Em setembro, volta a ornamentar o céu matutino.
Vênus estará mais brilhante ao anoitecer entre janeiro e julho, especialmente no Hemisfério Norte. Contudo, também no Hemisfério Sul não há como deixar de reparar na "estrela vespertina" no céu ocidental, de fevereiro a junho, logo depois do pôr-do-sol.
Em junho, o astro que traz o nome da deusa romana do amor se aproxima de Júpiter, alcançando-o em 1º de julho. Aí, os dois planetas mais claros estarão lado a lado, formando um belo par celeste. Em meados de agosto, Vênus transita entre a Terra e o Sol, passando então para o céu matutino. De setembro a dezembro, ele aparece como cintilante "estrela da manhã".
Em 26 de outubro, Júpiter e Vênus têm novo encontro, voltando a aparecer lado a lado no céu oriental, antes da aurora. Em seguida ambos contarão com a companhia do bem menos luminoso planeta Marte.
Visita terrestre a Plutão
Por mais atraente que seja a aparição desses astros no céu terrestre, este ano quem rouba o espetáculo é o planeta de luz mais fraca, Plutão. Ou melhor, ex-planeta, já que em 2006 a União Astronômica Internacional redefiniu seus critérios, e ele passou a ser classificado apenas como planeta-anão.
Seja como for, pela primeira vez o corpo glacial situado além da órbita de Netuno recebe visita terrestre. Em 14 de julho de 2015, a sonda New Horizons, da Nasa, passa a cerca de 10 mil quilômetros de distância dele e a 4,8 bilhões de quilômetros da Terra.
Nos meses em torno dessa data, a New Horizons fará numerosas fotografias de Plutão e de suas luas, além de analisar a composição de suas superfícies. Depois disso, a sonda espacial desaparece nas profundezas do cosmo, onde, até 2020, explorará "novos horizontes", ou seja, outros objetos celestes para além de Plutão.
Rosetta prossegue, Philae talvez
Bem mais perto de nosso planeta, a sonda espacial europeia Rosetta prossegue em sua missão. Durante todo o ano, ela acompanha o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Um dos momentos mais emocionantes será em agosto, quando o cometa toca o ponto de sua órbita mais próximo do Sol.
O astro central irradiará o cometa, então cinco vezes mais intensamente do que no início do ano. E esse bloco de gelo de mais de quatro quilômetros deverá entrar em grande atividade, liberando no espaço sideral grandes quantidades de gás e poeira. Rosetta acompanha esses eventos a uma distância de 50 quilômetros.
Com sorte, o robô Philae, que integra a missão Rosetta, vai se manifestar mais uma vez. Ele pousou no 67P/Churyumov-Gerasimenko em 12 de novembro de 2014. Por falta de irradiação solar, contudo, sua bateria se esgotou, e sua missão foi encerrada após apenas dois dias e meio.
Em agosto há chance de as células fotovoltaicas ficarem expostas a mais luz solar, dando fim à hibernação do Philae. Entretanto, após meses de frio extremo, de até 170 graus negativos, muitas peças mecânicas poderão estar totalmente congeladas, impedindo uma retomada dos experimentos.
Dawn pesquisa primórdios do sistema solar
Os cometas contêm material datando do nascimento do sistema solar, perfeitamente conservado, resquícios da nuvem que deu origem ao Sol e aos planetas, 4,5 bilhões de anos atrás. Assim, as medições da Rosetta e do Philae podem ser a chave para entender como nasceram a Terra e a vida em nosso planeta.
Asteroides também são vestígios dos primórdios do sistema solar, só que não tão distantes, circulando em torno do Sol entre Marte e Júpiter. Em março, a sonda da Nasa Dawn chega até Ceres, o maior asteroide de todos. Até o fim de 2015, ela vai circundá-lo e estudá-lo.
Cientistas alemães também participam dessa missão. O Instituto Max Planck de Pesquisa do Sistema Solar em Göttingen, por exemplo, controla a câmera da sonda cujo nome significa "aurora", em inglês. Três anos atrás, a Dawn já visitou o asteroide Vesta, e tem como missão pesquisar o que aconteceu nos primórdios do sistema solar.
Voo tripulado
Nos voos espaciais tripulados, a euforia em torno do trabalho do astronauta alemão Alexander Gerst na Estação Espacial Internacional (ISS) deu lugar a uma situação mais de calma. No momento, a italiana Samantha Cristoforetti é a representante da Agência Espacial Europeia (ESA) na estação.
A partir de março, dois dos tripulantes, um russo e um astronauta dos Estados Unidos, vão permanecer durante um ano na ISS, em vez de retornarem à Terra após seis meses. A intenção é praticar missões de longa duração e aprender como o ser humano enfrenta o estresse psíquico e físico do espaço sideral. Tais experimentos são pré-condição absoluta para futuras viagens tripuladas a Marte.
Para a Alemanha, no que toca às viagens espaciais, 2015 não deixa de ser um ano muito especial pelo menos no solo. Pela primeira vez em 25 anos, a ESA volta a ter um alemão como diretor geral: Jan Wörner, no momento ainda presidente do Centro Aeroespacial Alemão (DLR).
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