9 de mar. de 2015

De estação astronômica em casa, mogiano faz 'foto animada' de Júpiter

Foram necessárias 110 mil fotos do planeta para fazer GIF. Apaixonado por astronomia, Marco Mastria montou espaço há dez anos.


(G1) Com uma câmera planetária, lentes fotográficas e um telescópio, o astrônomo amador e arquiteto de sistemas Marco Mastria, de Mogi das Cruzes (SP), fez um registro ‘animado’ do movimento das luas de Júpiter. O trabalho, feito da estação astronômica de sua casa, resultou em um vídeo com 110 mil fotos e em um GIF (Formato de Intercâmbio Gráfico – na tradução literal).

Para registrar o movimento de Júpiter foram efetuadas 15 capturas de aproximadamente 3 minutos cada (Assista abaixo). Estas capturas geraram um total de 16 GB de dados e mais de 110 mil fotos a serem processadas.

As imagens foram feitas no dia 17 de janeiro deste ano e divulgadas nesta semana. O trabalho durou madrugada adentro. “A primeira gravação começou às 2:32h da madrugada, e a última finalizou às 3:55h, totalizando aproximadamente 1h30 de capturas de imagens”, detalhou.​

Além dos equipamentos, o astrônomo usa um software que o ajuda a localizar a posição de estrelas e planetas. Depois, as imagens passam por um longo e trabalhoso processo de tratamento. “Depois de capturar mais de 110 mil fotos, movimentar mais de 200 GB de dados, e quase 20 horas de trabalho, desde a montagem e ajuste dos equipamentos até a geração final de uma foto e um filme time-lapse, temos o resultado”, diz.

O GIF mostra uma representação gráfica da localização das luas Io e Europa e suas sombras no disco de Júpiter. Segundo o astrônomo amador, que já fotografou nebulosas e galáxias, esta foi a primeira tentativa real do chamado imageamento de planetas. “Eu já fazia fotos do céu profundo, que são produzidas de forma diferente, com outros softwares e técnicas”, informou. O roteiro de produção planetária foi feito após pesquisas. “Só consegui após muita pesquisa, leitura, tentativa e erro”, disse o astrofotógrafo.

Júpiter
Segundo o astrônomo, Júpiter é o maior planeta do sistema Solar e não é composto, primariamente, de matéria sólida, por isso, é conhecido como "gigante gasoso". É possível vê-lo a olho nu. "Você vê, mas aparentemente, é uma estrela com todas as demais, só um pouco mais brilhante, principalmente nestes dias onde Jupiter encontra-se em oposição ao Sol", detalhou.

Paixão pela astronomia
A estação de observação montada na casa do pesquisador funciona há quase dez anos. A cúpula chama atenção de longe. Dentro dela, no telhado, uma potente luneta é capaz de registrar fotografias e mapeia o que acontece no céu em um raio de até 400 quilômetros.

Apesar da mudança na percepção do céu, o pesquisador flagra, quase que diariamente, pelo menos dez meteoros cruzando a cidade. Os registros são feitos por duas câmeras instaladas no teto de casa, que também é equipado com um telescópio e um sistema de previsão meteorológica.

Marco Mastra é um dos integrantes da Rede Brasileira de Observadores de Meteoros (Bramon, na sigla em inglês).
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Matéria com imagens e vídeo aqui


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