16 de mar. de 2016

Astrofísico Brasileiro em Harvard mostra como o Campo Magnético foi determinante para surgimento da Vida na Terra

Como o Campo Magnético foi determinante para surgimento da Vida na Terra?



Estudo liderado por Astrofísico Brasileiro na Universidade de Harvard contribui para o entendimento de como o Campo Magnético foi determinante para surgimento da Vida na Terra primitiva

Cerca de quarto bilhões de anos atrás a vida surgiu na Terra. A vida surgiu porque nosso planeta possuía uma superfície rochosa, água em estado líquida e uma atmosfera espessa. Mas a vida floresceu graças a um outro ingrediente necessário: a presença de um campo magnético protetor. Um novo estudo sobre uma estrela similar ao Sol jovem chamada de Kappa Ceti demonstrou que o campo magnético desempenhou um papel fundamental no sentido de tornar a terra jovem propícia à vida.

"Para ser habitável, um planeta precisa de calor, água em estado líquido, e necessita ser protegido das ações de um Sol jovem e violento", diz o principal autor do artigo o Dr. Jose-Dias Do Nascimento, pesquisador no Centro Smithsonian de Astrofísica da Universodade de Harvard (CfA), Boston, USA e professor da Universidade Federal Rio Gtande do Norte (UFRN), Brasil.

Kappa Ceti, esta localizada a uma distancia de 30 anos-luz de distância na constelação de Cetus, ou Baleia e é muito similar ao nosso Sol, porém mais jovem. A equipe calcula uma idade entre 400 a 600 milhões de anos, o que está de acordo com a idade estimada com base em seu período de rotação através de uma técnica pioneira desenvolvida pelo astrônomo do Søren Meibom do CfA. Esta idade corresponde aproximadamente ao tempo em que a vida apareceu pela primeira vez na Terra. Tais resultados provenientes do estudo Kappa Ceti pode nos dar valiosa compreensão sobre a infância do nosso sistema solar.

Como outras estrelas da sua idade, Kappa Ceti é muito ativa magneticamente. Sua superfície está marcada por muitas manchas gigantes e escuras, como as manchas solares, porém muito maiores e mais numerosas. Ela também impulsiona um fluxo constante de plasma ou gases ionizados no espaço. A equipa de pesquisadores mediu que este vento estelar é 50 vezes mais forte do que o vento solar atual.

Tal vento estelar feroz deve ter esbarrado contra a atmosfera de todos os planetas na zona habitável, com exceção dos planetas protegidos por um campo magnético. No caso extremo de um planeta sem campo magnético externo poderia ocorrer inclusive a perda da maior parte de sua atmosfera. Em nosso sistema solar, o planeta Marte sofrerá este destino e tornou-se de mundo quente com oceanos salgados para um deserto frio e seco.

A equipe modelou o forte vento estelar de Kappa Ceti e seu efeito sobre uma jovem Terra na zona habitável. É esperado que o campo magnético da Terra primitiva tenha sido tão forte como é hoje, ou ligeiramente mais fraco. Dependendo da resultante da força exercida, os pesquisadores descobriram que a região protegida, ou a magnetosfera da jovem Terra quando a vida surgiu na Terra, seria cerca de um terço à metade do tamanho que se tem atualmente.

“A Terra primitiva não tinha tanta proteção como tem agora, porém foi o suficiente", diz Do Nascimento.

Kappa Ceti também mostra evidências de "super-flares" - enormes erupções que liberam 10 a 100 milhões de vezes mais energia do que as maiores erupções já observadas no nosso Sol. Flares onde a energia associada pode soprar a atmosfera de um planeta. Ao estudar Kappa Ceti, os investigadores querem saber com que frequência se produz superflares, e portanto quantas vezes o nosso Sol pode ter passado por tais erupções em sua juventude.

Esta pesquisa foi aceito para publicação no prestigioso jornal Astrophysical Journal Letters e estará disponível online hoje.

A versão oficial do release do CfA da Universidade de Harvard estará publico dia 16 de Março de 2016 em https://www.cfa.harvard.edu/news/2016-06

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