Graças ao trabalho dela, descobrimos a composição de 90% da massa do universo
(Galileu) O mundo perdeu mais uma de suas grandes cientistas. A astrofísica Vera Rubin, que ficou conhecida por confirmar a existência da matéria escura, morreu aos 88 anos na noite do último domingo, 25 de dezembro.
Rubin começou a estudar centros galácticos no início da década de 1960. Com a ajuda de seu colega, Kent Ford, ela estudou a distribuição de massa da galáxia de Andrômeda por meio de análises das velocidades de órbitas das estrelas e os gases presentes a diferentes distâncias do centro galáctico. Para a surpresa da dupla, as velocidades não iam de acordo com a Teoria de Newton, e as estrelas que estavam distantes do centro eram tão rápidas quanto as próximas.
Na década seguinte, ao analisar outras galáxias, a astrofísica descobriu que algo além da massa visível era responsável pelo movimento das estrelas: a matéria escura, um material que não emite luz e tem entre cinco e dez vezes mais massa do que a galáxia luminosa.
A existência desse material já havia sido proposta em 1933 pelo astrofísico suíço Fritz Zwicky, mas foi só mais de 40 anos depois, com a descoberta de Rubin, que sua existência pôde ser confirmada. Com isso, descobriu-se que 90% da massa do universo é composto por esse mesmo material.
Vida e carreira
Nascida em 1928, Vera Rubin passou por universidades americanas renomadas como Cornell e Georgetown. Ela foi a primeira mulher com permissão para fazer observações no Observatório Palomar e desde então fez o possível para aumentar a participação feminina na instituição.
Em 1996, a astrofísica se tornou a primeira mulher a receber a Medalha de Ouro da Sociedade Real Astrônomica desde Caroline Hershel, premiada em 1828. Ela deixou três filhos: os geólogos David e Allan Rubin e o matemático Karl Rubin. Sua única filha, a astrônoma Judy Young, faleceu em 2014.
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