11 de mai. de 2015

Governo deveria inserir a astronomia no contexto escolar e criar o Observatório Estadual



(Midia News) Pouca gente sabe, mas, embora a astronomia não seja uma ciência muito difundida para a população mato-grossense (tanto que ainda não há um Observatório para este fim) esta ciência está intrínseca em suas raízes, ou melhor, em seu céu.

Neste dia 9 de maio, quando Mato Grosso comemora 267 anos, pode se orgulhar de ter como símbolo máximo: sua bandeira, estampando uma estrela, que, no contexto da bandeira do Brasil, representa a mais brilhante do céu noturno (em magnitude aparente), Sirius ou Sírio, isto quer dizer que quanto menor a magnitude, maior o brilho.

Vale esclarecer que, apesar de ser a estrela mais brilhante do nosso céu (para além do Sol), não é o corpo celeste mais brilhante que podemos ver. Pois alguns planetas, quando possuem a sua magnitude aparente máxima, são mais brilhantes que Sirius, já para não falar no Sol e na Lua.

Intrinsecamente, esta é uma estrela com um brilho cerca de 20 vezes superior ao brilho do Sol.

Existem muitas outras estrelas intrinsecamente bem mais brilhantes, mas como estão muito mais longe parecem menos brilhantes vistas da Terra.

Rigel, por exemplo, é dezenas de milhares de vezes mais brilhante que o Sol, mas está a cerca de 800 anos-luz. Apesar de Rigel ser então na realidade muito mais brilhante que Sirius, esta está muito mais perto de nós, fazendo com que surja no céu bem mais brilhante que Rigel (Rigel tem uma magnitude aparente de 0,1).

Outra característica de Sirius é que ela não é uma estrela comum. Na realidade é um sistema binário, ou seja, constituído por duas estrelas: Sirius A é a estrela principal, aquela que vemos à vista desarmada; Sirius B é uma estrela anã branca, muito menos brilhante que Sirius A, sendo possível observar apenas com recurso de um bom telescópio.

É por isso que a bandeira do estado de Mato Grosso tem uma grande estrela amarela no centro, que embora efetivamente não represente a cor de Sirius, simbolicamente quer representar as riquezas minerais do estado, que tanto atraíram os primeiros colonizadores.

Diante desse fato, vale refletir que é mais do que urgente que a astronomia assim como a bandeira, deve ser conhecida e reconhecida por toda a sociedade, pois é uma ciência que deve ser popular e fomentar o interesse não só para o solo onde fica o mastro da bandeira, mas também para os mistérios do céu para onde ela aponta e representa.

O desenvolvimento, governantes, também pode estar no território espacial e é preciso conhecer para navegar no conhecimento do universo e utilizá-lo aqui na Terra. Quem sabe o próximo astronauta ou cientista brasileiro de destaque no mundo não seja mato-grossense?

Por isso, Governo de Mato Grosso, um conselho, insira a astronomia no contexto escolar e crie o Observatório estadual.

O universo e a sociedade agradecem!

CARLOS WAGNER RIBEIRO é astrônomo amador, advogado e presidente da Associação Amigos das Estrelas (Amae), entidade que luta para a popularização da Astronomia em Mato Grosso.

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