Onze alemães já estiveram no espaço: todos homens. Uma iniciativa apoiada pelo Centro Aeroespacial Alemão quer mudar isso e enviar a primeira mulher alemã para a ISS.
(DW) Uma iniciativa privada quer enviar a primeira alemã à estação espacial ISS. As inscrições podem ser feitas até 30 de abril e estão sendo coordenadas pela HE Space, uma agência de recursos humanos que seleciona principalmente engenheiros para a ISS.
A iniciativa tem o apoio de diversas entidades, como o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). A chefe da DLR, Pascale Ehrenfreund, afirma que a iniciativa pode estimular meninas a se interessarem por áreas tradicionalmente escolhidas por meninos, como matemática, informática, química e física.
Até agora, 11 astronautas alemães participaram de viagens espaciais. "A 12ª pessoa da Alemanha no espaço tem de ser uma mulher", afirmou a chefe da HE Space, Claudia Kessler.
"Conheci engenheiras superespecializadas e qualificadas que querem ser astronautas", disse Kessler, ao lançar a iniciativa. O último alemão no espaço foi o geofísico Alexander Gerst, da Agência Espacial Europeia (ESA), em 2014. Mas, segundo Kessler, garotas precisam de exemplos femininos para se interessarem por ciências naturais.
Para se candidatar, é preciso ser formada em ciências naturais ou medicina, ter experiência profissional de três anos e absolver testes psicológicos e medicinais. Praticar esportes, gostar de aventuras e hobbys como escalar montanhas ou pilotar aviões, são importantes.
Em outubro serão anunciadas as duas finalistas, que, após o treinamento de 1 ano e meio na Rússia, estarão prontas para partir para a ISS antes de 2020 – só uma delas, porém, fará a viagem.
Por se tratar de uma iniciativa privada, o problema é o financiamento. Os custos são estimados em 40 milhões de euros. O dinheiro será arrecadado através de patrocínios e crowdfunding.
Missões europeias mistas
Desde 1988, a Agência Espacial Europeia tem equipes de astronautas com homens e mulheres. Desde 1999, mantém-se em 15% a relação de candidatas femininas e astronautas, explicou o belga Frank de Winne, ex-comandante da ISS. "Nossa seleção é justa. Não observamos o sexo dos candidatos, mas suas aptidões", disse.
Ele garante que as mulheres têm as mesmas chances que os homens. E do que elas são capazes foi provado pela italiana Samantha Cristoforetti, que estabeleceu o recorde feminino de permanência no espaço, com 195 dias. Mesmo assim, apenas uma entre seis astronautas é mulher.
A missão da primeira astronauta alemã no espaço também traria benefícios à medicina. Seriam analisadas, por exemplo, características específicas do corpo feminino na ausência de gravidade. "Existem muito poucos estudos sobre a fisiologia de astronautas mulheres", disse Hanns-Christian Gunga, diretor-executivo do Instituto de Fisiologia do Hospital Charité, de Berlim. A missão também ajudaria a descobrir como o sistema cardiovascular, os músculos e a temperatura corporal reagem às condições no espaço.
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