11 de mai. de 2015

Seleção Brasileira de Astronomia e Astronáutica tem três gaúchos

(Zero Hora / Boa Informação) A equipes que vão defender o Brasil nos Jogos Olímpicos da Indonésia já foram convocadas e três gaúchos estão na lista. Eles não são jogadores de futebol, nem maratonistas. Muito menos nadadores. São atletas formados no Ensino Médio que vêm se preparando nos últimos três anos para ir além do que a escola ensina.

Pedro Henrique da Silva Dias, 17 anos, é um dos cinco membros do time que vai representar o Brasil nas Olimpíadas Internacionais de Astronomia e Astrofísica, em julho, no país asiático. Já a Ana Paula Lopes Schuch, 16 anos, é a única menina da equipe brasileira que vai para a versão latino-americana do evento, em setembro, no Rio de Janeiro. São 15 os convocados desse ano: cinco seguem para a etapa internacional, cinco para a latino-americana e cinco são reservas, como o também gaúcho Adrisson Rogério Samersla, 16 anos.

O trio estuda no Colégio Militar de Porto Alegre e coleciona medalhas em campeonatos de xadrez, robótica, física, matemática e astronomia. Nerds? Nem um pouco. São adolescentes comuns, mas que fazem parte do grupo que têm gosto pelas exatas.

Assim como conquistar um lugar entre os atletas que vão para os Jogos Olímpicos — o grande evento internacional de competições esportivas —, ter o nome na lista dos convocados para a seleção brasileira de Astronomia e Astrofísica não foi fácil.

A primeira etapa reuniu 800 mil jovens que fizeram uma prova teórica pela internet. Os mil estudantes que obtiveram os melhores resultados fizeram três provas que revelaram os 150 aptos para ir ao Rio de Janeiro e provar suas competências na prática e na teoria. Só então, os 15 foram convocados para a seleção.

— As competições são muito divertidas. Formamos equipes com pessoas de diferentes Estados. Discutimos astronomia, mas também falamos sobre as diferenças dos sotaques, sobre nosso cotidiano. Hoje, eu acho mais fácil fazer amigos nas competições do que no colégio. Lá, pelo menos, gostamos de falar sobre os mesmos assuntos — conta Ana Paula.

Se nerd é quem busca novidades sobre astronomia na internet, disseca apostilas e dedica horas extras para se preparar para esses campeonatos, então o trio diz que pode ser considerado assim. Mas os três estão longe de preencher todos os requisitos do estereótipo: praticam esportes, fazem maratonas de Game of Thrones,

saem com os amigos, vão ao cursinho pré-vestibular. O Guia do Mochileiro das Galáxias? Nenhum deles leu. Saber quem é o Capitão Spock? Também não. Admirar Stephen Hawking? Sim, isso sim.

— Mas ele é sensacional — diz Ana sobre o físico e cosmólogo britânico.

— As pessoas acham que astronomia é coisa de gente estranha, mas é super importante para um fotógrafo, por exemplo, entender a posição do sol para utilizar melhor a luz. Astronomia é um tema do dia a dia de todo mundo — comenta Pedro.

Pedro, Ana Paula e Adrisson respondem as perguntas que mais recebem quando contam que fazem parte da seleção: Seleção de 2015 é esperança de primeiro ouro

Em 2014, a competição internacional ocorreu na Romênia. Foi lá que o Brasil conquistou, pela primeira vez, duas medalhas de prata. De ouro, nas oito edições do evento, ainda nenhuma.

— Nas provas entre os latino-americanos, os brasileiros sempre voltam em primeiro lugar. A seleção de 2015 para as Olimpíadas Internacionais é muito especial porque os jovens vêm com bastante experiência de outras competições. Eles são nossa esperança do primeiro ouro — conta o coordenador nacional das Olimpíadas Brasileiras de Astronomia e Astronáutica, João Canalle.

As competições nessas áreas não levam em conta apenas o primeiro, segundo e terceiro lugares de cada prova. Levam ouro para casa quem ficou com média de 9 a 10, prata quem teve nota final entre 8 e 8,9 e bronze quem conseguiu entre 7 e 7,9. Entre 26 de julho e 4 de agosto, Pedro e os outros quatro brasileiros vão fazer provas diariamente, entre elas observação do céu e manuseio de telescópio.

Além dos gaúchos, a seleção brasileira tem membros de Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Piauí e Ceará. O Rio Grande do Sul tem o segundo maior número de representantes. Fica atrás apenas dos paulistas, que tem sete participantes.

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