3 de out. de 2016

MAST realiza Seminário sobre Patrimônio Arqueológico

Participam do evento, que acontece de 5 a 7 de outubro, cerca de 70 pesquisadores de dez estados.



De 5 a 7 de outubro, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) realiza o IV Seminário sobre Preservação de Patrimônio Arqueológico. Cerca de 70 pesquisadores de dez estados participam do evento, que debaterá temas como novas tecnologias aplicadas na área, conservação de remanescentes esqueléticos humanos, acervos arqueológicos pré-históricos, patrimônio cultural subaquático e registros indígenas, de missões jesuíticas e do candomblé.

Segundo Guadalupe Campos, pesquisadora do MAST e uma das coordenadoras do seminário, entre as novas tecnologias destaca-se a digitalização em três dimensões. A técnica será o tema de uma das três conferencias que acontecerão durante o seminário. O MAST já desenvolve, em parceria com o Laboratório de Computação Gráfica da COPPE/UFRJ e pesquisadores do Visual Computing Lab da Itália, projetos de modelagem e digitalização complementares à tarefa de restauro. A prática é especialmente eficiente para a o trabalho com objetos históricos, pois viabiliza não só a digitalização dos aspectos geométricos formais, mas também a reprodução do funcionamento das peças. Um bom exemplo foi o projeto de cooperação internacional liderado pelo Ministério da Cultura da Grécia, com apoio financeiro das maiores empresas de alta-tecnologia no mundo, de digitalização e compreensão do mecanismo de Antikythera, dispositivo de medição astronômica datado por volta do século 2 AC. Devido à fragilidade dos componentes, o desmonte não era uma opção. Em 2005, a tecnologia de digitalização permitiu a obtenção de imagens do interior do objeto e revelou, cerca de cem anos após a descoberta, ocorrida em 1901, o alto grau de complexidade da peça, que continha mais de trinta engrenagens diferentes.

Outro destaque serão as discussões em torno dos modos de conservação de peças encontradas em escavações arqueológicas, como moedas, brincos e botões. Quando, por exemplo, um arqueólogo retira um objeto metálico há décadas enterrado no solo, de um local onde havia um equilíbrio com o ambiente que o mantinha em certa estabilidade, existe a possibilidade do processo de deterioração ser acelerado drasticamente. Com a mudança brusca, algumas horas podem ser o suficiente para a perda total de determinadas peças.

Em uma iniciativa inédita no País, o MAST desenvolve pesquisas para determinar a implantação e a divulgação de procedimentos de conservação adequados para esse tipo de objetos. O projeto é realizado em parceria com o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), a Escola de Engenharia Metalúrgica (PUC-Rio), o Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) e o Laboratório de Instrumentação Nuclear da COPPE/UFRJ.

Além das conferências, o Seminário contará com a apresentação de 26 trabalhos. Haverá ainda o lançamento do livro: Lagoa Santa: História das Pesquisas Arqueológicas e Paleontológicas, dos editores Pedro Da-Gloria, Walter A.Neves e Mark Hubbe.

Veja a programação completa AQUI

Um comentário:

  1. Louvável a vossa iniciativa - Mas, já agora, gostaria de lembrar que, nos arredores da aldeia de Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, existem cinco alinhamentos (sagrados) pré-históricos - Talvez dos mais antigos da Península Ibérica http://www.vida-e-tempos.com/2015/03/equinocio-da-primavera-2015-nesta-sexta.html

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