5 de fev. de 2016

Trabalhe com as estrelas

Duilia de Mello, astrônoma brasileira da NASA, está criando uma associação para incentivar os jovens que quiserem seguir carreiras em ciências


(Bayer Jovens) Muitas vezes, a ciência no Brasil é vista como algo secundário ou mesmo desnecessário, e essa triste situação acontece muitas vezes nas escolas também. No caso da astronomia, a situação é ainda pior.

Mas isso pode estar prestes a mudar. Está sendo criada a Associação Mulher da Estrelas (AME), que tem o objetivo de promover em todo o Brasil a ciência como uma carreira palpável e concreta para todos os jovens. A Associação também pretende educar a população sobre a importância para a sociedade das carreiras relacionadas com ciência, tecnologia, engenharia e matemática, além de incentivar a família a apoiar o jovem na busca por essas carreiras, especialmente junto a minorias e excluídos.

A AME nasceu pelo empenho de Duilia de Mello, astrofísica da NASA, escritora, e um dos nomes mais conhecidos da ciência brasileira no exterior. Professora de Física e Astronomia na Catholic University of America, em Washington, Estados Unidos, Duilia foi responsável por descobertas importantes como a Supernova 1997D (corpo celeste que surge quando uma estrela muito massiva explode) e as Bolhas Azuis, estrelas que vagam pelo espaço, sem galáxias próprias. Em 2014 ela foi escolhida como uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil.

“Estamos montando um banco de dados de profissionais voluntários que terão papeis fundamentais dentro da AME”, diz Duilia. Esses profissionais irão a escolas organizar feiras científicas e atuar como “padrinhos” de clubes de assuntos como matemática, robótica, astronomia, computação, física, química, etc. “Quando ‘brotar’ algum clube em alguma escola, os padrinhos e as madrinhas vão ajudar a manter as atividades, por meio de chats e hangouts online, além de visitas as escolas”, explica Duilia.

Não só para as crianças e jovens que querem encontrar na ciência um movo de vida, mas para todos, a astrônoma aconselha que eles sigam seu próprio talento e estudem e trabalhem muito duro. E que não desistam logo na primeira pedra que aparecer no meio do caminho. Já para quem realmente quiser se tornar astrônomo, Duilia recomenda visitar universidades, pois é lá que estão a maioria dos cientistas dessa área. São poucos os cursos de astronomia no Brasil, mas é possível fazer o curso de bacharel em física na maioria das universidades brasileiras, diz a astrônoma. “Depois do bacharelado em física ou astronomia, é necessário fazer mestrado e doutorado, e nessa hora o profissional pode se especializar em alguma área da astronomia. Ou seja, depois de concluído o curso universitário, ainda é necessário estudar pelo menos mais 7 anos para virar cientista”. Ela comenta que o astrônomo trabalha também com muitos outros profissionais nas áreas de engenharia e computação. Assim, quem se sentir mais atraído por essa parte mais tecnológica e menos acadêmica pode fazer engenharia elétrica, mecânica ou ciência da computação, e depois procurar trabalhar em projetos relacionados a astronomia e ciência espacial, conclui Duilia.

Quem quiser conhecer mais sobre a AME pode acessar a homepage da Associação no link mulherdasestrelas.com, e também nas fanpages do projeto (www.facebook.com/mulherdasestrelas.ame) e de Duilia (www.facebook.com/Mulher-das-Estrelas-Duilia-de-Mello-185799964812210).

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